terça-feira, 27 de maio de 2008

Cassação de Jackson

O jornal Estado do Maranhão do grupo Sarney, assim como a TV e as inúmeras rádios de sua propriedade, vêm marcando datas desde o começo do ano para a saída de Jackson do governo. Ameaçam-no com a cassação de seu mandato de governador. Falaram que seria em janeiro. Como não aconteceu passaram a publicar que seria em março. E pelo mesmo motivo de março, passou para abril, maio e hoje li no jornal que será, sem falta, em junho. Falam em informações de advogados conceituados e muito bem informados. Não dizem, porém, os nomes desses advogados misteriosos. Tudo lorota.

Essa tática também fazia parte do arsenal de desmoralização que tentaram contra mim, sem nenhum resultado, pois cumpri integralmente o meu mandato, sem correr nenhum risco real de que isso acontecesse.

Utilizam a mesma tática com Jackson. Não têm senso de ridículo e fazem isso no maior descaramento, tentando passar o que não possuem, que é credibilidade. Nem imaginação. Repetir a mesma tática com outro governador é brincadeira.

Na verdade, uma unanimidade de advogados sérios diz que tal processo não será julgado esse ano. Principalmente depois que o advogado e deputado federal Flavio Dino mostrou a inconsistência das testemunhas de acusação durante a oitiva em São Luis. Foi um vexame para os patrocinadores da causa e foi grande a decepção que tiveram. O processo é na verdade uma farsa sem futuro no tribunal. Sabem disso, mas Sarney precisa manter viva a expectativa de poder que criaram junto aos políticos. Senão, a debandada seria muito forte. Dizem que Roseana até está humilde, ou pelos menos tenta dar essa impressão aos que lá são chamados. Está uma simpatia só! E o Jorge será que também participa dessa reformulação de personalidades? O que faz a perda do poder! E que diferença da arrogância dos tempos do governo, em que tratavam mal a todos os políticos, certos de que todo aquele poder nunca trocaria de mãos.

Para tentar ganhar eleições o Sarney apela para todo o tipo de baixarias. Não foi sempre assim? Com Cafeteira, hoje seu aliado incondicional, tivemos a operação Granville, ameaça de flagrante de drogas em familiares, e o famoso caso Reis Pacheco, episódio que tentou envolver até mesmo o ministro da Justiça da época em espalhafatosa audiência, acompanhado de grande séquito, com a exigência de rigorosas apurações do que sabia ser uma grande invenção, tal como ficou provado na época. E Cafeteira foi acusado do assassinato de uma pessoa que, em lamentável acidente de carro, atropelou e matou o seu sogro. Esse fato ocorreu à época do mandato deste como governador, mas a farsa foi montada e usada apenas 5 anos depois, quando disputou eleição com Roseana em 1994 no segundo turno. O resultado de toda essa pantomima é que influiu no resultado da eleição, porque só foi descoberto que Reis Pacheco estava vivo às vésperas do pleito. Ele gravou uma entrevista desmentindo a morte que foi ao ar no último dia da propaganda eleitoral. Mas a oligarquia providenciou para que faltasse energia em todo o interior do estado, nesse horário. Assim, ninguém viu o programa e não soube que Cafeteira não era um assassino.

Agora a tática é outra. Apela para os tribunais, mandando montar processos para tentar desestabilizar o Governador. Aliás, todos os governadores que não rezaram por sua cartilha.
No meu governo, acompanhado de um grande grupo de políticos do seu grupo, ele também formulou denúncia contra mim junto ao ministro da Justiça, pedindo proteção ao vice-governador, sob o argumento de que eu teria mandado o Chefe da Casa Militar agredi-lo. Não deu certo, pois o ministro percebeu a jogada e me telefonou. Assim, contei-lhe a verdadeira versão do ocorrido e mandei material comprovando que a agressão partiu do vice-governador e o Chefe da Casa Militar do Governo, com muito sangue frio, percebeu o ardil e não reagiu, como eles queriam. A TV da propriedade do Sarney, "por acaso” estava lá registrando tudo, mas imagens não mentem e o plano foi por água abaixo.

