Quer dizer que um ministro do Supremo é livre para decidir desde que concorde com o juiz, é isso?
Olhem o que diz à jornalista Mônica Bergamo, da Folha, o juiz Fernando Moreira Gonçalves: "Um juiz tem que ter independência funcional para tomar decisões sem receio de ser retaliado depois. O juiz De Sanctis é conceituado, respeitado e tem que ter independência funcional para decidir com independência e sem receio."
Pergunto ao juiz Gonçalves, e ele pode responder se quiser:
1) E Gilmar Mendes? Deve ter independência funcional para tomar decisões?
2) Quando De Sanctis decretou a segunda prisão de Dantas, quem estava retaliando quem?;
3) O também juiz Gilmar Mendes, por acaso, não é conceituado e respeitado?
Se eu tinha alguma dúvida
Nunca tive dúvidas sobre a seriedade de Gilmar Mendes, como vocês bem sabem. Ao contrário: eu o considero um juiz exemplar. Mas, se tivesse, o desempate surgiria agora: tenho horror a reações corporativas, de classe, a essa mania de fazer abaixo-assinado em vez de debater o mérito técnico.
“E você? Não assinou a carta anti-racialista”. Assinei. Sou sociedade civil, não sou estado. Não integro um dos Poderes da República. Juízes em clima de centro acadêmico e de assembléia estudantil não dá em boa coisa. Essa iniciativa busca demonizar o ministro Gilmar Mendes: querem deixá-lo marcado, como se fosse um homem leniente com o crime. Buscam, assim, tirar a sua independência em próximos julgamentos.
Espero que os demais juízes do Supremo percebam o risco que corremos. Se há alguém se divertindo secretamente com a tentativa de linchar Mendes, recomendo que ponha as barbas de molho: “Hoje, é ele; amanhã, é o meritíssimo”.
Querem substituir a justiça pelo linchamento.
Um comentário:
Ricardo Santos;
Protestos ganham espaços na internet:
http://www.viomundo.com.br/apoiamos/manifesto-da-magistratura-federal/
Postar um comentário