sábado, 12 de abril de 2008

Lula avalia que 3º mandato o enfraquecerá

Folha: O presidente Lula avalia que se embarcar na tese do terceiro mandato consecutivo enfraquecerá seu poder nos dois últimos anos do mandato atual. E dinamitará sua liderança política futura com a marca do casuísmo.

Lula crê que mudar a Constituição exige um preço alto em cargos e favores a aliados. Setores da sociedade, sobretudo estratos médios e mais escolarizados, combateriam a idéia. Para o petista, é uma guerra que, se ganha, trará mais sangue do que glória.

Seu projeto é investir no PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para tentar deixar um legado de mudanças na infra-estrutura. Acrescente-se a isso manter o crescimento da economia na casa dos 5% anuais e continuar a investir em programas sociais. Com esse tripé, Lula acha que deixará o poder com alta popularidade.

Fã das metáforas futebolísticas, o presidente diz em privado: "O Pelé parou de jogar no auge". Aos mais próximos Lula afirma que, depois de tentar eleger o sucessor, irá tomar "uma cervejinha" no sítio "Los Fubangos", em São Bernardo do Campo.

Se o cenário de alta popularidade se confirmar, Lula considera que se beneficiará de uma espécie de "efeito Getúlio Vargas" nos anos seguintes a 2010.

No final do Estado Novo, em 1945, Vargas foi deposto após 15 anos de poder. Apoiou a eleição do general Eurico Gaspar Dutra e se retirou para a estância em São Borja (RS). Uma onda queremista foi buscá-lo nos pampas. Vargas retornou constitucionalmente eleito em 1950.

O projeto de Lula é disputar um novo mandato em 2014 ou em 2015, a depender da regra. O presidente apóia o fim da reeleição e a volta do mandato de cinco anos. Mas rejeita uma brecha que lhe permita concorrer em 2010.

Comentário do Blog: Felizmente o presidente Lula parece dar sinais de que definitivamente não embarcará na complicada e desgastante tentativa de mudar a constituição em beneficio próprio, embora não devam lhe faltar maus conselheiros, altamente beneficiados no atual governo, que, por não quererem largar a boquinha, tentem influir para que Lula embarque nessa.

Salve o bom senso e o espírito democrático do presidente, além ,é claro, de uma visão realista dos enormes riscos para a sua imagem que lhe traria tal aventura. Com tudo dando certo para ele, tal empreitada poderia anular tudo isso.

O maior indício de que Lula não embarcou nessa temerária tentativa é a festa que o senador José Sarney fez para Aécio Neves em uma visita deste ao Congresso, tratando-o como candidato forte à Presidência da República. O velho cacique já quer se enturmar. Não vive sem o poder.


4 comentários:

Anônimo disse...

DEVANIR QUER DEIXAR LULA 15 ANOS NO PODER!

O MALUCO DEP DEVANIR RIBEIRO, DO PT PAULISTA, QUER DEIXAR LULA 15 SEGUIDOS NO PODER. PELO PROJETO DELE TODOS OS MANDATOS SERIAM EXTENTIDOS ATÉ 2012, ANO EM QUE ACONTECERIAM ELEIÇÕES GERAIS COM NOVOS REGRAS, COM MANDATOS DE 05 ANOS PARA TODOS OS CARGOS OU SEJA LULA GANHARIA 02 ANOS DE IMEDIATO E AINDA PODERIA CONCORRER A MAS 05 JÁ QUE SERIAM NOVAS ELEIÇÕES E COM NOVAS REGRAS. ESSE DEVANIR TÁ MAL INTENCIONADO OU NÃO TÁ???? NINGUÉM MERECE ATURAR A TURMA DO PT 15 ANOS NO PODER!!!!!!!!!!

A MATÉRA A SEGUIR ESTÁ NA VEJA, JÁ EM TODAS AS BANCAS DO PAÍS.

