sexta-feira, 30 de maio de 2008

Contraponto

1) Colunaço do Pêta (Data de Publicação: 25 de maio de 2008) Prestem bem atenção nesse ofício que o senador José Sarney encaminhou à Assembléia Legislativa do Estado através do deputado César Pires, e que foi divulgado na última quarta-feira, no Diário Oficial daquela Casa: Sarney deixa claro que a culpa da pobreza no Maranhão é dos governos anteriores, dentre os quais, óbvio, ele inclui os dois governos da sua filha Roseana. Eis, na íntegra, o ofício de Sarney que chegou às mãos de Pires e que agora está nos anais da AL: “Em atenção a Vossa Excelência, deputado César Pires, respondo ao Ofício Circular e à Indicação que me dirigiram acerca dos indicadores sociais do Maranhão. Creio que fiz uma exposição das causas históricas, geográficas, sociais e políticas na série de artigos sobre a pobreza do Maranhão que exprimem o meu pensamento sobre a questão, e de que envio cópia anexa. Por outro lado, não posso deixar de mencionar o fato de que tivemos alguns governos infelizes e até desastrosos, bem como alguns políticos que comandaram o Estado durante muitos anos, mas nunca se preocuparam com a questão social e nada fizeram para solucioná-la”. Brasília, 4 de abril de 2008. Atenciosamente, José Sarney”.

Observe bem que Sarney afirma taxativamente que “tivemos alguns governos infelizes e até desastrosos”, e culpa os políticos que comandaram o estado “durante muitos anos”!!! Bom, para início de conversa, quem comandou de verdade os três poderes do Estado durante 40 anos, utilizando nacionalmente o Maranhão como moeda de troca ao longo dos vários governos federais, foi o próprio José Sarney!!! Em segundo lugar, o político, no caso a política, que ficou mais tempo no governo do Estado foi sua filha Roseana, que comandou o Maranhão durante 8 anos, em dois mandatos seguidos!!! Donde se conclui que o recado do Sarney, antes de Castelo, Luiz Rocha, Cafeteira, Lobão e João Alberto, atinge em cheio a própria filha!!! Eu, hein, esse Sarney, pra tentar livrar a cara, não perdoa nem a própria filha.

2) A revista Veja desta semana, na sessão Holofote, informa que o ex-ministro das Minas e Energia, Silas Rondeau, está trabalhando prestando serviços de consultoria ao setor elétrico. Informa também que nas reuniões com empresários ele tem a companhia de Astrogildo Quental, Diretor Financeiro da Eletrobrás. Complicado isso.
A Veja publicou tempos atrás, quando Silas ainda era ministro, que toda terça feira, no final da tarde ele se reunia com Fernando Sarney em um escritório que Fernando mantinha no Lago Sul. Quando Fernando foi presidente da Cemar, Silas era diretor. O elo de união deles todos, e mais alguns, é Fernando Sarney. Inclusive padrinho de todos nas indicações bancadas por Sarney.

3) Quem se lembra dessa notícia escrita pelas jornalistas Eugênia Lopes e Rosa Costa, na Folha? Sarney riu de Jefferson Péres – Na casa de Sarney, tropa de choque ri do “pobre relator”. Renan comemora salvação do mandato ao lado do ex-presidente, um dos articuladores da estratégia - Depois da absolvição, Renan Calheiros(PMDB-AL) foi direto para a casa do senador e ex-presidente José Sarney(PMDB-AP) no Lago Sul- considerada o centro do poder do PMDB em Brasília. Ali, Renan foi recepcionado por meia dúzia de peemedebistas. Em setembro, quando foi absolvido no caso Mônica Veloso, a comemoração foi na casa da filha de Sarney, a líder do governo no Congresso, Roseana Sarney(PMDB-MA).
Sonoras gargalhadas eram ouvidas do lado de fora da casa. Renan, segundo um dos comensais, mais de uma vez se referiu ao senador Jefferson Péres(PDT-AM), que pediu sua cassação no Conselho de Ética, com a expressão “pobre relator”.

Comentário do Blog - Antes de ter o ataque cardíaco que o matou, ele dizia estar desencantado com o Congresso, o pior que já tinha visto. E que não iria mais tentar se reeleger. Pudera, com tais colegas!

4) Bomba Relógio - artigo de Valdo Cruz na Folha de São Paulo:

Lula precisa desarmar uma bomba relógio que está sendo colocada no seu colo. Se não elevar o superavit primário e reduzir os gastos públicos, vai deixar o Banco Central sozinho no combate à inflação e a explosão já estará programada, sem volta.

Afinal, o BC, não tenham dúvidas, vai cumprir sua missão institucional, de preservar o valor da moeda brasileira, segurando a inflação o mais perto possível do centro da meta, de 4,5% ao ano.
O resultado lá na frente será uma inflação domada à custa de uma política monetária austera, com um ciclo de alta dos juros bem mais longo do que o imaginado pelo próprio Banco Central.
Por quê? Porque o cenário da inflação piorou. Depois do choque dos alimentos, veio o dos preços dos minerais. Além disso, o cenário internacional também ficou pior. E deve se agravar ainda mais. O ajuste na economia norte-americana deve se aprofundar no final do ano, depois das eleições. E, junto com a inflação baixa, que será entregue pelo BC, virão também um crescimento do PIB menor, receita em queda e despesas lá em cima. Uma conjunção totalmente desfavorável para a nossa economia. Culpa do BC? Não, mas de uma política econômica bastante desequilibrada.

