Pela 1ª vez, presidente parece dar ouvidos à ponderação
Começa a admitir que solução passa por saída de Sarney
Fala agora em solução ‘honrosa’, sem perda do mandato
O governo começa a emitir sinais de que pode modificar sua estratégia em relação à crise do Senado.
Até aqui, Lula e seus operadores políticos quebraram lanças para manter José Sarney grudado à cadeira de presidente.
Avaliam agora que a encrenca foge ao controle. E Lula já não é refratário aos conselheiros que recomendam que tome distância da crise.
O blog ouviu uma dessas pessoas que tem acesso aos ouvidos do presidente. Notou uma indisfarçável inflexão no discurso.
Antes, dizia que a permanência de Sarney era vital à governabilidade. Agora, afirma que um Senado em guerra não ajuda o governo.
Mantém os ataques à oposição. Repisa a tese segundo a qual os vícios do Senado não se resumem a Sarney. Mas modula o tom de voz.
Trata o agravamento da crise como um dado da realidade. “Não dá para brigar com os fatos”, disse o auxiliar de Lula.
Num diálogo telefônico que manteve no final de semana, Lula reconheceu, pela primeira vez, que a solução do impasse “talvez” passe pela saída de Sarney.
Soou como se estivesse mais preocupado em privar Sarney de humilhações do que em salvar-lhe a presidência.
Não contempla a hipótese de o mandato de Sarney ser passado na lâmina. Sem esmiuçar o raciocínio, fala em buscar uma hipotética saída “honrosa”.
Lula vem adotando em relação a Sarney um comportamento, por assim dizer, ciclotímico.
Num primeiro momento, disse que o senador, mercê de sua biografia, não podia ser tratado como uma “pessoa comum”.
Numa segunda fase, disse que não votara em Sarney. Nem para elegê-lo senador nem para fazê-lo mandachuva do Senado.
Mas, embora dissesse que a crise do Senado era problema dos senadores, Lula manteve os movimentos subterrâneos em favor do aliado.
Nesta semana, a suposta inflexão do presidente será submetida a teste. A prova dos nove vai ser o comportamento da bancada de senadores do PT.
Lula foi informado de que Aloizio Mercadante, líder do PT, cogita aliar-se à oposição para desarquivar no Conselho de (a)Ética uma das ações contra Sarney.
Reaberto o processo, Sarney teria de apresentar defesa escrita e deixar a presidência até que o caso fosse julgado em termos definitivos.
O afastamento seria “temporário”. Mas nada impede que seja convertido em definitivo mediante negociação que leve à preservação do mandato de Sarney.
Como se sabe, há sobre a mesa de Paulo Duque, o presidente do conselho, uma representação do PMDB contra o líder tucano Arthur Virgílio.
Também neste caso, o PT cogita unir-se à oposição, sepultando as acusações. Algo que, imagina-se, atrairá tucanos e ‘demos’ para a tese da pacificação negociada.
Há um quê de pragmatismo eleitoral na articulação que começa a ser esboçada em Brasília. Pesquisa feita por encomenda do PSDB detectou o seguinte:
A popularidade de Lula teria recuado quatro pontos percentuais. As intenções de voto atribuídas a Dilma Rousseff teriam caído entre cinco e seis pontos.
Em ambos os casos, o tucanato atribui a oscilação negativa ao apoio irresoluto da dupla a Sarney.
Em privado, o presidenciável tucano José Serra diz que, também nas pesquisas restritas a São Paulo, detectou-se uma leve queda no prestígio de Lula.
O Planalto dispõe de sondagens próprias, mantidas em segredo. É provável que tenham identificado o mesmo movimento incômodo.
Nos próximos dias, quem estiver interessado em medir até que ponto vai a nova disposição do governo, deve observar os calcanhares de Aloizio Mercadante.
Começa a admitir que solução passa por saída de Sarney
Fala agora em solução ‘honrosa’, sem perda do mandato
O governo começa a emitir sinais de que pode modificar sua estratégia em relação à crise do Senado.
Até aqui, Lula e seus operadores políticos quebraram lanças para manter José Sarney grudado à cadeira de presidente.
Avaliam agora que a encrenca foge ao controle. E Lula já não é refratário aos conselheiros que recomendam que tome distância da crise.
O blog ouviu uma dessas pessoas que tem acesso aos ouvidos do presidente. Notou uma indisfarçável inflexão no discurso.
Antes, dizia que a permanência de Sarney era vital à governabilidade. Agora, afirma que um Senado em guerra não ajuda o governo.
Mantém os ataques à oposição. Repisa a tese segundo a qual os vícios do Senado não se resumem a Sarney. Mas modula o tom de voz.
Trata o agravamento da crise como um dado da realidade. “Não dá para brigar com os fatos”, disse o auxiliar de Lula.
Num diálogo telefônico que manteve no final de semana, Lula reconheceu, pela primeira vez, que a solução do impasse “talvez” passe pela saída de Sarney.
Soou como se estivesse mais preocupado em privar Sarney de humilhações do que em salvar-lhe a presidência.
Não contempla a hipótese de o mandato de Sarney ser passado na lâmina. Sem esmiuçar o raciocínio, fala em buscar uma hipotética saída “honrosa”.
Lula vem adotando em relação a Sarney um comportamento, por assim dizer, ciclotímico.
Num primeiro momento, disse que o senador, mercê de sua biografia, não podia ser tratado como uma “pessoa comum”.
Numa segunda fase, disse que não votara em Sarney. Nem para elegê-lo senador nem para fazê-lo mandachuva do Senado.
Mas, embora dissesse que a crise do Senado era problema dos senadores, Lula manteve os movimentos subterrâneos em favor do aliado.
Nesta semana, a suposta inflexão do presidente será submetida a teste. A prova dos nove vai ser o comportamento da bancada de senadores do PT.
Lula foi informado de que Aloizio Mercadante, líder do PT, cogita aliar-se à oposição para desarquivar no Conselho de (a)Ética uma das ações contra Sarney.
Reaberto o processo, Sarney teria de apresentar defesa escrita e deixar a presidência até que o caso fosse julgado em termos definitivos.
O afastamento seria “temporário”. Mas nada impede que seja convertido em definitivo mediante negociação que leve à preservação do mandato de Sarney.
Como se sabe, há sobre a mesa de Paulo Duque, o presidente do conselho, uma representação do PMDB contra o líder tucano Arthur Virgílio.
Também neste caso, o PT cogita unir-se à oposição, sepultando as acusações. Algo que, imagina-se, atrairá tucanos e ‘demos’ para a tese da pacificação negociada.
Há um quê de pragmatismo eleitoral na articulação que começa a ser esboçada em Brasília. Pesquisa feita por encomenda do PSDB detectou o seguinte:
A popularidade de Lula teria recuado quatro pontos percentuais. As intenções de voto atribuídas a Dilma Rousseff teriam caído entre cinco e seis pontos.
Em ambos os casos, o tucanato atribui a oscilação negativa ao apoio irresoluto da dupla a Sarney.
Em privado, o presidenciável tucano José Serra diz que, também nas pesquisas restritas a São Paulo, detectou-se uma leve queda no prestígio de Lula.
O Planalto dispõe de sondagens próprias, mantidas em segredo. É provável que tenham identificado o mesmo movimento incômodo.
Nos próximos dias, quem estiver interessado em medir até que ponto vai a nova disposição do governo, deve observar os calcanhares de Aloizio Mercadante.
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