sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Senadores acusam Sarney de boicote à votação da reforma eleitoral

BRASÍLIA - Por falta de quórum, a conclusão da votação da reforma eleitoral foi transferida para a próxima terça-feira. A decisão foi anunciada pelo presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), que chegara a dizer mais cedo que seriam votados ao menos os pontos de consenso ainda nesta quinta-feira. Vários senadores acusaram Sarney de ter boicotado a retomada da votação porque sabia que seria aprovada a emenda do senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que propõe mudanças nas regras para substituição de governadores e prefeitos cassados. ( Os principais pontos da reforma eleitoral )

Na véspera, Tasso e Sarney chegaram a bater boca no plenário por causa da proposta. Diante do impasse, o Senado não pôde concluir a votação das emendas. ( Como deve ser a substituição de um governador e vice cassados na Justiça? )

Tem um boicote claro. Ficamos todos surpresos com a reação do Sarney

- Tem um boicote claro. Ficamos todos surpresos com a reação do Sarney. O que me disseram é que ainda tem uma ação contestando a posse da Roseana (governadora do Maranhão) para ser julgada e ele ficou com medo da votação aqui influenciar o julgamento do Supremo. Mas ninguém estava pensando em Roseana, estávamos pensando no futuro - disse Tasso, autor da emenda que prevê eleição direta quando a cassação acontece nos dois primeiros anos de mandato, e indireta no dois últimos anos de mandato.

O senador Renato Casagrande (PSB-ES) também achou suspeito o comportamento de José Sarney.

- Houve um comportamento muito estranho aqui hoje. Eu achei inadequado o presidente Sarney ir para a tribuna fazer a defesa contra a emenda do Tasso. Mesmo porque a mudança não atinge situações atuais. Boicote a essa matéria é o pior comportamento que pode haver nesse momento. As pessoas podem defender seus interesses, mas não podem impedir as votações - completou Renato Casagrande.

Senador reclama de "operação esvazia"

Autor da emenda que libera a veiculação de conteúdos dos sites durante a campanha, o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) reclamou de uma "operação esvazia" na Casa. Várias lideranças partidárias viajaram nesta quinta-feira para seus estados, após terem participado de uma audiência pública com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão. Com isso, faltou quórum para a conclusão dos trabalhos.

- Parece que rolou uma operação esvazia - reclamou o senador. - O meu medo é que tenhamos que adotar, nas próximas eleições, as regras que foram definidas pela Câmara e que são muito mais duras que as regras definidas pelos relatores (no Senado) - disse Mercadante, referindo-se aos senadores Marco Maciel (PMDB-PE) e Eduardo Azeredo (PSDB-MG).

Os dois relatores também viajaram para as bases. O senador Mão Santa (PMDB-PI), que presidia a sessão na tarde desta quinta-feira chegou a pedir, sem sucesso, a presença dos relatores por três vezes no plenário do Senado.

Além dos relatores, não estavam na Casa o líder do governo do Senado, Romero Jucá (PMDB-RR), o líder do PSDB, Arthur Virgílio (AM), e o presidente nacional do PSDB, senador Sérgio Guerra.

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