terça-feira, 9 de março de 2010

Sem Piloto no Comando

Essa história de mais de um no comando nunca, em lugar nenhum, deu certo. Não seria aqui no Maranhão que isso mudaria... E a comprovação dessa assertiva é o que estamos assistindo agora. Aliás, tudo se repete... No período anterior em que Roseana Sarney ocupou o governo, mais precisamente no início do segundo mandato, tratou de fazer uma reforma administrativa que na prática passava o governo para o seu marido Jorge Murad. Ela cuidava apenas das aparências e das campanhas publicitárias. O resultado foi a “década perdida”, como ficou marcado esse período do Maranhão, segundo análise elaborada pela Secretaria de Planejamento do seu próprio governo.

Esta mesma época notabilizou-se pela privatização da Cemar e do Banco do Estado, ambos vendidos a preços de banana e o segundo, por meio de uma nebulosa transação em que o estado se endividou em R$ 380 milhões e vendeu o Banco por R$ 78 milhões. Negócios típicos de Roseana Sarney.

Também foi a época do Tele-Ensino do antigo segundo grau, que custou ao estado mais de R$ 100 milhões junto a Fundação Roberto Marinho e logo em seguida foi abandonado, porque de nada serviu e acabou por prejudicar muitos jovens que acreditaram na propaganda do governo. Este mesmo engodo resultou na ausência de ensino médio em muitas localidades maranhenses e existente em apenas 25% do estado.

Foi ainda o tempo em que o estado se “consolidou” como o mais atrasado e pobre do país, afastando negócios e empresários, que temiam a interferência da família Sarney.

Por fim, foi também a época em que os políticos da sua própria base foram humilhados e maltratados, sem conseguir sequer serem recebidos pela governadora. Tempo em que fulguraram as famigeradas gerências, pura cosmética, cuja função principal era manter os políticos longe do Palácio do Governo. Nenhum político se esquece desse período...

Hoje, governando sob o manto da ilegitimidade, oriunda de uma decisão extremamente controvertida do TSE, que colocou no governo a perdedora das eleições, o comando do estado virou bagunça total. Sim, porque atualmente, vários mandam e quem empurra o governo no “vai ou racha” é o Secretario de Saúde. Jorge Murad, vendo o perigo, já tomou para si o controle das Secretarias do Planejamento e Fazenda, se reunindo semanalmente com os titulares dessas pastas.

Assim, com a inapetência da governadora, instalou-se a bagunça e o vale-tudo. Deputados da própria base de apoio ao governo botam a boca no mundo e dizem que os secretários estão comprando os seus redutos. Em consequência disso, ameaçam uns aos outros, alegando a existência de fitas gravadas comprovando o que dizem. E Roseana nem aí, não é com ela. Agora vejam: se isso acontece na base do governo, imaginem o que estão fazendo com a oposição?

Mas o que esperar de um grupo que, para ganhar o governo, montou dossiês falsos, chantageou pessoas temerosas de retaliações e gastou dinheiro com outras?

Quem vai pagar pela paralisia que tomou o Maranhão desde o ano passado? Quem vai pagar a irresponsabilidade dos empréstimos sem destinação e que foram tomados apenas para engordar o caixa do governo nessa época de eleições? Todos nós, evidentemente.

Mas o povo percebe e não perdoa. Pirotecnias não vão adiantar. O secretário Gastão Vieira, quando disse semana passada em reunião com as classes produtoras que estava ali representando a governadora Roseana Sarney, passou pelo constrangimento de ter que ouvir aturdido uma imediata e estrondosa vaia que demorou a cessar.

Como ela pode melhorar? De imediato, só se passar o governo para outro. Como não vai fazer isso, só se assumisse tentando tomar as rédeas do poder para tentar dar um rumo qualquer a sua sofrível gestão.

O povo tudo vê e vai tirando suas conclusões. Mesmo com o bloqueio do acesso aos meios de comunicação de massa aos membros da oposição, a situação é tão caótica e descontrolada que a própria rede Globo, aqui dominada pela família Sarney, vai se encarregando de mostrar o que se passa. Assim aconteceu quando mostrou nessa semana como é a educação no Maranhão. Foi terrível e constrangedor e tentaram imediatamente jogar a culpa isoladamente no colo dos prefeitos. Isto tudo como se ela,Roseana, não governasse o estado e as calamidades ou o que quer que se passe nos municípios esteja fora de sua jurisdição e ela não tenha nada com isso. Como ter um sistema de qualidade na educação do estado, se milhares de alunos passam pela mesma situação que aquela mostrada na televisão e todo mundo se omite?

É, as coisas vão muito mal... Tão mal que uma igreja tradicional do estado, como a igreja de São João, não pode mais abrir as portas para a tradicional missa do final da tarde de domingo por falta de segurança. Vejam que no recente assalto a um banco em Santa Luzia do Paruá, foi a Polícia Federal quem enfrentou os assaltantes de Banco no interior e o chefe da operação da PF disse claramente à TV Mirante que eles tiveram que intervir devido à precariedade da polícia do Maranhão.

Raimundo Cutrim, quando trabalhou comigo, foi um bom secretário porque eu lhe dava todo o apoio. Roseana Murad precisa apoiar o seu secretário de Segurança para as coisas entrarem nos eixos. Ela é quem ter que ser cobrada em primeiro lugar.

Se a oposição tivesse mínimo acesso aos meios de comunicação de massa, que só eles têm, e assim tentam neutralizar tudo que acontece escondendo a gravidade do que se passa no estado, ela nem poderia se habilitar a concorrer ao governo tal a mediocridade com que conduz o Maranhão...

Enquanto isso, tudo piora, incluindo para a própria família.

Faz alguma coisa, Roseana!

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