Em público, o petismo recobre sua presidenciável, Dilma Rousseff, com um manto de otimismo. Nos subterrâneos, dá-se coisa diversa.
O PT passou a ruminar o receio de que os sócios minoritários do consórcio partidário do governo troquem Dilma por outros candidatos.
Legendas como PTB, PP e PR já flertam com uma opção tucana: o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
Aliados mais à esquerda –PDT e PCdoB— passaram a considerar a hipótese de se agregar à caravana de Ciro Gomes (PSB).
O reboliço é tonificado pelo desempenho da chefe da Casa Civil nas pesquisas de opinião.
Desde que Marina Silva (PV) entrou na briga, a candidata de Lula exibe posição estacionária, com viés de baixa.
Serra também caiu. Mantém, contudo, uma liderança ainda folgada. Em movimento inverso, Ciro cresce. O PT enxerga nas sondagens um retrato provisório e reversível.
Não há, por ora, petista que se anime a contemplar a hipótese da ausência de Dilma no segundo turno de 2010. Porém...
Porém, o petismo inquieta-se com o fato de Dilma ter estagnado num instante em que, pelos planos originais, deveria crescer.
Justamente a hora em que os partidos começam a se embrenhar nas negociações que resultarão nas alianças de 2010.
Lula e o PT haviam idealizado para Dilma um cenário de prestígio crescente. Em escalada progressiva, bateria, entre dezembro e janeiro, na casa dos 30%.
Algo que seria facilitado pelo prestígio de Lula e pela impressão das digitais de Dilma nos programas do governo –o PAC, o milhão de casas populares e o pré-sal.
O temor do PT não é infundado. Embora ocorram abaixo da linha d’água, os primeiros movimentos partidários já começam a ganhar a superfície.
Integrantes da cúpula do PT detectaram as seguintes pegadas:
1. Ciro e o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB, tricotam com PCdoB e PDT.
Na seara comunista, participam das conversas Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Renato Rabelo, presidente do PCdoB.
No PDT, o flerte se dá com o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical.
2. O deputado cassado Roberto Jefferson (RJ), presidente do PTB, move-se em todas as direções, menos no rumo de Dilma.
Tentou, sem sucesso, empinar uma candidatura presidencial de Henrique Meirelles, presidente do BC. Em privado, revela pendores tucanos.
Jefferson tem uma queda política pelo governador tucano de Minas, Aécio Neves. Acha-o um candidato leve. Mas não demonstra aversão por Serra.
3. O deputado cassado Valdemar da Costa Neto, espécie de dono do PR, passou a difundir a versão de que a canoa de Dilma furou. Como opção, cita Serra.
4. O senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP, revela-se, entre quatro paredes, irritado com o assanhamento do petista Lindberg Farias.
Prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg ameaça candidatar-se ao governo do Rio mesmo contra a vontade de Lula. Algo que deixa Dornelles desalentado.
Diz-se no PT que, se o PSDB já tivesse optado por Aécio, sobrinho de Dornelles, o PP seria caso perdido. Tenta-se evitar que o indesejável se dê também com Serra.
Para complicar, os partidos pequenos e médios abrigados sob o guarda-chuva de Lula irritam-se com a preferência que o presidente e o PT dão ao PMDB.
Há dois dias, o grão-pemedebê Michel Temer (SP) esboçou com Dilma um pré-acordo eleitoral a ser celebrado em outubro.
PTB, PR e PP, legendas que frequentam a beirada direita da tigela governista, sentem-se alijadas.
O PCdoB, assentado na beirada esquerda da tigela, é seduzido pelo pedaço do discurso de Ciro que realça o déficit moral que permeia a união de petês com pemedebês.
A eventual migração de aliados para quintais vizinhos preocupa sobretudo porque transferiria de Dilma para candidatos rivais valiosos minutos de tempo de televisão.
O PT planeja reagir em duas frentes. Vai cobrar de Dilma o retorno à vitrine. Ela se diz “curada” do câncer. Então, é hora de arregaçar as mangas do tailler.
De resto, pretende-se voltar os olhares para além dos limites do PMDB. Foi para o beleléu a pretensão de fazer de 2010 um plebiscito Lula-PT X FHC-PSDB, o "futuro" contra a "volta ao passado".
Até por isso, passou-se a considerar que o desprezo aos parceiros supostamente menos relevantes é coisa que escapa ao bom senso.
O PT passou a ruminar o receio de que os sócios minoritários do consórcio partidário do governo troquem Dilma por outros candidatos.
