terça-feira, 2 de janeiro de 2018

UM DEBATE MAIS HONESTO


A passagem de ano, sai o ano velho e entra o ano novo, é uma época de festas, de férias coletivas, e também de repouso, passeios e reflexões.
Também tenho me dedicado a minhas reflexões, eu, que vivo no cerne da política, vejo que a preocupação é geral na nossa bancada de deputados federais e na própria Câmara. Ali, em ambiente radicalizado, mesmo antes do impeachment, mas que se exacerbou com ele, ainda se faz o diálogo possível. Rodrigo Maia, o presidente da Câmara, é um expert em sentir esse clima e vai conduzindo as votações de acordo com o seu feeling das possibilidades de aprovação ou não.
O governo federal, com a excelente condução da economia tocada por Henrique Meireles, que, com seu domínio técnico e larga experiência internacional e nacional, serve a governos com pautas distintas, mas sempre mantendo firme um rumo, já que equilíbrio fiscal não é assunto de esquerda e nem de direita. Sim, porque equilíbrio fiscal é a base do crescimento econômico, dos investimentos e do emprego, como bem pude presenciar na reunião dos BRICS, -Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul. Ali, a preocupação de todos é essa, é o crescimento econômico, o emprego, o comércio e o intercâmbio educacional, entre outros.
Enquanto isso, no Brasil, o presidente, a meu ver, acertou na nomeação de seus dois novos ministros. O governo precisa de um bom operador e colocou o deputado Marun, gaúcho que fez a vida política em Mato Grosso, muito atacado por sua lealdade ao que acredita, corajoso, mas, até hoje segue ao largo de qualquer denúncia de condutas não republicanas. Creio que fará um bom trabalho, adequado ao momento em que se vive, em que a arma política principal é a intimidação e não o diálogo, fundamental para formar o entendimento seja lá qual for ele.
O outro é o anúncio da nomeação do deputado Pedro Fernandes para Ministro do Trabalho, pelo seu partido, o PTB. Pedro é um excelente deputado, eficiente, conhecedor como poucos da Câmara, sério, que sempre foi um excelente gestor em todas as funções que ocupou ao longo de sua vida política. Creio que ele pode ajudar muito o Brasil e o Maranhão. Conhece profundamente a realidade maranhense, as nossas dificuldades e peculiaridades e, assim, pode levar esse conhecimento para pautar suas ações no ministério.
Seu filho, Pedro Lucas, que, com a sua pouca idade, já conhece a politica como poucos, deverá ser candidato nas próximas eleições em substituição ao pai.
Falo agora sobre a reforma da previdência. Outro dia encontrei o governador de Sergipe, Jackson Barreto, e, dada a minha amizade com ele, perguntei: Governador, o seu estado está com o sistema previdenciário equilibrado? Ele me respondeu: “Não, nenhum estado está. Esse déficit é crescente e vai matar a todos nós”. Prossegui: “e por que deixam o presidente sozinho nessa luta?”, e ele: “Porque este é um assunto que a população ainda não entendeu e a nossa parte virá depois, após a aprovação pelo Congresso. Teremos seis meses para aderir ou não”.
Porém, não creio que consigamos votar essa matéria em pleno período eleitoral, já disse e repito. Penso que ficará para o novo presidente essa missão, com todos os prejuízos que poderemos ter na recuperação da economia já em curso.
Esse assunto deverá ser o cerne da campanha presidencial, assim como fez Macron na França e Macri na Argentina. Esse debate terá que acontecer, pois passar por cima desse assunto como se ele não tivesse importância é enganar a população.
Eis o porquê do título deste artigo: um debate mais honesto.

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