Outra dele, incansável contra mim, foi a vinda de um delegado da polícia federal, de São Paulo, em missão especial. Queria confiscar os computadores da Seplan, que tinham toda a movimentação financeira do governo, imobilizando a ação do governo durante um bom tempo. Na verdade, a especialíssima missão do delegado, deslocado de São Paulo para cá, tal a importância da missão, era apurar uma nota, colocada por algum hacker no site do governo, e que o senador considerou uma agressão enorme. A TV e os repórteres do grupo devem ter um grande poder de premonição, pois estavam todos na porta da Seplan para acompanhar a missão e anunciar a invasão da polícia federal ali. Escândalo nacional, queria o senador. Só não deu certo porque o delegado precisava de autorização judicial e o juiz federal Ney Bello Filho, vendo que era descabido o pedido, negou-o, e a operação naufragou. Até onde vai a imaginação desse homem para fazer o mal aos seus adversários?

Foram inúmeras as tentativas contra mim. O homem não se cansa e não tem limite ético para elas.

Alguém precisa dizer para a senadora Roseana Sarney que em Brasília é grande o comentário nos gabinetes dos ministros sobre os inconvenientes e insistentes pedidos dela para que eles a visitem em sua casa, obrigatoriamente, ao visitar São Luis. Ela precisa dessa foto no seu jornal para mostrar o seu enorme poder. Se ainda fosse o pai...

4 comentários:

Anônimo disse...

GOVERNO PARALELO: Assim pode se definir a visita do ministro Edison Lobão ao Maranhão. Numa tentativa sem igual em fazer os maranhenses acreditarem que, ele somente ele, foi capaz de trazer um grande investimento para o Estado, Sarney faz com seu marionete tudo mostrar que tem o Poder do Governo Federal sob controle. Nunca se viu tamanho espetáculo pirotécnico em terras Timbira. Parecia que, ele, Lobão era o governador-ministro, tamanha sua euforia diante de um bando de puxa sacos. O que o presidente Lula vinha fazer no Estado dia 5 de maio, foi exatamente o que se viu ontem, que era lançar a refinaria em solo maranhense. Mas como “deve” a seu conselheiro dividendos eleitorais, ficou no Planalto e mandou o Lobão para satisfazer o ego da senadora Roseana e seu grupo. Caso Lula tivesse vindo ao Maranhão, o Sarney veria no gesto, uma legitimação do governo Jackson, e o naufrágio que se tornaria seu esforço para cassar o Jackson. Por isso impôs seu arsenal para que Lula não viesse ao Maranhão.

Anônimo disse...

A Rede Globo acaba de divulgar sua pesquisa boca-de-urna apontando a vitória do ex-prefeito Jackson Lago (PDT) sobre Roseana Sarney (PFL): 53% a 47%. A pesquisa foi feita em apenas nove municípios.

ESTA FOI A VITÓRIA DO POVO QUE ELES NÃO ACEITAM

Ricardo Santos disse...

Ricardo Santos:


A eterna carência, de ter que se auto-afirmar, usando seu ultra-super-mega aparato tecnológico (tvs e rádios, jornais, blogues etc...) Como já conheço o esquema, prefiro então ler o livro "a candidata que virou picolé."

GUSTAVO LOPES disse...

Ao contrario do senador Jéferson Peres que foi uma reserva moral no Senado, Jose Sarney é uma reserva imoral. Aliado de todos os governos do Brasil desde os militares ele conseguiu se manter no poder, mas pela vontade do povo do Maranhão foi lhe dado um basta. E o Maranhão quer ver ele agora muito, mais muito longe daqui, porque só assim este estado poderá enfim progredir.