Legendas como PTB, PP e PR já flertam com uma opção tucana: o governador de São Paulo, José Serra (PSDB).
Aliados mais à esquerda –PDT e PCdoB— passaram a considerar a hipótese de se agregar à caravana de Ciro Gomes (PSB).
O reboliço é tonificado pelo desempenho da chefe da Casa Civil nas pesquisas de opinião.
Desde que Marina Silva (PV) entrou na briga, a candidata de Lula exibe posição estacionária, com viés de baixa.
Serra também caiu. Mantém, contudo, uma liderança ainda folgada. Em movimento inverso, Ciro cresce. O PT enxerga nas sondagens um retrato provisório e reversível.
Não há, por ora, petista que se anime a contemplar a hipótese da ausência de Dilma no segundo turno de 2010. Porém...
Porém, o petismo inquieta-se com o fato de Dilma ter estagnado num instante em que, pelos planos originais, deveria crescer.
Justamente a hora em que os partidos começam a se embrenhar nas negociações que resultarão nas alianças de 2010.
Lula e o PT haviam idealizado para Dilma um cenário de prestígio crescente. Em escalada progressiva, bateria, entre dezembro e janeiro, na casa dos 30%.
Algo que seria facilitado pelo prestígio de Lula e pela impressão das digitais de Dilma nos programas do governo –o PAC, o milhão de casas populares e o pré-sal.
O temor do PT não é infundado. Embora ocorram abaixo da linha d’água, os primeiros movimentos partidários já começam a ganhar a superfície.
Integrantes da cúpula do PT detectaram as seguintes pegadas:
1. Ciro e o governador pernambucano Eduardo Campos, presidente do PSB, tricotam com PCdoB e PDT.
Na seara comunista, participam das conversas Aldo Rebelo (PCdoB-SP) e Renato Rabelo, presidente do PCdoB.
No PDT, o flerte se dá com o deputado Paulo Pereira da Silva (SP), o Paulinho da Força Sindical.
2. O deputado cassado Roberto Jefferson (RJ), presidente do PTB, move-se em todas as direções, menos no rumo de Dilma.
Tentou, sem sucesso, empinar uma candidatura presidencial de Henrique Meirelles, presidente do BC. Em privado, revela pendores tucanos.
Jefferson tem uma queda política pelo governador tucano de Minas, Aécio Neves. Acha-o um candidato leve. Mas não demonstra aversão por Serra.
3. O deputado cassado Valdemar da Costa Neto, espécie de dono do PR, passou a difundir a versão de que a canoa de Dilma furou. Como opção, cita Serra.
4. O senador Francisco Dornelles (RJ), presidente do PP, revela-se, entre quatro paredes, irritado com o assanhamento do petista Lindberg Farias.
Prefeito de Nova Iguaçu, Lindberg ameaça candidatar-se ao governo do Rio mesmo contra a vontade de Lula. Algo que deixa Dornelles desalentado.
Diz-se no PT que, se o PSDB já tivesse optado por Aécio, sobrinho de Dornelles, o PP seria caso perdido. Tenta-se evitar que o indesejável se dê também com Serra.
Para complicar, os partidos pequenos e médios abrigados sob o guarda-chuva de Lula irritam-se com a preferência que o presidente e o PT dão ao PMDB.
Há dois dias, o grão-pemedebê Michel Temer (SP) esboçou com Dilma um pré-acordo eleitoral a ser celebrado em outubro.
PTB, PR e PP, legendas que frequentam a beirada direita da tigela governista, sentem-se alijadas.
O PCdoB, assentado na beirada esquerda da tigela, é seduzido pelo pedaço do discurso de Ciro que realça o déficit moral que permeia a união de petês com pemedebês.
A eventual migração de aliados para quintais vizinhos preocupa sobretudo porque transferiria de Dilma para candidatos rivais valiosos minutos de tempo de televisão.
O PT planeja reagir em duas frentes. Vai cobrar de Dilma o retorno à vitrine. Ela se diz “curada” do câncer. Então, é hora de arregaçar as mangas do tailler.
De resto, pretende-se voltar os olhares para além dos limites do PMDB. Foi para o beleléu a pretensão de fazer de 2010 um plebiscito Lula-PT X FHC-PSDB, o "futuro" contra a "volta ao passado".
Até por isso, passou-se a considerar que o desprezo aos parceiros supostamente menos relevantes é coisa que escapa ao bom senso.
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