É mais ou menos esse alerta que alguns economistas têm feito ao presidente Lula nos últimos dias. Alerta que levou o petista a adiar o anúncio do Fundo Soberano. Ele ficou de refletir e discutir melhor o tema, do qual não desistiu, com sua equipe econômica nesta semana.
Os interlocutores do petista lembraram um detalhe que pode pesar na hora da decisão. Em 2008, a crise não provocará grandes estragos no crescimento do país. Ele já está contratado e ficará perto de 5%.
A conta será cobrada no próximo ano. É lá que a bomba-relógio pode explodir. Aí Lula corre o risco de, se não fizer o ajuste agora, ter dois últimos anos ruins de mandato. Adeus eleição do sucessor.
5) Ex-blog do Cesar Maia- A discussão que importa neste momento é a seguinte: nos últimos 12 meses, a cesta básica subiu 30%. Isso é muito grave. E afeta todo mundo. Incluindo as pessoas mais pobres que recebem o Bolsa-Família do governo. Por causa da inflação, o Bolsa-Família já não tem o mesmo valor de seis meses atrás.
6)Ex-blog do César Maia- AMAZÔNIA- O prof. Lutzemberg, ex-ministro do Meio Ambiente, dizia que primeiro há que se entender as razões internacionais. Que o corredor amazônico recebe um fluxo de ar quente do Atlântico e que as matas e rios amazônicos realizam um processo de evaporação e chuvas que funciona como uma turbina de ar quente, que sobe a cordilheira e depois escorrega pelas Montanhas Rochosas e garante a habitabilidade do Canadá e a região nórdica da Europa. E que a redução desse turbilhão gerará esfriamento progressivo e que, em volumes maiores, uma idade glacial localizada ali, cuja estimativa mínima é que dure 10 mil anos. E que se isso tender a ocorrer, será inevitável algum tipo de intervenção e que por isso mesmo devemos tomar a iniciativa de preservação radical nos moldes preconizados internacionalmente- leia-se Europa e Estados Unidos.

6) Vale decide vender sua participação na Usiminas e decidiu acelerar negociações com outras siderúrgicas para a construção de novas usinas no Brasil, provavelmente no Pará e no Maranhão. As especulações giram em torno da japonesa JFE e da indiana Tata Steel. É muita coisa para uma eleição só, a de governador em 2010! Será?

7) O presidente da Petrobras Sergio Gabrielle, afirmou ontem que os estudos sobre a localização da nova refinaria brasileira “indicam o Maranhão” como área mais viável do ponto de vista técnico. Gabrielle disse que “os estudos estão sendo concluídos, etapas estão sendo feitas e as etapas dos estudos até agora indicam o Maranhão”. Assim, é realmente uma escolha técnica, como disse o presidente Lula ao governador Jackson Lago, há mais de um mês atrás.

2 comentários:

Anônimo disse...

RECORDAR É VIVER...

Do site do jornalista Chico Bruno
01.06.2008 | 09:39:02
José Sarney
De "grande ladrão" a conselheiro

Domingo é um bom dia para refrescar a memória dos leitores deste "Política & Cia. Iltda".
Talvez poucos se lembrem do que em 1987, em discurso proferido em Aracaju, o então deputado federal Lula, o mais votado do país, falou do senador José Sarney (PMDB-AP), na época presidente da República.
- Antigamente se dizia que o Adhemar de Barros era ladrão, o Maluf era ladrão. Pois bem: Adhemar e Maluf são trombadinhas, perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz, disparou Lula, classificando Sarney como o “câncer da política brasileira”.
A íntegra deste discurso está transcrita no livro "PT Saudações", do ex-deputado estadual petista sergipano Marcelo Ribeiro.
Num outro momento, Lula, que chamava Sarney de “imperador do Maranhão”, afirmou que seu governo não se diferenciava em nada do governo anterior, do general João Figueiredo.
Como Lula, de uns tempos para cá, se classifica como uma "metamorfose ambulante", tem hoje como um de seus principais conselheiros o " grande ladrão" José Sarney.

Publicado ou Escrito por Chico Bruno

Anônimo disse...

José Sarney
De "grande ladrão" a conselheiro

Domingo é um bom dia para refrescar a memória dos leitores deste "Política & Cia. Iltda".

Talvez poucos se lembrem do que em 1987, em discurso proferido em Aracaju, o então deputado federal Lula, o mais votado do país, falou do senador José Sarney (PMDB-AP), na época presidente da República.

- Antigamente se dizia que o Adhemar de Barros era ladrão, o Maluf era ladrão. Pois bem: Adhemar e Maluf são trombadinhas, perto do grande ladrão que é o governante da Nova República, perto dos assaltos que se faz, disparou Lula, classificando Sarney como o “câncer da política brasileira”.

A íntegra deste discurso está transcrita no livro "PT Saudações", do ex-deputado estadual petista sergipano Marcelo Ribeiro.

Num outro momento, Lula, que chamava Sarney de “imperador do Maranhão”, afirmou que seu governo não se diferenciava em nada do governo anterior, do general João Figueiredo.

Como Lula, de uns tempos para cá, se classifica como uma "metamorfose ambulante", tem hoje como um de seus principais conselheiros o " grande ladrão" José Sarney.

Publicado ou Escrito por Chico Bruno