O presidente do PSB, Eduardo Campos, atual governador do estado de Pernambuco concedeu entrevista à Revista Veja (edição de 24/11/10) e trouxe um pouco de alento a todos aqueles que querem um país moderno, eficiente e justo.
A entrevista foi publicada exatamente quando o reconhecimento de que o PSB, o partido que ele dirige, foi o que mais cresceu nas ultimas eleições, em todo o país. Neto de Miguel Arraes - e um dos seus mais importantes auxiliares - Eduardo Campos vem mostrando que é um líder pronto para alçar voos mais altos na política nacional.
Ninguém duvida da lealdade do governador, que se materializa na sua posição de importante aliado e integrante da base política do presidente Lula (e da agora eleita presidente Dilma Roussef). No entanto, político moderno que é - e muito experiente, por tudo que participou e acompanhou de perto com o avô Miguel Arraes - Eduardo mantém laços sólidos com a oposição, em cujos quadros possui muitos amigos e goza de prestígio e respeito.
Campos saiu das eleições consagrado, não só com o crescimento do PSB, mas também com a grande votação que teve e que lhe valeu a reeleição para o cargo de governador por mais quatro anos. Foi o recordista nacional de aprovação, com impressionantes 83% dos votos dos pernambucanos. Sem dúvidas, este foi o indelével resultado de um grande governo que transformou Pernambuco.
Escolhi alguns trechos da citada entrevista, que aqui reproduzo:
“Veja - O PSB era um partido nanico. Em outubro elegeu seis governadores, 35 deputados e mais três senadores. Como passará a se comportar?
Eduardo Campos - De fato mudamos de patamar. Seremos responsáveis por esses governos estaduais e teremos deveres também no governo da presidente Dilma Roussef, que ajudamos a eleger. Não reivindicaremos cargos, mas queremos discutir os critérios de indicação de todos eles. Não podemos aceitar que os ocupantes de postos públicos sejam nomeados por oligarcas, coronéis e chefetes políticos. Não é mais possível aceitar o fracasso de um gestor só porque ele pertence a um partido aliado. Tem mais: o partido que indicar alguém para um cargo público terá que responder pelas atitudes do indicado.
Veja - O senhor está criticando a política de aparelhamento do estado, mas ela atingiu o ápice no governo atual, que o senhor apoia e do qual foi ministro da Ciência e Tecnologia.
Eduardo Campos - Precisamos compreender o governo Lula dentro do contexto histórico e do momento político em que está inserido, assim como temos que fazer com os governos de Fernando Henrique Cardoso e Itamar Franco. É preciso entender que o Brasil está fazendo conquistas. Já incorporou os valores da responsabilidade fiscal e da necessidade de respeitar contratos. Agora, é hora dos governantes adotarem o preceito da gestão eficiente. Estamos por construir o país do “fazer” em que as escolas, a saúde e a segurança funcionam. Isso só será possível com a defesa da meritocracia e o enfrentamento do corporativismo doentio que corrói o serviço público.
Veja - Como a presidente conterá o apetite por cargos de partidos como o PMDB, que seu correligionário Ciro Gomes define “como um ajuntamento de assaltantes”?
Eduardo Campos - Depende de qual PMDB estamos falando. São tantos os PMDBs...
Veja - Ciro Gomes não faz diferença e se referiu ao presidente do PMDB e vice-presidente eleito, Michel Temer, como “chefe dos assaltantes”.
Eduardo Campos - O PMDB terá seu lugar no governo. A presidente eleita Dilma só não pode deixar que esse partido faça o que bem entender- aliás, nem o PMDB, nem o PT, nem partido algum da base aliada. Dilma terá que impor o seu programa, e quem fizer parte do governo terá que segui-lo. Não se pode mais governar o país com cada ministro atuando baseado nos critérios de sua legenda. A máquina pública tem que ser preenchida por pessoas que apresentem resultado. O governo não pode mais ser aparelho de partido nenhum. Se não impuser esse tom, perderá o controle da situação.
Veja - Que outras lições o governo deveria tirar das eleições?
Eduardo Campos - A presidente deve ter um diálogo institucional com a oposição. Já deu um passo nesse sentido quando depois da vitória, se mostrou receptiva ao entendimento. Os partidos derrotados na eleição presidencial continuam com enormes responsabilidades. Administram grandes prefeituras e governos de estado. Por isso é prioritário construir uma ponte com eles”.
Embora eu tenha escolhido apenas alguns trechos, a entrevista vale ser lida por inteiro.
Pois bem, infelizmente aqui no Maranhão o governo atual não tem nada a ver com o que diz, prega e pratica o governador de Pernambuco. Aliás, ele deveria estar olhando para o mapa do nosso estado, quando disse certas frases acima.
Aqui o governo não tem projetos, tampouco planos e nem foca na gestão e nos resultados. O atual governo é só publicidade e factóides. Mais nada. Aqui impera o patrimonialismo desbragado.
O Maranhão está quebrado financeiramente, beirando a calamidade. Veremos todo tipo de loucuras e pajelanças financeiras para dar a ilusão de que está tudo bem... O senador José Sarney, sem o qual esse governo não se sustenta, tem que suar de verdade a camisa e aguentar de tudo para manter - com recursos do governo federal - o governo da filha funcionando.
E pensar que, há apenas poucos anos, o Maranhão era um estado independente financeiramente...
E o Natal de tanta gente, como será, governadora?
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