Possibilidade de intervenção nacional gera até ameaça de greve de fome.
A cinco dias da largada para as convenções em que os partidos definem seus candidatos para o pleito de outubro, divergências regionais ainda barram a montagem dos palanques em diversos estados.
São disputas que, em muitos casos, ocorrem dentro da base aliada, protagonizadas por diferenças entre PT e PMDB.
O PMDB deve aprovar em convenção a indicação do deputado Michel Temer (SP) para vice na chapa da pré-candidata a presidente Dilma Rousseff (PT), mas rusgas regionais com o PT persistem, ameaçando a união das siglas no plano nacional.
Minas Gerais
Um dos principais impasses, a disputa entre PT e PMDB em Minas Gerais, parece ter sido resolvido aos 43 minutos do segundo tempo.
O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, um dos coordenadores da campanha de Dilma, confirmou na quinta-feira (3) que retirará sua pré-candidatura ao governo para apoiar o ex-ministro Hélio Costa (PMDB).
O arranjo, a ser ratificado em reunião neste domingo (6) entre dirigentes dos partidos em Minas, previa ainda a indicação do ex-ministro Patrus Ananias (PT) para vice de Costa e o lançamento de Pimentel para o Senado.
O apoio do PT à candidatura de Costa foi uma exigência do PMDB nacional para confirmar o apoio a Dilma. Costa lidera as pesquisas em Minas, estado que reúne 10% do eleitorado nacional, contra o governador Antonio Anastasia (PSDB), pré-candidato do ex-governador Aécio Neves (PSDB).
Maranhão
No Maranhão, o clima de guerra entre PT e PMDB inclui até ameaças de greve de fome.
O PT local aprovou, por dois votos de diferença, apoio à candidatura do deputado federal Flávio Dino (PCdoB) ao governo, mas a aliança nacional levaria o partido a apoiar a tentativa de reeleição de Roseana Sarney (PMDB)
A briga inclui denúncias de que representantes do PT no Maranhão teriam recebido proposta em dinheiro para apoiar o grupo dos Sarney. Roseana nega as denúncias, que o PT nacional apura.
O impasse no Maranhão deve ser resolvido pelo Diretório Nacional do PT, em 11 de junho, mas setores do partido que rejeitam a aliança com os Sarney prometem resistir a uma possível intervenção.
Vamos fazer greve de fome na Câmara [contra a aliança do PT-MA com os Sarney]"
Domingos Dutra deputado federal (PT-MA)
“Uma intervenção empurrará a maioria da militância para ações sobre as quais não temos controle, como greve de fome. Vamos fazer greve de fome no plenário da Câmara”, afirmou ao G1 o deputado federal Domingos Dutra.
Pará
No Pará, o PT se esforça para não perder o apoio do PMDB do deputado federal Jader Barbalho, principal nome do partido no estado.
Descontente com a participação do partido no governo de Ana Júlia Carepa (PT), que busca a reeleição, o PMDB lançou candidato próprio na disputa, o deputado Domingos Juvenil. Jader deve disputar o Senado.
O PSDB, que enfrentará Ana Júlia com o ex-governador Simão Jatene, comemora os atritos na base aliada. “Vejo com muita alegria a candidatura do PMDB”, diz o líder do PSDB na Assembleia, José Megali.
O PT desconversa sobre as rusgas com o grupo de Jader. Diz que “não guarda rancor” pelo afastamento dos peemedebistas e que acomodou bem o partido no governo.
Os petistas querem disputar o Senado com o deputado Paulo Rocha. O restante da chapa – candidatura a vice, a outra vaga para o Senado e os suplentes – está em negociação. A data da convenção será definida na próxima segunda (7).
Ceará
No Ceará, PT e PMDB brigam por um lugar na chapa do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição. Aliado de Cid, a quem apoiou informalmente em 2006, o senador Tasso Jereissati (PSDB) também quer um espaço na composição e complica a disputa.
Em 2006, o PT apoiou a eleição de Cid e ficou com a vice-governadoria. Convenceu o deputado Eunício Oliveira (PMDB) a retirar sua candidatura ao Senado na chapa em favor de Inácio Arruda (PC do B), que foi eleito. A contrapartida do acordo era o apoio do PT a Eunício para o Senado em 2010.
Ocorre que o PT-CE aprovou a candidatura ao Senado do ex-ministro José Pimentel. Ou seja, são três nomes - Eunicio, Pimentel e Tasso - para duas vagas. E PT e PSDB não admitem participar da mesma chapa. A bola está com o governador Cid Gomes, que ainda não se manifestou publicamente sobre o impasse.
