terça-feira, 11 de outubro de 2016

NOVA CORRELAÇÃO DE FORÇAS

Se analisarmos o resultado dessas últimas eleições, constatamos um novo desenho no poder político no Maranhão. Interessa ver não apenas o número de prefeitos eleitos por cada partido, mas o tamanho da população envolvida.

Alguns resultados são óbvios. Pretendentes que tentaram se tornar alternativas viáveis como candidatos ao governo do estado e que andaram atropelando o desejo de seus próprios partidos - e se superestimaram em termos de poder de votos - viram a realidade bater em si mesmos com força. Mostraram-se muito fracos para enfrentar o governador em 2018. Saíram muito enfraquecidos da aventura. Aparentemente sem chances no pleito daqui a dois anos.

Os partidos que fazem parte da base do governador venceram em torno de 70 por cento das prefeituras, uma força formidável. Entretanto, isso exigirá do governador uma atenção maior a sua base e a políticos que saíram mais fortes dessas eleições, a fim de viabilizar uma chegada sem sobressaltos ao final do mandato.

Agora, embora ainda muito cedo, no radar político já começa a aparecer 2018, pois nesse momento o candidato é o governador e isso faz muita diferença no jogo político. Ter uma base muito grande é bom, mas dá muito mais trabalho e necessidade de atenção. 

Os partidos que mais se destacaram pelo número de municípios que irão administrar versus a população envolvida, são respectivamente PCdoB, com 46 municípios que somam 865.868 habitantes; PMDB, com 22 municípios e população de 828.299 habitantes e PSDB com 29 municípios e 766.269 habitantes. É apenas um indicativo da influência de cada partido, mas daqui a dois anos não se sabe como será, depende muito da administração de cada prefeito.

Porém, o que fica mais nítido é que a população quer eleger alguém que lhe dê esperanças, em quem possam crer em viabilização de melhorias para problemas importantes em seu dia a dia, como atendimento à saúde, educação e transporte. Foi uma eleição difícil para grandes chefes políticos de cidades importantes do interior. Alguns, aliás, com trabalho importante nos seus municípios, mas que, talvez até pela longevidade de seu comando, perderam.

Tomara que os prefeitos se empenhem em melhorar a educação fundamental, de responsabilidade direta deles em seus municípios. E notem que isso é muito importante para o seu desejo de reeleição! O prefeito de Teresina, Firmino Filho, reeleito pelo PSDB, fez dos resultados do IDEB de Teresina um ponto forte de obtenção de votos e ganhou no primeiro turno. Sim, porque no ENEM, no quesito redação, Teresina teve quatro escolas entre as dez melhores do Brasil. Fortaleza teve duas. Esse resultado é digno de registro. Pena que não temos muito a comemorar. 

Aliás, o nosso ensino fundamental é tão ruim, na média geral, fazendo-me cogitar que, se não conseguirmos melhorá-lo, será muito difícil termos um ensino médio de qualidade por aqui. Nós precisamos de um mutirão envolvendo todos, para mudarmos esse quadro de maneira permanente. 

Mudando de assunto, o nosso ITA, conduzido a quatro mãos pela UFMA e o ITA vai célere para termos o primeiro seletivo no ano que vem. Com apoio do Ministério de Educação, os professores já estabeleceram o currículo, que terá aqui uma especialização nova - a de Centros de Lançamento. Haverá também a cooperação direta e estreita entre são José dos Campos e Alcântara, com aulas aqui e lá, além de treinamento e especialização de professores, graduação e mestrado. Isso representa o empuxo que falta em nossa educação e em nosso desenvolvimento. Ora, vejam: Graduação e mestrado em Engenharia Espacial em seis anos, sendo esse o curso mais importante para o programa espacial brasileiro, contraposto ao fabuloso mercado internacional que movimentou só em 2008, 250 bilhões de dólares no mundo. O que mais esperar? Precisamos nos inserir nesse nicho e só com o desenvolvimento completo do nosso programa espacial, ou seja lançadores, satélites e centros de lançamento poderemos participar dele. É fundamental para controle da Amazônia e do Pré-Sal, do meio ambiente, fronteiras, para a agricultura, para controle do espaço aéreo, comunicações, GPS, enfim, fundamental para vida moderna, internet, etc.

No momento estamos muito atrasados em relação aos EUA, Europa, Rússia, China e Índia. Um país continental como o Brasil não pode deixar de dominar a tecnologia espacial.

E por que ficamos para trás, já que começamos juntos com todos os outros citados? Porque prioridade nacional sempre foi retórica, nunca foi de fato. Faltaram recursos, sempre contingenciados. É preciso achar uma fonte de permanente e própria para ser usada no desenvolvimento dos propulsores e satélites. A ciência e tecnologia envolvidos nisso se espalha para todos os setores da sociedade.

Estamos trabalhando muito nisso, dentro e fora da Câmara, e para tal criamos a Frente Parlamentar que agora vai começar a funcionar.

Para nós, não existe projeto mais importante: ITA, Centro de Lançamento e Programa Espacial Brasileiro, Complexo Tecnológico. Isso tudo se soma no projeto mais importante para o Maranhão e o Brasil.

E o governo brasileiro já discute o acordo com os EUA para lançamentos pelo Centro de Alcântara. 

Vamos em Frente!  

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