Eu sempre acreditei que o Maranhão precisa de um Plano de
Desenvolvimento que permaneça sendo implementado de maneira permanente,
independentemente de governos do momento.
Tal plano deveria ser elaborado após ampla discussão e
aprovado na Assembleia como projeto permanente de Estado, entrando no juramento
dos governadores ao tomar posse perante àquela Casa.
Isso tiraria o caráter episódico dos chamados planos de
governo, evitando o que se repete há anos, pois a cada nova gestão projetos são
abandonados e novos são postos no lugar com resultados deploráveis, já que
sempre estamos recomeçando.
Os países asiáticos, que vêm experimentando um crescimento
vertiginoso, conseguiram deixar a pobreza para trás e alguns se tornaram os
países que mais crescem no mundo e isto se de programas permanentes, com esse
sentido.
Por que isso não se repetiria aqui? Se os projetos forem
bons e estruturantes, eu, por exemplo, não tenho dúvidas de que dariam certo.
Esses projetos teriam que atacar as causas de nossa secular
pobreza. Teriam que inverter essa trajetória e nos tirar do terrível título de
estado campeão no número de famílias que vivem do Bolsa Família ou outros
benefícios sociais. E sem, dúvidas, criar atividades de massa que sejam
permanentes e tragam empregos em larga escala.
Eu me arrisco a propor dois desses projetos permanentes que
nos ajudariam a sair desse atoleiro.
A primeira dessas sugestões é na área da educação, pois foi
assim que os países mais desenvolvidos do mundo conseguiram deixar a pobreza e
a extrema pobreza para trás. Existe hoje quase um consenso sobre a importância
da educação de qualidade como a principal arma de combate à pobreza e de estímulo
ao desenvolvimento.
Esse programa seguiria os ensinamentos do professor da
Universidade de Chicago e Prêmio Nobel de Economia, o economista James Heckman,
criador de métodos científicos para avaliar a eficácia de programas sociais, um
homem reverenciado tanto na sua área de origem, a economia, como na educação.
E o que ele prega? Que a ciência já juntou evidências de que
essa atenção precisa acontecer com o bebê ainda na barriga da mãe, pois a
probabilidade de ele vir ater uma vida saudável se multiplica quando a mãe é
disciplinada ainda no período pré-natal. Até os 5,6 anos, a criança aprende em
um ritmo espantoso e isso será valioso para o resto da vida. O que ocorre é que
as famílias pobres não recebem orientação básica sobre como enfrentar o desafio
de criar um bebê. Além disso, faltam boas creches e pré-escolas e, sobretudo, o
empurrão na hora certa.
O grande impacto positivo vem de programas que conseguem
envolver famílias pobres, creches e pré-escolas, centros de saúde e outros
órgãos que, integrados, canalizam incentivos – não só materiais - para a
criança.
Aquelas que conseguem dispor dessa ajuda ficam resistentes à
violência e chegam ao ensino fundamental em pé de igualdade com crianças de
famílias abastadas que se preparam convenientemente para as etapas posteriores
de sua formação educacional para a vida futura.
Esse programa bem feito e eficazmente avaliado mudaria o
nosso estado, formando novas gerações de jovens, diminuindo os índices de
pobreza e melhorando sua produtividade.
Uma outra sugestão seria um programa de Estado que
envolvesse Cultura, Turismo e Emprego. Seria um programa de massa que, ao
mostrar a vasta cultura popular do Maranhão e um esforço eficiente de atração
de turistas, no Brasil e no mundo, traria renda para vastas camadas da
população. Se um programa desses passar a ser permanente, todos ganharão: desde
os segmentos existentes de hotéis a motoristas de taxi, vans, ônibus de
turismo, agentes de viagens, restaurantes, supermercados, artistas de diversas
brincadeiras, cantores, casas de shows, shoppings, produtores e lojas de
artesanato, músicos, guias bilíngues, praias, bares, enfim, uma infinidade de
setores de pequenos empresários, o que traria renda e investimentos para o
estado.
Estas seriam as minhas sugestões. E as suas quais seriam?
Dessa forma, estaríamos preparando as bases permanentes para
um Maranhão muito melhor no futuro.
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