Foi deprimente ver as imagens de Sarney na televisão, tentando explicar que desconhecia o depósito mensal em sua conta dos R$ 3800 advindos do auxilio-moradia do Senado. Lamentáveis imagens de quem é pego na mentira, deprimido e fazendo aquela voz fraca, procurando compaixão...
Será que as fontes monetárias que o nutrem são tantas assim, a ponto de não precisar mais do salário que percebe no Senado, sequer notando a presença desses valores significativos depositados a mais em sua conta nos últimos dois anos?
E sobretudo quando se trata de auxílio-moradia... Pois para quem tem uma mansão em Brasília e tem ainda a sua disposição a casa de Representação do Presidente do Senado, completamente às expensas da instituição, é no mínimo grave a desconsideração desse aspecto. Se isso não for caso para o Conselho de Ética, o que será?
Sua sorte é que isso acontece nessa fase terrível da vida nacional, em que impera um tremendo 'vale-tudo', onde nada é impossível, desde que se tenha grande poder. Leis são derrubadas, mandatos de governadores são cassados por motivos sem consistência em votações de quatro votos...
No Japão seria obrigado ao suicídio, como aconteceu recentemente com ex-Primeiro Ministro. Já na Inglaterra a renúncia seria exigida pela população, cobrando retidão de caráter e honestidade, como aconteceu também em fato recente.
Aqui os tempos são de não assumir nada, com a perspectiva de que a mídia logo esquecerá, escapando assim da cobrança pública e continuando a vida que levam...
A cientista política Lúcia Hipóllito, em artigo publicado recentemente, pede com veemência a renúncia de Sarney. Na verdade, como chefe de um Poder, ex-presidente da República, jamais poderia ter feito o que fez. Mas esse é o verdadeiro José Sarney, que teve sucesso em esconder sua verdadeira personalidade da mídia até agora, mas que desde que chegou à gestão atual da presidência do Senado, revela suas mazelas quase diariamente, deixando estupefatos os que não o conheciam bem.
Mal sabem que pior é a filha...
É risível a tentativa de Roseana de mostrar trabalho. Agora diz que vai fazer 65 hospitais no estado a um custo de R$ 350 milhões. Fato surpreendente esse, já que ela dizia, sem parar e aos quatro ventos, que Jackson deixara o estado dilapidado, totalmente sem recursos. Tudo isso, para criar uma imagem negativa do governo que usurpou e para justificar também a reapropriação indébita dos repasses estaduais às prefeituras.
De repente, aparece com R$ 350 milhões. Como acreditar em uma palavra do que dizem? Esse programa está deslocado... Se é para valer, deveria ser executado pela Secretaria de Infraestrutura, pois trata-se de construção civil, não de saúde. E para fazer isso com dinheiro da Saúde, que é 12% do orçamento estadual, cerca de R$ 650 milhões neste ano, terá na verdade que parar um grande número de ações da pasta em todo o estado. Leia-se aqui: efeitos negativos que acarretarão perturbações no funcionamento de hospitais, compra de remédios, renovação de equipamentos hospitalares, contratação de médicos e pessoal de saúde etc, prejudicando profundamente a população maranhense.
O atual governo está paralisado, sem ação, sem trabalho, sem iniciativa, e tenta demonstrar que é sério e está agindo. Com acreditar nisso, se na própria área da saúde tomou da população de Imperatriz, Pinheiro e São Luis três hospitais de referência e alta resolução, esses sim, de grande necessidade para a povo? Fez isso tirando dos prefeitos, que seriam os executores, o dinheiro já depositado nas contas das prefeituras.
A primeira reação veio forte e pasmem: veio de dentro do próprio grupo, deputado aliado, cuja base eleitoral está no município de Pinheiro. Este disse, sem meias palavras, que o que o governo acabara de destinar ao município, por intermédio do programa anunciado, era algo que Pinheiro já possuía. E disse mais: alertou que o que a cidade precisava era de um hospital de alta resolutividade.
Que pena, logo um aliado é quem desmascara uma ação ordinária, maquiada para figurar como coisa séria. Pura cosmética... Roseana, já não é tão fácil enganar os maranhenses! O melhor é fazer um esforço supremo e tentar vencer a preguiça e enfrentar o batente. Mais aí já é querer muito...
Aliás, se quiser trabalhar mesmo, e no caso pela saúde, temos atualmente no estado mais de cem mil pessoas, nas áreas alagadas, sofrendo com todo tipo de doença, até hoje sem nenhum socorro. Precisam desesperadamente de ajuda e o governo lhes dá as costas e muito desprezo pela situação aflitiva que estão vivendo.
Fernando Gabeira, Deputado Federal pelo Rio de Janeiro, pôs o dedo na ferida, quando visitou na terça-feira passada o município de Trizidela do Vale, um dos mais afetados pelas cheias deste ano. O deputado estarreceu-se com o quadro terrível que testemunhou. Entre tantas necessidades, a água potável é uma das maiores. Que ironia... E, informado, acabou fazendo um apelo para o governo de Roseana liberar os recursos do convênio com o município, retirados das contas da Prefeitura pelas ávidas e sorrateiras mãos desse governo de faz de conta. O convênio serviria exatamente para implantar o sistema de abastecimento de água de Trizidela do Vale. Tem cabimento? E depois vêm com conversa fiada...
Recursos federais estão previstos para atender as áreas alagadas. Dados os antecedentes do corpo que compõe esse atual governo, urge que a sociedade, o Ministério Público, a Assembleia e os órgãos de comunicação sérios, exijam transparência no uso dessa verba. Com o ano eleitoral próximo, não é possível que essas pessoas e regiões sofridas tenham que enfrentar um novo flagelo, comum nas oligarquias: o desvio dos recursos enviados. É preciso olho vivo.
E esse aviso vale também para a aplicação dos recursos de saúde nesse factóide que é a construção de hospitais. Isso sem falar na refinaria, que já suscita comentários de escritórios de intermediação de sobrepreços e outros detalhesinhos mais sórdidos... Não venham com dispensas de licitação. Tudo tem que ser transparente.
Vejam bem. Roseana Murad acabou de vetar lei proposta por Jackson Lago e aprovada pela Assembleia cujo propósito era institucionalizar a prática da transparência na utilização do dinheiro público. Esse veto é altamente suspeito. É coisa de gente que prefere agir nas sombras. Tomem como exemplo o mais recente escândalo que envolve o presidente do Senado da República. Se ali houvesse um mínimo de transparência, Sarney não teria recebido auxílio moradia desde 2007. O fato estaria a disposição de todos, denúncias teriam sido feitas e muito se teria evitado...
Transparência já!
2 comentários:
na verdade e de praxe da familia sarney anunciar grandes obras,no entanto ja estamos carecas de saber que nada disso sae do papel.
afinal são mais de 40 anos de desmandosno no estado,p ex. os hospitais nós ja sabemos que é um programa do governo federal,mas eles sempre oportunistas que são ja estão se aproveitando,e dizendo que é do estado,o mesmo fazem com as cestas basicas de doações botando o eslogan do governo deles,isso é uma pouca vergonha.
De quem será a culpa? Fico preocupado, como será de novo? É melhor chamar os "ministros" iluminados que representam o povo do Maranhão, para votarem na eleição de 2010 para eleger de novo o candidato apoiado pelo grupo da ocupante do Governo do Maranhão. Não aguento mais isso.
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