Revista Exame: Todo mundo conhece alguém que se encaixa no perfil. Às vezes, é um síndico do prédio que lida com um vazamento de água como se fosse apenas mais uma vítima. Em outras, é um diretor de marketing que bota a culpa no feriado para explicar a queda nas vendas. Exemplos de pessoas que fogem de suas responsabilidades são inúmeros, em família, no trabalho ou na política.
Dentre os que circulam por Brasília, ninguém, niguém mesmo (nem Lula), consegue tal façanha como o presidente do Senado, coronel José Sarney. Quando era presidente da república, comportava-se como mero expectador em meio ao caos. A inflação corria solta. Não era com ele. A corrupção, um absurdo. Nenhuma resposta. Há anos, Sarney vem fugindo de toda e qualquer responsabilidade em relação a tudo que está sob o seu controle (do Maranhão ao Brasil). Infelizmente, o eleitorado brasileiro ainda não o puniu da maneira como deveria.
Dentre os que circulam por Brasília, ninguém, niguém mesmo (nem Lula), consegue tal façanha como o presidente do Senado, coronel José Sarney. Quando era presidente da república, comportava-se como mero expectador em meio ao caos. A inflação corria solta. Não era com ele. A corrupção, um absurdo. Nenhuma resposta. Há anos, Sarney vem fugindo de toda e qualquer responsabilidade em relação a tudo que está sob o seu controle (do Maranhão ao Brasil). Infelizmente, o eleitorado brasileiro ainda não o puniu da maneira como deveria.
Empossado presidente do Senado pela terceira vez, Sarney recorre ao velho expediente. Finge que não tem nada a ver com a saraivada de denúncias e reage, com certa indignação controlada, ao aparecimento dos tais atos secretos, das diretorias para vigiar garagem, dos abusos com a verba de indenização. Como o Brasil não é o Maranhão, suas mentiras são desmascaradas, uma a uma. Foi Sarney quem criou a maioria das diretorias "para-nada". Parentes de Sarney foram os primeiros a se beneficiar dos tais atos secretos. E Sarney, apesar de morar na residência oficial do Senado, recebia também o auxílio-moradia da casa. Em várias destas oportunidades, confrontado com as informações, ele respondeu: "Não, não fiz isso" ou "Eu não sabia". Mentiras deslavadas.
Se não é o Maranhão, infelizmente, o Brasil também não é o Japão. Por lá, como lembrou o jornalista Ricardo Noblat em sua coluna em O Globo, políticos flagrados em situação vexaminosa renunciam, se entregam à Justiça e, às vezes, até se matam de tanta vergonha. Nos Estados Unidos, na Inglaterra, a mesma coisa. Por aqui, nossa elite política não sente nenhum remorso por mentir à opinião pública. Suspeito que exista até um certo orgulho, uma competição entre os Sarneys, Calheiros e outros, para ver quem consegue realizar mais pilantragens e ainda posar de bonzinho. Nisso, Sarney você é campeão. Você é o Teflon do Maranhão
(Maurício Lima – Revista Exame – 15.06.09)
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