terça-feira, 29 de novembro de 2016

O EXEMPLO DE ABDON

Há cerca de duas semanas, a convite da secretária de Minas e Energia, Crisálida Rodrigues, e do secretário de Agricultura, Marcio Honaiser, estive na Mata, área rural de São José de Ribamar. Nesse evento, houve a entrega de um sistema de energia solar composto por placas fotovoltaicas e um conversor, com o objetivo de fornecer energia elétrica para um sistema de irrigação por aspersão de frutas e hortaliças já existente ali, que abastecem São José e São Luís com produtos disponibilizados em feiras e supermercados. 
 
O sistema funcionou muito bem, mesmo com o dia nublado que encontramos. A iniciativa trará grande benefício aos produtores, pois economizarão muito em energia. Foram apenas quatro placas fotovoltaicas, mas o conversor suporta doze delas. Certamente, em pouco tempo ele estará completo, ampliando em muito as vantagens do projeto. Foi uma manhã festiva, de comemoração e ali estavam vários agricultores familiares - até de outros municípios - desejosos de ver o sistema funcionar. Revi agricultores que conheci no meu governo, época em que demos um forte apoio ao setor, com as Casas da Agricultura Familiar, com a assistência técnica e com os financiamentos do Pronaf.  Esse apoio traduziu-se  no período a quase 400 milhões de reais por ano, em trabalhos muito bem conduzidos, inicialmente por Conceição Andrade e depois por José Lemos. A tudo isso somou-se, no final do governo, um segundo esforço que foi a aprovação do empréstimo contraído junto ao Banco Mundial para o fundo de combate a pobreza.
 
Lá na Mata reencontramos o Abdon, grande liderança na região, agricultor familiar muito bem sucedido, um exemplo a ser seguido, entre outros.
 
Vale a pena contar como Abdon, que era funcionário público, que tinha um sítio onde plantava por diversão, resolveu largar tudo para se tornar um bem sucedido agricultor familiar. Ele mesmo conta que no meu governo integrou uma comitiva de agricultores familiares que mandei ao Ceará para aprenderem como se faz agricultura familiar usando tecnologia e assistência técnica para ganhar produtividade e ter lucros, ultrapassando a subsistência que caracteriza esse tipo de agricultura.
Contou ainda que voltou de lá outra pessoa, aprendeu com tudo aquilo, acreditou e largou o que fazia, chamou a família e se dedicou inteiramente a agricultura familiar. Hoje, além de frutas e hortaliças, cultiva um milho de excelente qualidade, e que aprendeu os segredos desse cultivo com outro agricultor, de Paço do Lumiar, conhecido da Julia, outra amiga que tem orgulho de ser agricultora.
 
O que mais me alegrou foi ver a família toda trabalhando, com os filhos orgulhosos de serem agricultores. Esta é sem dúvida uma nova mentalidade, muito bem-vinda, pois muitos jovens agricultores trabalham quase obrigados pelos pais, ansiosos para irem para as cidades e investirem em outros caminhos.
 
Abdon, líder esclarecido, faz questão de mostrar a sua casa, que diga-se é uma daquelas casas grandes e acolhedoras cercada de varandas, muito confortável. Mostra-nos ainda o caminhão frigorifico que adquiriu e que lhe permite entregar produtos frescos, todos os dias em feiras da região e nos supermercados.
 
Os Superintendentes do Banco do Brasil e do Banco do Nordeste estiveram lá e gostaram do que viram. O Superintendente do BNB, José Expedito, me disse que tem muito dinheiro para emprestar para esses empreendimentos (de energia, de fruticultura, doces, etc). Disse-me ainda que recentemente fez uma viagem a Barreirinhas e, vindo pela estrada, viu tantos cajueiros carregados sem nenhum aproveitamento…"Um desperdício", me confessou. Com recursos  baratos do Fundo Constitucional do Nordeste, vê com tristeza que parte dessa verba volte sem aplicação produtiva no Maranhão. Um desperdício que não podemos nos dar ao luxo de aceitar. 
Falei a ele que, pelo excelente trabalho que o João Martins do Sebrae está fazendo, talvez uma ação focada entre os dois possa ajudar a quebrar esse imobilismo. Os jovens maranhenses, principalmente, precisam acreditar na iniciativa privada, sentimento muito mais forte entre aqueles dos nossos vizinhos Ceará e Piauí.
 
Mas as coisas estão mudando. Com esses exemplos, se os agricultores tiverem uma boa e disponível assistência técnica, treinamento e capacitação, esse setor poderá contribuir muito para a erradicação da pobreza e o aumento da renda familiar.
 
Nesse dia, à tarde, a afluência dos agricultores familiares à Secretaria de Minas e Energia foi muito grande. Todos querendo participar do programa, pois o custo de energia pesa muito na irrigação.
 
É uma ótima iniciativa do governo de Flávio Dino, por intermédio da Secretaria de Minas e Energia!

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