Brasil
Proposta pode levar Lula a ficar 15anos no poder
12 de Abril de 2008

O deputado petista Devanir Ribeiro prepara um projeto de emenda à Constituição que, caso seja encaminhado da forma até aqui imaginada e aprovado pelo Congresso, pode dar a Lula a chance de permanecer na Presidência até 2017. Quem revelou o plano a VEJA na semana passada, em uma conversa no plenário da Câmara, foi o próprio Devanir. Em sua reportagem de capa desta semana, a revista traz os detalhes da proposta.

Devanir pretende propor, ainda nesta semana segundo ele, um mandato de cinco anos para todos os cargos eletivos, de vereador a presidente da República – sem reeleição. Ao mesmo tempo, quer aprovar a unificação do pleito para que todos os cargos sejam disputados de uma vez a cada cinco anos.

Para que esta coincidência de datas ocorra, o deputado vai propor que os atuais mandatos de Lula, dos governadores, senadores, deputados federais e estaduais sejam ampliados por mais dois anos. "Aí teríamos uma eleição única em 2012. A partir daí, todos os políticos teriam mandatos de cinco anos", disse Devanir.

Resumindo: pela proposta do deputado muy amigo, Lula, de imediato, já ganharia mais dois anos de mandato. Se o plano der inteiramente certo, o presidente ainda poderá se candidatar em 2012 a mais cinco anos de mandato. Não seria re-reeleição, mas um uma eleição baseada em "novas regras". Ou seja, o projeto de Devanir daria ao presidente a chance de ficar 15 anos seguidos no poder.

O deputado e compadre de Lula, entretanto, não é o único a dar vida à tese do terceiro mandato. Descubra aqui como esta idéia estapafúrdia tem ganhado a atenção de políticos das mais variadas esferas (exclusivo para assinantes).

http://vejaonline.abril.com.br/notitia/servlet/newstorm.ns.presentation.NavigationServlet?publicationCode=1&pageCode=1&textCode=139489&date=currentDate

Anônimo disse...

DELFIM NETTO AOS 80 ANOS DÁ UMA VERDADEIRA AULA DE BRASIL!

DELFIM DEU ENTREVISTA A REVISTA PODER, DA JORNALISTA JOYCE PASCOWITCH, ONDE FALA SOBRE VÁRIAS COISAS DENTRE ELAS OS PORQUES DE FERNANDO HENRIQUE TER QUEBRADO E FEIO A CARA NA SUA EXPECTATIVA COM RELAÇÃO AO GOVERNO LULA, QUE SEGUNDO O EX MINISTRO DE TRÊS GOVERNOS, TEVE UMA "MÃOZNHA DE DEUS". O HOJE EX DEP FEDERAL, NÃO REELEITO EM 2006, DIZ AINDA QUE LULA TEM UMA INTELIGÊNCIA PRIVILEGIADA E QUE ELE SALVOU O CAPITALISMO BRASILEIRO. DELFIM, DÁ UMA VERDADEIRA AULA DE BRASIL QUE MUITA FACULDADE POR AÍ NÃO CONSEGUE PASSAR AOS SEUS ALUNOS. IMPERDÍVEL!

CONSELHEIRO GERAL DA NAÇÃO
por José Roberto de Toledo

Delfim Netto

Às vésperas de completar 80 anos, Antônio Delfim Netto continua trabalhando intensamente naquilo em que se especializou nos últimos 40: influenciar a política econômica nacional e, de quebra, alguns presidentes da República. Como ministro, trabalhou para três, todos da ditadura militar, ou do “regime autoritário”, como prefere dizer. A saber, Costa e Silva, Emílio Médici e João Figueiredo. Extra-oficialmente é difícil precisar quantos requisitaram seus conselhos. A lista é longa e inclui o atual ocupante do Palácio do Planalto. No começo de março, pouco antes de o governo lançar um minipacote para conter a valorização do real, Delfim esteve com Luiz Inácio Lula da Silva e um grupo de economistas. Ele disfarça. Diz que falaram do Corinthians.


