A passagem de ano, sai o ano velho e entra o ano novo, é uma época de
festas, de férias coletivas, e também de repouso, passeios e reflexões.
Também tenho me dedicado a minhas reflexões, eu, que vivo no cerne da
política, vejo que a preocupação é geral na nossa bancada de deputados federais
e na própria Câmara. Ali, em ambiente radicalizado, mesmo antes do impeachment,
mas que se exacerbou com ele, ainda se faz o diálogo possível. Rodrigo Maia, o
presidente da Câmara, é um expert em sentir esse clima e vai conduzindo as
votações de acordo com o seu feeling das possibilidades de aprovação ou não.
O governo federal, com a excelente condução da economia tocada por
Henrique Meireles, que, com seu domínio técnico e larga experiência internacional
e nacional, serve a governos com pautas distintas, mas sempre mantendo firme um
rumo, já que equilíbrio fiscal não é assunto de esquerda e nem de direita. Sim,
porque equilíbrio fiscal é a base do crescimento econômico, dos investimentos e
do emprego, como bem pude presenciar na reunião dos BRICS, -Brasil, Rússia,
Índia, China e África do Sul. Ali, a preocupação de todos é essa, é o crescimento
econômico, o emprego, o comércio e o intercâmbio educacional, entre outros.
Enquanto isso, no Brasil, o presidente, a meu ver, acertou na nomeação
de seus dois novos ministros. O governo precisa de um bom operador e colocou o
deputado Marun, gaúcho que fez a vida política em Mato Grosso, muito atacado
por sua lealdade ao que acredita, corajoso, mas, até hoje segue ao largo de qualquer
denúncia de condutas não republicanas. Creio que fará um bom trabalho, adequado
ao momento em que se vive, em que a arma política principal é a intimidação e
não o diálogo, fundamental para formar o entendimento seja lá qual for ele.
O outro é o anúncio da nomeação do deputado Pedro Fernandes para Ministro
do Trabalho, pelo seu partido, o PTB. Pedro é um excelente deputado, eficiente,
conhecedor como poucos da Câmara, sério, que sempre foi um excelente gestor em
todas as funções que ocupou ao longo de sua vida política. Creio que ele pode
ajudar muito o Brasil e o Maranhão. Conhece profundamente a realidade
maranhense, as nossas dificuldades e peculiaridades e, assim, pode levar esse
conhecimento para pautar suas ações no ministério.
Seu filho, Pedro Lucas, que, com a sua pouca idade, já conhece a
politica como poucos, deverá ser candidato nas próximas eleições em
substituição ao pai.
Falo agora sobre a reforma da previdência. Outro dia encontrei o
governador de Sergipe, Jackson Barreto, e, dada a minha amizade com ele, perguntei:
Governador, o seu estado está com o sistema previdenciário equilibrado? Ele me
respondeu: “Não, nenhum estado está. Esse déficit é crescente e vai matar a
todos nós”. Prossegui: “e por que deixam o presidente sozinho nessa luta?”, e
ele: “Porque este é um assunto que a população ainda não entendeu e a nossa
parte virá depois, após a aprovação pelo Congresso. Teremos seis meses para
aderir ou não”.
Porém, não creio que consigamos votar essa matéria em pleno período
eleitoral, já disse e repito. Penso que ficará para o novo presidente essa
missão, com todos os prejuízos que poderemos ter na recuperação da economia já
em curso.
Esse assunto deverá ser o cerne da campanha presidencial, assim como
fez Macron na França e Macri na Argentina. Esse debate terá que acontecer, pois
passar por cima desse assunto como se ele não tivesse importância é enganar a
população.
Eis o porquê do título deste artigo: um debate mais honesto.
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