Paraná
No Paraná, o PT quer lançar o senador Osmar Dias (PDT) ao governo, em chapa com Gleisi Hoffmann (PT) e, para o Senado, o ex-governador Roberto Requião (PMDB), que anunciou pretender disputar na convenção do partido a indicação para candidato a presidente da República. Já os peemedebistas querem a candidatura do atual governador, Orlando Pessuti, à reeleição.
No meio do imbróglio PT-PMDB, o PSDB trabalha para cooptar Dias. O partido tenta atraí-lo como companheiro do tucano Beto Richa, ex-prefeito de Curitiba e pré-candidato a governador, em composição ao Senado com Ricardo Barros, do PP. A oferta do PSDB ao PDT inclui ainda a indicação do candidato a vice-governador.
O PMDB mantém a disposição de ter candidato próprio ao governo. Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na negociação. Ele se reuniu com Pessuti e com o presidente do PMDB no Paraná, Waldyr Pugliesi.
“A candidatura é pra valer”, disse Pugliesi, que saiu da reunião afirmando que as conversas com o PT e o PDT continuam. Segundo ele, o partido garantirá palanque para Dilma mesmo que o PT se alie a Osmar Dias.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, PT e PP tentam chegar a um consenso para disputarem juntos as eleições. O impasse está na disposição dos dois partidos de ter candidatura própria ao governo.
Nunca tivemos uma indefinição tão grande" Joares Ponticelli - deputado estadual (PP-SC)
No PP, o nome é o da deputada federal Angela Amin. Já o PT quer emplacar a senadora Ideli Salvatti. “Nunca tivemos na história recente de Santa Catarina uma indefinição tão grande como nessa eleição”, diz o presidente estadual do PP, Joares Ponticelli.
Para Ponticelli, a tendência é que os partidos lancem "chapas puras" no primeiro turno. A base espera e teme a reedição da “tríplice aliança” PMDB-DEM-PSDB, que elegeu Luiz Henrique da Silveira (PMDB) ao governo em 2006, derrotando Esperidião Amin, marido de Angela.
O cenário também está indefinido no lado da “tríplice aliança". O PMDB lançou a pré-candidatura de Eduardo Pinho Moreira, ex-prefeito e ex-vice-governador do estado. O Democratas tem o nome do senador Raimundo Colombo e o PSDB pode lançar o governador Leonel Pavan à reeleição.
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A cinco dias da largada para as convenções em que os partidos definem seus candidatos para o pleito de outubro, divergências regionais ainda barram a montagem dos palanques em diversos estados.
São disputas que, em muitos casos, ocorrem dentro da base aliada, protagonizadas por diferenças entre PT e PMDB.
O PMDB deve aprovar em convenção a indicação do deputado Michel Temer (SP) para vice na chapa da pré-candidata a presidente Dilma Rousseff (PT), mas rusgas regionais com o PT persistem, ameaçando a união das siglas no plano nacional.
Minas Gerais
Um dos principais impasses, a disputa entre PT e PMDB em Minas Gerais, parece ter sido resolvido aos 43 minutos do segundo tempo.
O ex-prefeito de Belo Horizonte Fernando Pimentel, um dos coordenadores da campanha de Dilma, confirmou na quinta-feira (3) que retirará sua pré-candidatura ao governo para apoiar o ex-ministro Hélio Costa (PMDB).
O arranjo, a ser ratificado em reunião neste domingo (6) entre dirigentes dos partidos em Minas, previa ainda a indicação do ex-ministro Patrus Ananias (PT) para vice de Costa e o lançamento de Pimentel para o Senado.
O apoio do PT à candidatura de Costa foi uma exigência do PMDB nacional para confirmar o apoio a Dilma. Costa lidera as pesquisas em Minas, estado que reúne 10% do eleitorado nacional, contra o governador Antonio Anastasia (PSDB), pré-candidato do ex-governador Aécio Neves (PSDB).
Maranhão
No Maranhão, o clima de guerra entre PT e PMDB inclui até ameaças de greve de fome.
O PT local aprovou, por dois votos de diferença, apoio à candidatura do deputado federal Flávio Dino (PCdoB) ao governo, mas a aliança nacional levaria o partido a apoiar a tentativa de reeleição de Roseana Sarney (PMDB)
A briga inclui denúncias de que representantes do PT no Maranhão teriam recebido proposta em dinheiro para apoiar o grupo dos Sarney. Roseana nega as denúncias, que o PT nacional apura.
O impasse no Maranhão deve ser resolvido pelo Diretório Nacional do PT, em 11 de junho, mas setores do partido que rejeitam a aliança com os Sarney prometem resistir a uma possível intervenção.
Vamos fazer greve de fome na Câmara [contra a aliança do PT-MA com os Sarney]"
Domingos Dutra deputado federal (PT-MA)
“Uma intervenção empurrará a maioria da militância para ações sobre as quais não temos controle, como greve de fome. Vamos fazer greve de fome no plenário da Câmara”, afirmou ao G1 o deputado federal Domingos Dutra.