De Lula, é só “inteligência privilegiada”, “salvador do capitalismo brasileiro”, “Darwin andando”. São alguns dos epítetos que lançou sobre o atual presidente. Já em relação ao antecessor, que conhece há meio século, Delfim exercita sua capacidade ofídica. “O tempo que (Fernando Henrique Cardoso) poderia ter aproveitado para fazer o desenvolvimento, ele aproveitou para se reeleger. E o que é pior: pra nada. Porque o segundo mandato foi mais lamentável que o primeiro.”


Paradoxos marcam a oitava década de vida de Delfim. O corpo em formato de pêra, as mãos bem cuidadas, o cabelo retinto, o bom humor e o estrabismo são os mesmos. Mas o ex-belzebu da esquerda é agora conselheiro de um presidente petista, dá longa entrevista para o blog do Zé Dirceu e chega a elogiar Karl Marx em artigos. Defende, com ênfase, os programas de transferência de renda do governo Lula e afirma que os direitos dos trabalhadores e a defesa do meio ambiente são definitivos. Por essas e outras, diz que o “viés de esquerda”, hoje em dia, virou sinal de trânsito.

Depois de não obter a reeleição para deputado federal, em 2006, poderia se esperar que Delfim, então com 78 anos, rumasse para a aposentadoria. Com um patrimônio declarado de R$ 2,1 milhões (principalmente em imóveis) e o direito a pensões obtido por passar décadas no serviço público, ele poderia confortavelmente se dedicar a ler mais livros de sua lendária biblioteca. Porém, a julgar pelo movimento de carros e pessoas no casarão que sua consultoria, a Idéias, ocupa no bairro do Pacaembu, o trabalho parece ter aumentado e não diminuído. Ao longo de um mês, Delfim profere pelo menos quatro palestras (a um preço apurado de R$ 10 mil cada), escreve uma porção de artigos, leciona algumas aulas e participa de várias reuniões com clientes e dos muitos conselhos para os quais foi nomeado ao longo da vida. Somam-se, ainda, as dezenas, se não centenas, de telefonemas. O economista está no topo da agenda de muitos colunistas, entre as chamadas “fontes jornalísticas” para os quais se deve ligar todo dia para trocar informações. Sim, trocar: quem dá mais recebe mais; quem não sabe nada, leva no máximo uma frase de efeito.


À revista PODER, Delfim falou por 52 minutos, no dia 18 de março, sobre o crescimento da economia brasileira e o impacto da crise nos Estados Unidos, sobre a eleição e os presidenciáveis para 2010, comparou governos e presidentes e até contou o que faz (e o que não) com seu dinheiro. Para facilitar a compreensão, a entrevista foi editada.


LULA
Ele tem uma inteligência absolutamente privilegiada. Eu acho que o Lula salvou o capitalismo brasileiro. Os economistas têm um vício terrível, de ignorar a distribuição de renda. O capitalismo é uma competição, uma guerra. O que você exige de mínimo para uma corrida ser honesta? Que todos tenham duas pernas. Construir um mecanismo que aumente a igualdade de oportunidades (programas de transferência de renda, como o Bolsa-Família) é fundamental para dar moralidade ao capitalismo. Se você não combinar esse sistema com o sufrágio universal, com a urna, termina muito mal.


O Lula conseguiu um fato elementar: aumentar a igualdade de oportunidades. É preciso que todos tenham a mesma oportunidade, senão vamos criar dois países. Isso não é garantia de resultado: é garantia de honestidade do ponto de partida. O homem é ele e suas circunstâncias, como dizia o nosso companheiro (Ortega y Gasset).


A idéia de que (os programas sociais) é assistencialismo é verdade. Só que é um assistencialismo que está montando uma porta de saída. É um assistencialismo que condiciona a educação, e agora, quando estende para as pessoas de 15 a 17 anos, está tentando colocar essa gente no mercado de trabalho. Há uma mudança de concepção. Essa é que é a contribuição do Lula. O Lula é um sobrevivente. O Lula é o Darwin andando. É um processo da seleção natural mesmo, e com uma vantagem: nunca leu Karl Marx.


