sábado, 9 de fevereiro de 2008

O Apagão de Sarney

O Senador José Sarney mandou os seus asseclas (deviam todos usar bigodes para completar a semelhança) que escrevem no seu jornal fazerem uma matéria, mudando tudo que eu disse na entrevista no programa do Chico Viana, devido à grande repercussão da mesma. O objetivo era o de me intrigarem com a Ministra do STF Eliana Calmon, pois vai ordenar aos seus “faz-tudo” que levem o jornal para ela, em ação semelhante à de meninos fazendo queixa de outro, como é comum na infância. Editaram a entrevista de um jeito que a Ministra fique zangada com as inverdades e dificulte mais as coisas para mim no processo da “Operação Navalha”.

Os criadores da farsa do Reis Pacheco e de tantas outras mentiras e calúnias que chegam a ser criminosas não sabem fazer mais nada a não ser tentar manipular a informação naquilo que imaginam ser vantajoso para eles. São uns pilantras.

O Sarney deveria, no entanto, se explicar de matérias pesadas como a denunciada pela revista VEJA desta semana e da CARTA CAPITAL da semana passada, ambas comentando suas proezas no setor elétrico nacional, a manipulação de bilhões de reais em sombrios negócios no Luz para Todos e em outros setores no universo da energia nacional. José Sarney sempre por trás e nas sombras puxando os cordéis. Ele agora despertou a mídia para seus movimentos no setor. É rara a semana que uma grande revista ou um grande jornalista não fale dele cada vez pior. E agora José, e a sua imagem de estadista como fica?

O Presidente Lula deve ter começado a pôr as suas barbas brancas de molho. Ao entregar a gestão do sistema elétrico nacional ao Senador José Sarney ele não sabia onde estava se metendo. Acontece que junto com Sarney vem toda uma imensa gama de interesses familiares, que depois de anos de treinamento, manipulando de todas as maneiras possíveis e imagináveis o complexo energético estadual, que sempre esteve nas mãos deles, acabaram ganhando “experiência” para vôos mais altos.

As denúncias de malversação do dinheiro público surgem a todo momento, mas o que começa realmente a preocupar o Presidente é a grave ameaça de um apagão energético de grandes e desastrosas conseqüências econômicas para o país que principia a explodir em seus costados. Vide o que já esta acontecendo com o gás, essencial para enormes setores produtivos que não têm como substituí-lo em curto prazo em seus processos de produção.

Como o sistema de energia elétrica brasileiro depende de chuvas em determinadas regiões e no tempo certo, nesses tempos cada vez mais incertos devido às alterações climáticas em curso, vamos ter de apelar para usinas termelétricas ,que agravam a emissão de gás carbônico na atmosfera e vão encarecer todo o processo produtivo brasileiro, fazendo-nos perder competitividade no mundo globalizado. É um quadro muito feio que a Folha de São Paulo de ontem diz claramente que é culpa total do governo que não tomou as medidas no tempo certo no setor elétrico.

Também quem mandou entregar setor chave da economia brasileira para o Senador José Sarney e seu grupo? Isso vai custar muito caro aos brasileiros e o Sarney vai começar a sair de fininho, vocês vão ver!

Na semana retrasada, em uma concorrida solenidade, um grande número de pessoas se reuniu no Centro de Convenções Pedro Neiva de Santana para discutir o Rio Itapecuru e o Bacanga, promovido pelo competente Deputado João Evangelista, Presidente da Assembléia Estadual do Maranhão. Nada podia ser mais importante e oportuno, por tudo que ali foi mostrado, em entrevistas, palestras e filmes. Está de parabéns o Deputado João Evangelista, que vem discutindo esse assunto por bastante tempo, e está formatando as providências que terão de ser tomadas para salvar o Rio e a vida ao seu redor. No meu governo demos essencial contribuição em um importantíssimo projeto desenvolvido pelo professor Jose Lemos, então Secretário de Agricultura.

Fizemos um projeto piloto para reflorestar as matas ciliares, mas com o cuidado de dar espaço para os pescadores e agricultores familiares e, como complemento, fazia-se o repovoamento com alevinos do rio.

O projeto piloto foi realizado entre Codó e Timbiras. Foram seis hectares em cada margem, portanto doze hectares de mata ciliar. Com participação ativa dos ribeirinhos o projeto tinha o seguinte desenho: a partir da margem até uma extensão de 40 metros o replantio foi feito com espécies nativas da própria mata ciliar. A seguir, numa extensão de 20 metros foram plantadas espécies frutíferas de diferentes portes. Nas entrelinhas das frutíferas estão sendo cultivadas culturas de porte herbáceo e arbustivo. É uma agricultura em degraus e é justamente para assegurar sustentabilidade e garantir renda e segurança alimentar para as famílias ribeirinhas no curto prazo.

Esse projeto é uma grande contribuição para ajudar a salvar o rio, pois, combate a erosão que joga areia para dentro do leito, além de tornar os ribeirinhos os maiores defensores da integridade do rio, o que não acontece agora. Esse é um projeto barato e viável que precisa continuar. E permitir a participação do setor privado principalmente na doação das árvores como foi o caso do projeto piloto que teve contribuição da Alcoa na doação das mudas.

Parabéns Deputado João Evangelista!

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