No dia 22 de março último estive em Salvador juntamente com
Luciano Leitoa, presidente estadual do PSB, para participar de uma reunião
programática do partido, que reuniu os filiados do nordeste e cuja finalidade
foi discutir o programa de governo do nosso candidato para a região. Pela manhã,
na sessão de abertura, ouvimos três grandes discursos proferidos por Roberto
Freire, Marina Silva e Eduardo Campos. Os três se completam, o de Roberto mais
na linha política, o de Marina - que sabe falar diretamente para o povo - usando
uma linguagem direta e fácil de entender - e Eduardo, fazendo um competente
discurso de candidato, demonstrando conhecimento e estudo das graves situações
pelas quais passa o país neste momento. Impressionam pela competência e
segurança com que se colocam.
Sabe-se, no entanto, que a favorita para o pleito
presidencial que se avizinha continua a ser a presidente Dilma que naquele
momento tinha em pesquisas 43 por cento das intenções de voto que hoje já se
reduziram a 36 por cento, conforme pesquisa do IBOPE divulgada
nacionalmente. Eduardo tinha 7 por
cento, mas tinha (e tem) grandes motivos para acreditar que pode ser eleito como
futuro presidente. O que então anima
Eduardo?
Embora vá deixar o governo de Pernambuco no dia 4 de abril
próximo como o governador mais bem avaliado do país, com quase 90 por cento de
aprovação, isso depois de fazer dois governos muito competentes que deram
benefícios reais à população do estado e impulsionaram muito a economia
pernambucana, ele ainda é desconhecido por quase 40 por cento da população. Realmente
só é bem conhecido em Pernambuco. Isso lhe abre uma perspectiva de crescimento
muito grande à medida que as pessoas comecem a tomar conhecimento de suas
propostas e do que foi capaz de fazer. Hoje Eduardo ainda tem muito pouco
acesso às redes nacionais de televisão, veículos nos quais Dilma praticamente
está presente todos os dias.
Então, pergunto mais uma vez, o que anima Eduardo? Em 2010,
nessa mesma época do ano, José Serra estava com 43 por cento e Dilma muito
distante dele. Mas as pesquisas mostravam que 62 por cento da população queria
a continuidade do governo. Bastou Lula apresentar Dilma como garantia de
continuidade que Serra começou a cair e ela a subir até vencer a eleição.
O quadro neste ano é muito diferente do de 2010. Hoje Dilma
tem 36 por cento das intenções de voto, porém, 63 por cento dos eleitores
querem mudanças. E poucos querem mudanças com a própria presidente. Mudança
quer dizer debates, o que não ocorreu em 2010. Por óbvio, se queriam
continuidade, para que debater novos programas? E ninguém está tão preparado
para o debate acerca de novas maneiras de governar, sobre programas funcionais
e eficientes, e completamente habilitados para resolver os problemas atuais de
desarranjos e instabilidades na economia do país, do que a dupla Eduardo e
Marina. Nunca vi ninguém mais preparado para governar o Brasil, tampouco vi um governador
tão moderno e dedicado ao trabalho como ele. Hoje tem a confiança de empresários e políticos de todo o
país. E tem como espelho o governo que fez em Pernambuco.
Com efeito, a eleição está mais aberta do que nunca e
considero-a mesmo indefinida no momento
atual. Dilma tem problemas sérios pela frente e isso pode prejudicá-la. Logo, o
candidato do PSB tem muita chance de ganhar.
Enquanto isso, aqui no nosso estado, eis que o enigma da
esfinge maranhense terá solução nesta semana. O “decifra-me ou te devoro”
tupiniquim não levará à morte, mas constatação de que aquilo que foi um dia o
grupo Sarney acabará logo nesta semana, ou então, numa visão menos otimista - mas
também realista - continuará muito menor, minguando até a extinção inexorável.
E por fim noticio um fato terrível que está acontecendo em
Peritoró: o presidente da Câmara Municipal, vereador Constantino Santos Neto,
denuncia que servidores capacitados para a função estão sendo demitidos em
massa do Hospital Geral, porque são amigos do prefeito da cidade, Padre Josias.
E vejam que isso está acontecendo, mesmo o prefeito tendo sido aliado fiel do
grupo Sarney até agora. Parece uma caça às bruxas de um governo sem rumo e sem
sentido.
Perderam todos os limites.
Um comentário:
Há uma tendência de a candidatura de Dilma Roussef naufragar, pois seus aliados são duvidosamente leais e seus companheiros de partido, pelo menos parte deles, não a toleram. Ademais, há um sentimento de que continua algo de errado na república tupiniquim, em que o caso da refinaria de Pasadena joga a pá de cal final na imagem de uma técnica irretocável, imagem esta que ajudava a esconder o rosto da política sofrível que ela é. Agora, quem aproveitar-se-á desse momento político nacional, não saberei informar. Até Lula pode querer aparecer no cenário de uma derrota iminente do governo. Os 33,3% de apoio da população, de início, ele terá, mas não sei se ele aglutinará o mesmo batalhão de apoiadores de outrora. Haverá fortes resistências a sua candidatura. Será arriscado para ele uma candidatura, pois uma derrota terá gosto muito ruim para sua biografia política. Mas, o que mais temo no momento, é o crescimento de uma onda de protesto, pois a mesma pode provocar abalos sísmicos, em que a Democracia brasileira possa ficar atônita. Caso essa onda, com efeito, ganhe dimensão significativa, espero que ela sirva para se formar uma frente política de reorganização nacional (nacionalista por respeito ao bem comum da população brasileira, sem xenofobismos), constituída por pessoas éticas, que, efetivamente, não queiram a companhia de tipos, tais como: Renan, Sarney, Lobão, Collor, Barbalho, Maluf etc. Que ganhemos a Copa do Mundo de Futebol, embora a vitória mais importante em 2014 seja, em definitivo, o fim do último grande agrupamento oligárquico de caráter regional existente no Brasil, que é o dos Sarney no Maranhão, e a consagração de lideranças políticas novas e acolhedoras da boa conduta (honestidade) no cenário nacional. Boa sorte e gloriosa luta às mulheres e aos homens que ainda querem ver um Brasil com economia forte acompanhada de justiça social, além de um Maranhão seguindo no mesmo padrão. Alea jacta est (A sorte está lançada).
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