Não adianta estar com ilusão: quando você entrega tudo para o economista, faz uma política economicista, sem levar em conta esses aspectos (as desigualdades), vem a urna e corrige. Nem (Hugo) Chávez, nem (Evo) Morales, nem (Rafael) Correa são acidentes. São tentativas de correções. O problema é que o sufrágio universal não garante correções na direção certa.


Quanto ao sucesso econômico, Lula foi muito honesto. A última frase dele é realmente sensacional: “Eu, mais uma mãozinha de Deus…”. E é nessa ordem mesmo.


FHC e a POLÍTICA ECONÔMICA
O país estava falido em 2002. Fernando Henrique entregou o país com a inflação rodando a 30% (ao ano), com as exportações crescendo a 4,5% (ao ano), com a dívida externa crescendo a 6,5% (ao ano), e US$ 17 bilhões de reservas. Tanto que para o Fernando iria ser “Lula, o Breve”: em seis meses ia ter inflação em 100%, ele ia ter de voltar ao Fundo Monetário, e o Fernando ia ser chamado de volta para salvar o Brasil. O que aconteceu de 2002 para 2003? Durante oito anos de Fernando, a exportação cresceu 4,5%, no primeiro ano Lula, cresceu 22%. Houve uma explosão no mundo, houve o aparecimento da China, da Índia… Essa é que é a “mãozinha de Deus”. E hoje você está em uma situação de bonança que é quase inacreditável. Você está com reservas de US$ 193 bilhões, está com as exportações crescendo de 17% a 18% (ao ano), felizmente as importações estão crescendo a 45%, de tal forma que esse superávit comercial vai diminuir mesmo. O que melhorou, na verdade, foi isso, o resto não mudou nada. Nem sequer a política cambial é melhor do que a anterior. Foram três coisas:


1) Primeiro, foi essa atitude de reconhecer que existe um negócio que nós temos de mudar; ainda que não vá poder dar, com a velocidade que se quer, a igualdade de oportunidades, as pessoas têm de ter a consciência de que está caminhando nessa direção, que é pra aceitar a política econômica. (No governo Fernando Henrique) não tinha sequer a concepção, era um negócio de atender pobre, pobre que o próprio governo estava construindo com uma política econômica devastadora;


2) Segundo, foi a “mãozinha de Deus”;


3) Terceiro, foi o PAC (Programa de Aceleração do Crescimento); o PAC colocou outra vez na mesa o problema do desenvolvimento. Fazia praticamente 20 anos que ninguém falava em desenvolvimento; o PAC aumentou o investimento público. Não é apenas o governo federal: o Aécio (Neves) está fazendo a mesma coisa, o (José) Serra está fazendo a mesma coisa. As pessoas não estão entendendo que está havendo um aumento do investimento público em infra-estrutura, e o efeito multiplicador do investimento público é muito importante.


O Fernando gastou um tempo imenso na reeleição (para aprovar a emenda constitucional) e com métodos heterodoxos. O tempo que ele poderia ter aproveitado para fazer o desenvolvimento, ele aproveitou para se reeleger. E o que é pior: pra nada. Porque o segundo mandato foi mais lamentável que o primeiro. Ele fez algumas coisas que foram importantes. A contribuição, talvez, mais importante foi a ordem nas finanças estaduais – é claro que ninguém passa oito anos sem fazer alguma coisa, seria um escândalo maior do que foi.


2010 e o CRESCIMENTO DA ECONOMIA
Desde os anos 40 estudos empíricos mostram o seguinte: o fator mais importante na eleição é o fator econômico. O presidente (Lula) terá uma importância muito grande na eleição. Se ele vai eleger (o sucessor), não sei. Mas ele vai ter uma importância muito grande se o Brasil continuar crescendo 5% a 6% ao ano, como tudo indica que vai continuar. Quais são os dois fatores que podem abortar o crescimento? É a crise energética e a crise em contas correntes. Os dois fatores, na minha opinião, estão mais ou menos resolvidos. Mesmo com a crise americana, você tem US$ 193 bilhões de reservas, e isso permite quatro anos de besteiras, que é o tempo pra comer isso, ou permite quatro anos de uma política melhor do que a atual.


