Uma foto diz tudo. Publicada no jornal da família, ilustrando uma notícia relacionada à recuperação de uma avenida em São Luís, vemos o Secretário da Saúde, Ricardo Murad, gesticulando, como se ordens estivesse proferindo. Ladeando-o estão o Governador João Alberto e o Secretário de Infraestrutura Max Barros. Não se surpreendam, tratava-se de obra de recuperação em uma avenida!
Então, o que fazia lá o Secretário de Saúde, sobretudo em um momento em que as UTIs neonatais do Materno Infantil e de outros hospitais estão interditadas por contaminação bacteriana? Será que esse último fato não seria suficientemente grave para também merecer um pronunciamento e, mais do que isso, uma visita do todo-poderoso Secretário? Silêncio. Devemos então constatar que os assuntos de saúde não são com ele?
Não bastasse isso, o que falar sobre os milhares de “alagados”, como são chamados as vítimas das enchentes, que sobrevivem acampados em locais infectos e atacados por todo tipo de enfermidades (aliás, esperadas em acontecimentos como esse), sem nenhum socorro ou assistência por parte do governo? Será que essas pessoas encontram-se de fato relegadas a sua própria sorte, abandonadas ao seu sofrimento, também ignoradas pelo Secretário? Dizem que o gabinete que faz jus como Secretário é o local que menos visita...
Claro, não poderia ser diferente, já que, quando não está na Assembleia, atropelando o líder do governo, como à propósito já denunciou um revoltado deputado do seu grupo, pode ser encontrado visitando obras de outras areas do governo, demonstrando a todos o seu grande poder, inclusive sobrepondo-se ao Governador em exercício, como bem demonstra a foto citada.
Será que Ricardo Murad já soube que o governo atual suspendeu a distribuição de medicamentos controlados, fato gravíssimo pelas dificuldades e riscos que essa ação impõe às pessoas doentes que precisam tomar esses remédios todos os dias?
Tais remédios são caros e as famílias às vezes têm renda menor que o valor dessa medicação ao longo de um mês. Correm risco de vida, conforme denunciam os jornais independentes. Nesse ínterim, o Secretário de Saúde quer é usufriur do fato de ser o todo-poderoso de um governo medíocre e inventor de factóides, como esse imposto aos maranhenses por um tribunal. Era para isso que queriam-no?
Aliás, quando Roseana e sua trupe reuniu os prefeitos em Palácio para mostrar o que achava ser um grande projeto (o controvertido programa de construir 65 hospitais), decepcionou-se deveras, pois teve que ouvir contestações dos Prefeitos, que queriam opinar sobre tal programa. Eles, em sua arrogância habitual, não conversaram com nenhum dos gestores municipais e fizeram o programa sem conhecer a realidade local, que é muito diferente do que imaginaram. O que querem na verdade é fazer um programa para entregar obras a alguns amigos. São dez lotes, ou dez empreiteiros, numa média de R$ 35 milhões para cada.
Assim, nem querem saber da participação de prefeitos nem de convênios, fazendo a coisa certa, que é transferir-lhes a execução das obras. O que lhes caberia afinal seria a fiscalização e a equipagem dos hospitais com aparelhos, remédios e corpos médicos, além, naturalmente, de funcionários. Mas, e os empreiteiros e as eleições do ano que vem, como ficariam?
Definitivamente não é o estilo desse governo fazer parcerias com os prefeitos. Convênios jamais. Roseana, em seu primeiro governo, deixou que Jorge, o todo-poderoso daquele tempo, pegasse o dinheiro do governo federal, destinado a colocar água em dezenas de municípios, juntasse tudo no governo e contratasse alguns empreiteiros amigos, em lotes, para fazer as obras. O resultado é que quase dez anos depois, a grande maioria dessas obras ainda não está concluída, com problemas de toda a ordem. A população que se dane, devem pensar.
Esse governo está destinado a dar errado pois só governadores, há três. Um triunvirato às avessas. A primeira: a eleita por quarto votos, o segundo: seu vice, e o terceiro: o Secretário da Saúde e governador de fato. Este último, incontrolável, irradiando soberba por onde passa e colocando os outros governadores em seu devido lugar…
A sociedade reclamou da falta de transparência do governo e do veto ao projeto moralizador institucionalizava a prática, possibilitando o acompanhamento da utilização do dinheiro público em todas as contas do governo. Eles, como sempre, tentam inventar outro factóide, figindo dar transparência aos seus atos. Foi isso que tentou fazer um Secretário de estado, ao dizer que o governo ia abrir as suas contas por meio de um manjado programa chamado Contas Abertas, que nada mostra. Por ali ninguém pode acompanhar conta nenhuma, contrato nenhum, ato nenhum do governo. Uma brincadeira. Como se todos fossem idiotas...
E o Senador Sarney? Já não tem um mínimo de credibilidade. É motivo de chacota e gozação de toda a imprensa nacional. E ele ainda alimenta tudo quando doa o seu castelo em Sintra, Portugal para a família Bogéa, proprietários do Jornal Pequeno., ao mesmo tempo em que afirma possuir nenhum. Pode? Vá entender…
Além disso, de maneira semelhante ao que acontece com sua filha, a Governadora do Maranhão, assiste de camarote sua autoridade sumir, minimizada pelo avanço de Renan Calheiros sobre o comando do Congresso. Hoje, todos sabem, quem manda é este último, que ultimamente enfrenta até Lula.
Sarney penosamente vai contando os dias para terminar sua agonia. Não foi por falta de aviso. O preço para colocar Roseana no governo foi alto demais até para ele. Mexeu com gente muito poderosa e assim os podres de suas gestões no Congresso estão vindo à tona de maneira crua, destruindo a biografia que, às custas de muito sacrifício, seguia impondo. Agora não dá mais.
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