Pará
No Pará, o PT se esforça para não perder o apoio do PMDB do deputado federal Jader Barbalho, principal nome do partido no estado.
Descontente com a participação do partido no governo de Ana Júlia Carepa (PT), que busca a reeleição, o PMDB lançou candidato próprio na disputa, o deputado Domingos Juvenil. Jader deve disputar o Senado.
O PSDB, que enfrentará Ana Júlia com o ex-governador Simão Jatene, comemora os atritos na base aliada. “Vejo com muita alegria a candidatura do PMDB”, diz o líder do PSDB na Assembleia, José Megali.
O PT desconversa sobre as rusgas com o grupo de Jader. Diz que “não guarda rancor” pelo afastamento dos peemedebistas e que acomodou bem o partido no governo.
Os petistas querem disputar o Senado com o deputado Paulo Rocha. O restante da chapa – candidatura a vice, a outra vaga para o Senado e os suplentes – está em negociação. A data da convenção será definida na próxima segunda (7).
Ceará
No Ceará, PT e PMDB brigam por um lugar na chapa do governador Cid Gomes (PSB), candidato à reeleição. Aliado de Cid, a quem apoiou informalmente em 2006, o senador Tasso Jereissati (PSDB) também quer um espaço na composição e complica a disputa.
Em 2006, o PT apoiou a eleição de Cid e ficou com a vice-governadoria. Convenceu o deputado Eunício Oliveira (PMDB) a retirar sua candidatura ao Senado na chapa em favor de Inácio Arruda (PC do B), que foi eleito. A contrapartida do acordo era o apoio do PT a Eunício para o Senado em 2010.
Ocorre que o PT-CE aprovou a candidatura ao Senado do ex-ministro José Pimentel. Ou seja, são três nomes - Eunicio, Pimentel e Tasso - para duas vagas. E PT e PSDB não admitem participar da mesma chapa. A bola está com o governador Cid Gomes, que ainda não se manifestou publicamente sobre o impasse.
Paraná
No Paraná, o PT quer lançar o senador Osmar Dias (PDT) ao governo, em chapa com Gleisi Hoffmann (PT) e, para o Senado, o ex-governador Roberto Requião (PMDB), que anunciou pretender disputar na convenção do partido a indicação para candidato a presidente da República. Já os peemedebistas querem a candidatura do atual governador, Orlando Pessuti, à reeleição.
No meio do imbróglio PT-PMDB, o PSDB trabalha para cooptar Dias. O partido tenta atraí-lo como companheiro do tucano Beto Richa, ex-prefeito de Curitiba e pré-candidato a governador, em composição ao Senado com Ricardo Barros, do PP. A oferta do PSDB ao PDT inclui ainda a indicação do candidato a vice-governador.
O PMDB mantém a disposição de ter candidato próprio ao governo. Até o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entrou na negociação. Ele se reuniu com Pessuti e com o presidente do PMDB no Paraná, Waldyr Pugliesi.
“A candidatura é pra valer”, disse Pugliesi, que saiu da reunião afirmando que as conversas com o PT e o PDT continuam. Segundo ele, o partido garantirá palanque para Dilma mesmo que o PT se alie a Osmar Dias.
Santa Catarina
Em Santa Catarina, PT e PP tentam chegar a um consenso para disputarem juntos as eleições. O impasse está na disposição dos dois partidos de ter candidatura própria ao governo.
Nunca tivemos uma indefinição tão grande" Joares Ponticelli - deputado estadual (PP-SC)
No PP, o nome é o da deputada federal Angela Amin. Já o PT quer emplacar a senadora Ideli Salvatti. “Nunca tivemos na história recente de Santa Catarina uma indefinição tão grande como nessa eleição”, diz o presidente estadual do PP, Joares Ponticelli.
Para Ponticelli, a tendência é que os partidos lancem "chapas puras" no primeiro turno. A base espera e teme a reedição da “tríplice aliança” PMDB-DEM-PSDB, que elegeu Luiz Henrique da Silveira (PMDB) ao governo em 2006, derrotando Esperidião Amin, marido de Angela.
O cenário também está indefinido no lado da “tríplice aliança". O PMDB lançou a pré-candidatura de Eduardo Pinho Moreira, ex-prefeito e ex-vice-governador do estado. O Democratas tem o nome do senador Raimundo Colombo e o PSDB pode lançar o governador Leonel Pavan à reeleição.
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Um comentário:
Bom pelo que vejo, nesse puxa encolhe que o PT tem vivido o resultado mais certo e menos doloroso será a chapa sem cabeça. De fortes passaram a fracos pela falta de unidade. o velho ditado estava certo, "casa com contenda tende a desabar"...
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