(Quanto à) crise energética, a mãozinha de Deus deu mais uma ajudada (voltou a chover), o que prova que a nacionalidade dele é correta. Em menos de 12 meses, ele provou três vezes a sua preferência: com (os campos de petróleo de) Tupi, Júpiter e água. Em 2009, eu acho que você não terá mais surpresas porque o governo levou um susto dos diabos. Você poderia ter um problema de gás, porque a Petrobras é a única empresa em estado quântico, ela pode vender a mesma molécula para dois sujeitos, garantindo que vai entregar (em referência ao gás combustível prometido aos taxistas). Mas hoje os tais navios de gás liquefeito estarão no Brasil antes do fim do ano, 2009 eu acho que está superado. Co-geração vai ter um papel importantíssimo, o governo acordou, está deixando o pessoal do bagaço (de cana) entrar direto na linha, você tem aí guardados 3 mil a 4 mil megawatts que podem ser utilizados.


OS PRESIDENCIÁVEIS
Você tem o Ciro (Gomes), você tem o Serra, você tem o Aécio, você tem a Dilma (Rousseff), você tem o Patrus Ananias.


Dilma é, na minha opinião, a mais eficiente ministra do governo. Ela mostrou que tem uma capacidade administrativa muito grande. E mostrou mais: se livrou do viés que teve no passado. Era um viés antiprivatista, e com uma certa razão. Há uma assimetria de informação, o sujeito que vai disputar uma concorrência sabe muito mais do que o governo sobre a concorrência, e o que é pior, ele não conta para o governo; e segundo, você não tinha mecanismos de proteger o consumidor. A concorrência dos sete trechos das estradas federais fez cair a ficha: existem mecanismos de leilão desenvolvidos pelos economistas que tornam possível reduzir essa assimetria de informação, obrigam o sujeito a contar o que ele sabe e ainda protegem o consumidor. Esta é a grande revolução do governo, é a grande mudança do governo Lula do segundo mandato. Está trazendo os investimentos privados. Não estão acontecendo na velocidade que a gente gostaria porque não há projeto.


O Patrus é o outro lado, do aumento da igualdade de oportunidades. O governo dispõe de dois vetores, mas muito menos visíveis que os dois vetores da oposição.


Aécio e Serra estão fazendo uma administração de muito boa qualidade, os dois estão procurando enfrentar os problemas. Mas São Paulo tem muito mais problemas. Esse problema do trânsito de São Paulo, por exemplo, é uma tragédia e vai desabar em cima do governo, queira ou não queira, não tem como fugir dele. O Serra está fazendo um bom governo. O Aécio está fazendo um bom governo. Agora, o PSDB é uma coisa insondável.


O Ciro corre por fora. O Ciro tem um recall. Tem algumas idéias com um certo charme, tem algumas outras com menos charme, mas eu acho que ele está posto. O Ciro não é um azarão, o Ciro é uma coisa estranha, de vez em quando ele tropeça nele mesmo. Se não tropeçar nele mesmo, a coisa do Ciro é muito mais séria do que parece. Ele tem uma mensagem que fala à sociedade.


A Dilma nunca foi submetida a uma eleição. O Jânio (Quadros) me dizia: “Delfim, ganha a eleição quem foi mais ouvido”. Pega o Mitterand: uma vez, duas vezes, três vezes, na quarta vez se elege. É por acumulação. O tal recall é uma somatória de recalls (de várias eleições). Aqui você tem dois que têm um recall enorme, o Serra e o Aécio estão colocados aí há oito, 12 anos. Foram submetidos a duas, três eleições. Essa acumulação persiste. Eu acho que eles têm essa vantagem. No governo, o Patrus tem um recall local, não tem um recall nacional. Ele leva certamente uma desvantagem nesse processo. Mas tem uma vantagem, que é o carro com o motor funcionando que poderá movê-lo.


