domingo, 26 de outubro de 2008

A Vulnerabilidade aumenta

Lauro Jardim: As contas internacionais do Brasil estão piorando - seja a dívida externa ou as reservas internacionais ou ainda as transações correntes.

Segundo dados do Banco Central, o déficit das transações correntes do Brasil em setembro aumentou 155% em relação a agosto. Aos números: passou de 1,1 bilhão de dólares em agosto para 2,8 bilhões de dólares em setembro. Nos últimos doze meses, o saldo negativo bateu 25,2 bilhões de dólares, o que equivale a 1,64% do PIB.

Só para efeito de comparação o déficit em maio era de 649 milhões de dólares. As transações correntes incluem as transações de bens e serviços com o exterior. Nesta conta entram o resultado da balança comercial, do saldo de serviços e rendas e das transferências unilaterais.


As más notícias não param aí. A dívida externa do país em setembro cresceu 1 bilhão de dólares em 30 dias ao atingir 212,9 bilhões de dólares em setembro.

O Brasil fechou setembro com 207 bilhões de dólares em reservas internacionais. Comparado aos 204 bilhões de agosto, é um bom número. Mas em outubro, até o dia 21, as reservas já haviam caído para 201 bilhões de dólares.
Em resumo, nossa vulnerabilidade aumentou. Esses números, repita-se, são de setembro. Em outubro, tudo ficou pior.

Comentário do Blog: A retórica, e a inexperiência do governo vem jogando a crise dentro do Brasil. É impossível tentar minimizar as conseqüências de uma crise global de tal magnitude. A Globo vem ajudando no que pode não entrevistando parlamentares da oposição, mas ela não pode deixar de mostrar o que se passa no mundo. E o ministro Guido Mantega, dizem, sem a concordância de Henrique Meireles, presidente do Banco Central, muito mais competente e experiente, fez o presidente assinar uma medida provisória dando poderes ilimitados à Caixa Econômica e ao Banco do Brasil para comprar bancos com dificuldades. Isso chamou a atenção do mundo e passaram a desconfiar de que estamos escondendo problemas graves. A oposição, antes cordata, se rebelou e vai criar dificuldades para a aprovação dessas medidas. A maioria dos economistas discorda do que o governo vem fazendo e torna-se imperioso que este dialogue com a oposição e com outros economistas. Confiança é a palavra chave nesse momento.

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