terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

UM FUNDO DE DESENVOLVIMENTO NO CLA



Desconhecido por quase todos, desdenhado pôr muitos, o Centro Espacial Brasileiro, localizado em Alcântara, pode ser a solução dos problemas centenários de pobreza naquela região que, no passado, chegou a pretender rivalizar com São Luís em importância. Contudo, hoje aquela bela cidade ainda não conseguiu desenvolver plenamente seu potencial turístico e seu desenvolvimento.

Vejam o caso de São José dos Campos, em São Paulo, que nos anos 50 era apenas uma cidade sanatório, onde pessoas contaminadas pela tuberculose iam em busca de cura por causa do clima. Ainda não havia a penicilina. Por sorte, nessa ocasião, o Brigadeiro da aeronáutica Augusto Montenegro estava determinado a produzir aviões no Brasil e iniciar a indústria aeronáutica brasileira. O militar estava à procura de um local propício para instalar o Centro Técnico da Aeronáutica e o seu sonhado Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ITA, que iria preparar o pessoal especializado para a sonhada indústria aeronáutica brasileira. 

Foi assim que ele escolheu São José dos Campos para sediar esses empreendimentos, pois o prefeito da cidade doou os terrenos que precisava e lhe prometeu todo o apoio. A partir daí, tudo mudou.

Hoje, o sonho do Brigadeiro Montenegro, cearense, está realizado, pois ali se instalou o que é hoje a terceira mais importante indústria aeronáutica do mundo: a Embraer. A empresa inclusive já instalou fábricas em outras regiões de São Paulo, como em Gavião Peixoto, onde a indústria sua estrutura de aeronaves de defesa já produz grandes aviões militares.

Esse polo tecnológico de ponta atraiu uma infinidade de empresas para lá. O município que antes Monteiro Lobato chamava de “cidades mortas do Vale do Paraíba” é hoje uma das regiões mais desenvolvidas do Brasil, um polo de importância mundial.

Isso tudo pode se repetir em Alcântara, desta vez com a indústria aeroespacial brasileira.

Alcântara não foi escolhida por sorte. Ela preenchia os requisitos para sediar um Centro Espacial extremamente importante, pois sua proximidade com a Linha do Equador e sua localização junto ao mar permitia oferecer uma grande economia nos lançamentos de artefatos aeroespaciais, lhe dando assim uma importância mundial. É um dos melhores sítios do mundo para essa empreitada.

A Embraer também estará presente em Alcântara por meio da empresa já constituída - a Visiona - que terá para a indústria aeroespacial brasileira a mesma importância da Embraer.

O Centro Espacial Brasileiro se destina não só a desenvolver a tecnologia brasileira, como também em oferecer quatro sítios de lançamentos a serem usados por outros países por aluguel, o que tornará o Centro altamente rentável.

Alcântara precisa de muita coisa para se desenvolver e  para poder tornar real sua vocação turística, assim como para poder tirar da pobreza muitas comunidades, sobretudo as quilombolas, oferecendo uma compensação pela cessão de uma parte do seu território para as atividades aeroespaciais.

Pensando assim, estou iniciando as tratativas para criar um Fundo de Desenvolvimento com a finalidade de prover recursos para o desenvolvimento e assistência a essas comunidades de Alcântara, melhorando assim a vida dessas pessoas, preparando-as para o mercado de trabalho e assistindo-as da melhor maneira possível, a fim de dar-lhes condições de sair da pobreza.

Na ideia que alimento, o fundo será constituído mediante instrumento legal adequado e os recursos virão de uma percentagem do valor cobrado pelos lançamentos realizados no Centro, sendo gerido pelo CLA. 

As propostas para uso dos recursos do Fundo serão aprovadas por um conselho administrativo que terá como integrantes representantes da prefeitura do município e de representantes eleitos pelas comunidades quilombolas e outras.

Por outro lado, o funcionamento de um Centro tão importante mundialmente, traria para Alcântara grande parte da indústria espacial, multinacionais, centros tecnológicos que sem dúvidas trariam empregos e ajudariam a transformar a região.

Já tive uma reunião com o prefeito do município, com a deputada Luana Alves, com representantes de sindicatos, logo que essa ideia começou a ser discutida. E essa discussão será expandida com o Centro e com outros representantes, inclusive das comunidades quilombolas e outras.

Caso se chegue a um acordo aceitável para todos, apresentaremos o projeto, que certamente contará com o apoio da bancada de deputados e senadores do estado do Maranhão.  

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