O BRASIL NO MUNDO
Eu acho que o Brasil tem todas as condições de continuar crescendo entre 5% e 6% ao ano, porque os fatores que abortam o crescimento não vão aparecer. O Brasil poderá ter muitas surpresas, mas eu acho que o Lula está prevenindo a maior de todas as surpresas, que é a eventual queda dos preços dos produtos agrícolas e minerais que são exportados. Esse programa exportador industrial que está sendo montado pelo Miguel Jorge (ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) se destina a começar a construir de novo um setor exportador industrial enérgico.


A hipótese da OMC (Organização Mundial do Comércio) é a mais indecente de todas: “Para o Brasil, a agricultura e o minério, para a Índia, os serviços, e para a China, a indústria”. Banana pra eles! Nós vamos ter, daqui a 25 anos, de 240 a 250 milhões de habitantes, teremos de dar emprego para 140 milhões de brasileiros entre 15 e 65 anos, ninguém vai fazer isso com exportação agrícola e mineral. Nós somos vítimas de um complexo malthusiano. O progresso tecnológico nesses dois setores economiza mão-de-obra e economiza terra.


A hipótese da OMC (Organização Mundial do Comércio) é a mais indecente de todas: “Para o Brasil, a agricultura e o minério, para a Índia, os serviços, e para a China, a indústria”. Banana pra eles! Nós vamos ter, daqui a 25 anos, de 240 a 250 milhões de habitantes, teremos de dar emprego para 140 milhões de brasileiros entre 15 e 65 anos, ninguém vai fazer isso com exportação agrícola e mineral. Nós somos vítimas de um complexo malthusiano. O progresso tecnológico nesses dois setores economiza mão-de-obra e economiza terra.


DIREITOS ADQUIRIDOS
Hoje, duas coisas são conquistas: a defesa do meio ambiente pode até ser exagerada, mas é um negócio definitivo. Eu, quando era moleque nas ruas do Cambuci, matava passarinho e comia o passarinho. Hoje, qualquer criança, se você contar isso, tem de ir para um psiquiatra. E a segunda é que não tem mais jeito de você retirar direito dos trabalhadores. Você tem de permitir que eles negociem os seus direitos, sob a proteção da lei. O Brasil conseguiu isso com o velho jeitinho. Tudo no Brasil é negociável. Você vai para a Justiça do Trabalho e negocia tudo. É por isso que o Brasil tem um sistema muito mais flexível do que parece.


REAL X DÓLAR
Perguntaram para ele (Warren Buffett): “Como você ganhou US$ 100 milhões com o real?” E ele: “É que tem uns idiotas lá embaixo (no Brasil)”. Esse é um problema que vem desde o primeiro mandato do Fernando Henrique, que teve de fazer 22% de juro real durante quatro anos para manter o real valorizado. Qual a razão de pagar essa taxa de juros? “Ah, se não pagar esses juros os bancos brasileiros não financiam (a dívida pública)”. Vão aplicar onde? Vão ter de aplicar no setor privado a taxas ainda mais baixas. Tudo isso é uma das maiores mistificações em nome da ciência econômica já construídas.


APLICANDO DINHEIRO
Eu nunca comprei uma ação. Eu não tenho nenhuma atração por ações. Eu reconheço que, no longo prazo, a bolsa é a melhor aplicação. Você tem uns 100 anos de experiência bem registrada mostrando que a bolsa dá uns 3% real acima dos outros investimentos no longo prazo. Quem aplica em bolsa tem de estudar, tem de prestar atenção. Quem não tem tempo pra isso é melhor comprar um “fundinho” (cotas de fundo de investimento).


LEITURAS
Entender o mundo de hoje, pra mim, é procurar entender como ele funciona economicamente. Não creio que haja algum livro-chave hoje em dia para isso. Dos livros do passado, eu diria que está tudo em Adam Smith, desde que você leia os dois: Teoria dos Sentimentos Morais e A Riqueza das Nações. Está tudo lá. No Adam Smith o agente era um agente moral. Ele inventou um observador que era uma coisa interna do sujeito, ele tinha uma moralidade implícita, como se fosse um imperativo categórico. O observador invisível estava dentro de você. A nossa crise é produto da imoralidade de funcionamento do sistema. O sistema financeiro nasceu para servir a economia real, mas ele se apropriou da economia real. Qual é a única regra moral do sistema financeiro? O maior lucro possível, no menor tempo possível, para obter o maior bônus possível e correr para aplicar em papéis do Tesouro americano.


http://revistapoder.uol.com.br/revistapoder/mat1.html

Anônimo disse...

