Desconhecido
por quase todos, desdenhado pôr muitos, o Centro Espacial Brasileiro,
localizado em Alcântara, pode ser a solução dos problemas centenários de
pobreza naquela região que, no passado, chegou a pretender rivalizar com São
Luís em importância. Contudo, hoje aquela bela cidade ainda não conseguiu
desenvolver plenamente seu potencial turístico e seu desenvolvimento.
Vejam
o caso de São José dos Campos, em São Paulo, que nos anos 50 era apenas uma
cidade sanatório, onde pessoas contaminadas pela tuberculose iam em busca de
cura por causa do clima. Ainda não havia a penicilina. Por sorte, nessa
ocasião, o Brigadeiro da aeronáutica Augusto Montenegro estava determinado a
produzir aviões no Brasil e iniciar a indústria aeronáutica brasileira. O
militar estava à procura de um local propício para instalar o Centro Técnico da
Aeronáutica e o seu sonhado Instituto Tecnológico da Aeronáutica, ITA, que iria
preparar o pessoal especializado para a sonhada indústria aeronáutica
brasileira.
Foi
assim que ele escolheu São José dos Campos para sediar esses empreendimentos,
pois o prefeito da cidade doou os terrenos que precisava e lhe prometeu todo o
apoio. A partir daí, tudo mudou.
Hoje,
o sonho do Brigadeiro Montenegro, cearense, está realizado, pois ali se
instalou o que é hoje a terceira mais importante indústria aeronáutica do mundo:
a Embraer. A empresa inclusive já instalou fábricas em outras regiões de São
Paulo, como em Gavião Peixoto, onde a indústria sua estrutura de aeronaves de defesa
já produz grandes aviões militares.
Esse
polo tecnológico de ponta atraiu uma infinidade de empresas para lá. O
município que antes Monteiro Lobato chamava de “cidades mortas do Vale do
Paraíba” é hoje uma das regiões mais desenvolvidas do Brasil, um polo de
importância mundial.
Isso
tudo pode se repetir em Alcântara, desta vez com a indústria aeroespacial
brasileira.
Alcântara
não foi escolhida por sorte. Ela preenchia os requisitos para sediar um Centro
Espacial extremamente importante, pois sua proximidade com a Linha do Equador e
sua localização junto ao mar permitia oferecer uma grande economia nos
lançamentos de artefatos aeroespaciais, lhe dando assim uma importância
mundial. É um dos melhores sítios do mundo para essa empreitada.
A
Embraer também estará presente em Alcântara por meio da empresa já constituída
- a Visiona - que terá para a indústria aeroespacial brasileira a mesma
importância da Embraer.
O
Centro Espacial Brasileiro se destina não só a desenvolver a tecnologia
brasileira, como também em oferecer quatro sítios de lançamentos a serem usados
por outros países por aluguel, o que tornará o Centro altamente rentável.
Alcântara
precisa de muita coisa para se desenvolver e para poder tornar real sua vocação turística,
assim como para poder tirar da pobreza muitas comunidades, sobretudo as
quilombolas, oferecendo uma compensação pela cessão de uma parte do seu
território para as atividades aeroespaciais.
Pensando
assim, estou iniciando as tratativas para criar um Fundo de Desenvolvimento com
a finalidade de prover recursos para o desenvolvimento e assistência a essas
comunidades de Alcântara, melhorando assim a vida dessas pessoas, preparando-as
para o mercado de trabalho e assistindo-as da melhor maneira possível, a fim de
dar-lhes condições de sair da pobreza.
Na
ideia que alimento, o fundo será constituído mediante instrumento legal
adequado e os recursos virão de uma percentagem do valor cobrado pelos
lançamentos realizados no Centro, sendo gerido pelo CLA.
As
propostas para uso dos recursos do Fundo serão aprovadas por um conselho
administrativo que terá como integrantes representantes da prefeitura do
município e de representantes eleitos pelas comunidades quilombolas e outras.
Por
outro lado, o funcionamento de um Centro tão importante mundialmente, traria
para Alcântara grande parte da indústria espacial, multinacionais, centros tecnológicos
que sem dúvidas trariam empregos e ajudariam a transformar a região.
Já
tive uma reunião com o prefeito do município, com a deputada Luana Alves, com
representantes de sindicatos, logo que essa ideia começou a ser discutida. E
essa discussão será expandida com o Centro e com outros representantes,
inclusive das comunidades quilombolas e outras.
Caso
se chegue a um acordo aceitável para todos, apresentaremos o projeto, que certamente
contará com o apoio da bancada de deputados e senadores do estado do Maranhão.
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