A coluna Estado Maior, do jornal O Estado do Maranhão, destacou, ontem, (07/05/2010) uma ‘mensagem fraterna” que o presidente das Organizações Globo, Roberto Irineu Marinho, endereçou ao superintendente do Sistema Mirante, Fernando Sarney, “cumprimentando-o pelo ingresso da TV Mirante, afiliada da Rede Globo, na era digital”.
“A mensagem é a seguinte”, diz a coluna política de O Estado, reproduzindo na íntegra o texto de Marinho: ‘Prezado Fernando; parabéns pela nova etapa de desenvolvimento tecnológico em que entrou ontem a TV Mirante. Lamentei muito não ter podido dar-lhe pessoalmente o meu abraço, feliz por compartilhar de mais um momento importante na trajetória de vitórias de nossa parceria de longa data. Eu acabara de chegar de um vôo (sic) exaustivo ao exterior e minha agenda de trabalho me impediu de afastar-me do Rio. Aceite, então, o meu abraço fraterno e os meus cumprimentos cordiais’.
Horas mais tarde, no Jornal Nacional, a poderosa emissora de Roberto Irineu Marinho anunciava em destaque uma notícia nem um tanto fraterna: “A Polícia Federal indiciou na tarde desta sexta-feira o empresário Fernando Sarney por evasão de divisas. Em depoimento na sede da Polícia Federal, em São Luís, Fernando se recusou a responder os questionamentos da PF. Ele é acusado de enviar ilegalmente para o exterior 1 milhão de dólares.O governo chinês confirmou que o filho do senador José Sarney remeteu esses valores a partir de uma conta em nome de “offshore” nas Bahamas. Fernando, seus familiares e amigos investigados não declararam à Receita Federal contas que possuem no exterior”... destacou o principal telejornal da Globo.
JORNAL NACIONAL 07-05-10
"A Polícia Federal indiciou na tarde desta sexta-feira o empresário Fernando Sarney por evasão de divisas. Em depoimento na sede da PF em São Luís, Fernando se recusou a responder os questionamentos da PF. Ele é acusado de enviar ilegalmente para o exterior 1 milhão de dólares. O governo chinês confirmou que o filho do senador José Sarney remeteu esses valores a partir de uma conta em nome de “offshore” nas Bahamas. Fernando, seus familiares e amigos investigados não declararam à Receita Federal contas que possuem no exterior. A investigação sobre as transações bancárias do irmão da governadora Roseana Sarney no exterior é um dos cinco inquéritos abertos pela PF na Operação Facktor.
No primeiro, foram analisadas as movimentações financeiras de uma factoring da família Sarney. No segundo, os contratos comerciais e negociações do grupo Marafolia, que a polícia aponta como pertencente a Fernando, mas registrado em nome de terceiros. Há também um inquérito sobre suposto superfaturamento e desvio de recursos de obras da Valec (estatal vinculada ao Ministério dos Transportes). O quarto é o da evasão de divisas. O quinto foi arquivado pela PF - tratava da suspeita de vazamento de informações sigilosas do caso por um agente da Polícia Federal, mas não houve comprovação do crime. Nos dois primeiros inquéritos, Fernando Sarney foi indiciado no mês de julho por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e gestão fraudulenta de instituição financeira. Sua mulher, Teresa, também foi indiciada por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra o sistema financeiro.
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