CHEIRO DE PLANTAÇÃO....

A NOTA ABAIXO, ESTÁ NO SITE DO JORNALISTA CLAUDIO HUMBERTO E TEM JEITO, CHEIRO E FORMA DE PLANTAÇÃO DOS SARNEY PARA TENTAR QUEIMAR JACKSON NA MIDIA NACIONAL. PARA SE TER UMA IDEIA O TEMA DA NOTA É DESCONHECIDO ATÉ DOS MARANHENSES QUE NÃO SABIAM DA PREPOSIÇÃO DO DEP TATÁ MILHOMEM, SARNEYSISTA DE CARTEIRINHA. ESTA TURMA DO SARNEY NÃO TEM JEITO MESMO.....

14/04/2008 | 0:00


Em defesa do babaçu

O Maranhão não terá palmeiras onde canta o sabiá se o governador Jackson Lago aprovar projeto do deputado Carlos Alberto Milhomem para derrubar o babaçu em zonas urbanas de todo o Estado. Cem mil empregos estariam ameaçados.

www.claudiohumberto.com.br

Anônimo disse...

SARNEY, AQUELE NÃO INDICA NIGUÉM A LUGAR ALGUM ATACA NOVAMENTE....

DEPOIS DE BRIGAR PELA INDICAÇÃO DE LOBÃO E DO PRESIDENTE DA ELETROBRÁS, SARNEY AQUELE QUE CONHECE TODO MUNDO, MAS NUNCA INDICOU NINGUÉM A CARGO ALGUM, QUE NUNCA SE UTILIZOU DA SAU CONDIÇÃO DE EX PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA BRIGAR POR CARGOS, QUER AGORA UM NOME DE SUA CONFIANÇA NA DIRETORIA DA ANATEL, AGÊNCIA REGULADORA DO SETOR DE TELEFONIA. A FOME DE PANTALEÃO POR CARGOS DEVINITIVAMENTE NÃO TEM LIMITES......

A NOTA BAIXO É DE O GLOBO, EDIÇÃO DE ONTEM, DOMINGO 13/04/2008

Vaga de diretor da Anatel cria disputa entre PT e PMDB

Ministro indica a Lula nome ligado a Sarney e petista reage

Mônica Tavares
BRASÍLIA. Uma nova disputa se desenha entre PMDB e PT nos corredores do Palácio do Planalto, desta vez pela última vaga aberta no conselho diretor da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Após apoiar a candidatura do atual superintendente de Serviços Privados do órgão regulador, Jarbas Valente, o ministro das Comunicações, Helio Costa, decidiu indicar ao presidente Lula Emília Maria Silva Ribeiro, nome do senador José Sarney (PMDB-PA) e hoje representante do Senado no conselho consultivo da Anatel. Costa, senador licenciado por Minas Gerais, é cota peemedebista no ministério.
Presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Câmara, Walter Pinheiro (PT-BA) estranhou a escolha, dizendo que o ministro defendia Valente. O PT, inicialmente, queria para a vaga Murilo Ramos, professor da UnB e ligado aos movimentos de democratização da comunicação. Como Valente tem perfil técnico, os petistas acabaram concordando com a indicação de Costa. Pinheiro disse que se fosse chamado para a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), por exemplo, não aceitaria, "mesmo sendo político", por não ter experiência na área.
- Temos necessidade de substituir diretores por quadros técnicos - disse Pinheiro, antecipando a briga a ser decidida por Lula, a quem cabe indicar ao Senado o candidato à vaga na Anatel, aberta com a saída de José Leite Pereira Filho.