A notícia da semana vem da Secretaria do Tesouro Nacional.
Treze estados brasileiros apresentam um grande rombo fiscal, ou seja, estão
gastando mais do que arrecadam. O Maranhão, depois de muito tempo, volta a ter
déficit, o décimo maior rombo fiscal do
país. Isto equivale a 0,44 do PIB estadual, o que corresponde a 263,7 milhões
de reais em 2013.
Em outras palavras, o estado não cumpre a lei de responsabilidade
fiscal. E vamos observar que depois de anos sem empréstimos - no meu governo e
no de Jackson Lago - Roseana tomou mais de onze bilhões de reais, além de
alongar dívidas já equacionadas em 600 milhões de dólares (oriundas de empréstimos
internacionais), com juros maiores e carência durante o restante de sai gestão,
jogando tudo para as costas do próximo governo pagar. Claro, pois, uma vez que
deixa de pagar agora, libera recursos substanciais do atual orçamento para a
gastança habitual sem nenhuma consequência para desenvolvimento do estado. Sim,
porque não há nenhum projeto em andamento com essa finalidade. Só gastança
mesmo.
A irresponsabilidade fiscal vista agora apenas se repete com mais
essa “presença” de Roseana no governo. Em 2002 quando assumi, o Maranhão estava
quebrado, mesmo após as vendas da Cemar, do BEM e etc. Havia, como agora, um
enorme rombo fiscal. Levamos dois anos para reverter a situação, equilibramos
as finanças do estado, a arrecadação subiu de 63 milhões de reais por mês para
220 milhões, embora pagássemos mensalmente 50 milhões de dívidas deixadas por
ela. Daí em diante, só melhoramos, chegando a receber, inclusive, elogios da
Secretaria do Tesouro Nacional pelo cumprimento da Lei de Responsabilidade
Fiscal. Essa situação continuou com Jackson Lago à frente do Maranhão e só se deteriorou
depois que Roseana voltou ao governo. Portanto, infelizmente continuaremos a
ver esse tipo de postura enquanto ela aí estiver.
E pior, como disse antes, nenhum projeto importante foi
realizado ou está em andamento. Pelo contrário, nada funciona bem no Maranhão e,
por falta de políticas corretas, os indicadores sociais do estado afundam cada
vez mais e são os piores do país. Um governo no mínimo calamitoso e que deixará
consequências ruins no futuro próximo.
Mudando de assunto, denunciei aqui o verdadeiro crime que
está para ser cometido contra o Maranhão. Não mereci resposta, como se o
assunto fosse desimportante. Infelizmente não é, pelo contrário, é fundamental
para que possamos ter aqui um porto capaz de atrair indústrias, aproveitando, finalmente,
sua excelente condição natural, sua grande profundidade e a proximidade com os
grandes mercados consumidores mundiais.
Trata-se da questão do gás, importante para o crescimento
industrial, porque é um combustível muito mais barato e, por isso, superatrativo
para o estabelecimento de grandes conglomerados industriais geradores de
emprego e renda.
Chamei atenção para o anúncio feito por parte do Ministério
de Minas e Energia de audiência pública para a construção de um gasoduto de
mais de 700 quilômetros de extensão para levar o gás da bacia do Parnaíba a
Barcarena no Pará, exatamente para atender indústrias que hoje consomem óleo a preços
mais elevados. Tudo em detrimento do Porto do Itaqui, muito mais importante e
maior que Barcarena, uma decisão incompreensível economicamente em relação aos
interesses do Maranhão. Nosso gás, nesse caso, não vai atender aos maranhenses,
mas na visão do Ministério – que tem como ministro um maranhense, diga-se de
passagem – nosso precioso gás natural deve atender aos paraenses, sabe-se lá por
quê. E prejudicados ficamos o porto e o estado, por nos tirarem condições
fundamentais para o desenvolvimento de que tanto precisamos.
Vejamos o quanto é importante o gás para o desenvolvimento e
as atuais dificuldades e brigas pelo seu uso, principalmente agora com a
escassez de chuvas. Ou seja, o gás agora está sendo ultra disputado pelas
geradoras de energia elétrica. E o que temos não é para nós ...Vejamos o que
nos diz uma das especialistas do setor:
“A diretora do Departamento de Gás Natural do Ministério de
Minas e Energia, Symone Christine Araújo, [...] explicou [...] que falta oferta
de gás para sustentar a expansão da malha. A diretora garantiu ainda que não há
risco de falta de gás na indústria. “Somos responsáveis pela regulamentação do
capítulo da Lei do Gás que trata do plano de contingência. E estamos à vontade,
porque não vislumbramos a curto, médio ou longo prazo nenhum risco ao
abastecimento”, afirmou.
No entanto, o presidente da Associação Brasileira de Grandes
Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), Paulo
Pedrosa, disse que o governo precisa ser mais ágil. “Estamos perdendo
indústria, os nossos concorrentes no exterior estão tendo acesso a um gás mais
competitivo. Esperamos mais protagonismo”, reforçou.
Para aumentar a oferta de gás, Symone Araújo lembrou que o
País fez várias licitações de blocos de exploração de petróleo e gás em 2013.
Segundo ela, nos próximos cinco anos, o cenário deve mudar.
A maior parte do gás natural comercializado no País é
importado. A rede de gasodutos de 9.500 quilômetros vem sendo formada há apenas
15 anos, com a entrada do produto boliviano. O plano de expansão da malha de
transporte de gás ficará em consulta pública até o dia 26 de fevereiro”.
Guardem então, leitores e amigos, que dia 26 de fevereiro é a
data que poderá selar o destino do nosso gás. A governadora do estado está se
lixando para o assunto, não tem o mínimo interesse. E vejam que quem está patrocinando a consulta de 26 de
fevereiro é o Ministro Lobão. Pois bem, o gás do Maranhão corre o risco de ser entregue
para o Pará.
Chega de tanta irresponsabilidade. O medo e a submissão calam
a todos!
Não existe governo no Maranhão.
Um comentário:
Meu caro ex-governador do Estado do Maranhão,
Eu não tenho grande conhecimento sobre a economia de energia do país, mas, lendo sua matéria, e se tratando de ação ou inação do atual governo do Estado, sou levado a comentar que tudo que esse governo faça ou deixe de fazer é digno de observação: quando o fazem, parecem se mover pelo interesse próprio, isto é, de que alguém está ganhando (se locupletando) ou pelo desinteresse total sobre as coisas que efetivamente interessam a comunidade maranhense como um todo. Para mim, e eu tenho isto na cabeça como algo que se assemelha à fé (que não é cega, diga-se de passagem), nada que essas pessoas que se acostumaram a mandar no Maranhão possam fazer é caracterizado por grandeza pátria. Eu gosto do Maranhão e amo a minha cidade, São Luís, mas é tão difícil viver saudavelmente nessas bandas com essa matriz política no comando dos aparelhos estatais, que para mim, é um bando de flibusteiros do Estado, ou melhor, de mercadores do Tesouro Público.
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