domingo, 9 de agosto de 2009

Vídeo desmente acusação de Sarney contra repórter de ÉPOCA

O vídeo em que Andrei Meireles entrevista Jeovane de Morais e Argeu Ramos, ligados ao caso da fazenda Pericumã de Sarney, prova que o jornalista não pegou qualquer documento à força




Na semana passada, ao subir à tribuna, o presidente do Senado, José Sarney, se disse "vítima de uma campanha sistemática e agressiva" da mídia. Na parte final de seu discurso, Sarney descreveu a visita de "um jornalista credenciado no Senado" ao escritório do empresário Jeovane de Morais, com quem ele se envolveu numa transação imobiliária. Sarney descreveu a cena com estas palavras: "Chega agredindo, dizendo 'o senhor é laranja do Sarney, confesse!' e rouba os papéis que estavam em cima da mesa dele e sai correndo". Em seguida, brandindo um estojo plástico com um DVD em seu interior, Sarney fez um gesto dramático: "Isto está gravado aqui. A cena foi filmada e não deixa dúvida".

O repórter que fez a entrevista é Andrei Meireles, que desde 2002 trabalha em ÉPOCA. Andrei esteve no escritório de Jeovane em 30 de julho, em busca de informações sobre a Fazenda Pericumã, uma sociedade entre ele, Sem avisar o repórter, Jeovane montou uma câmera de vídeo para registrar os diálogos e movimentos ocorridos durante o encontro. ÉPOCA obteve o vídeo. Nas imagens e diálogos não há roubo, não há correria, não há fuga nem afirmações abusivas nem grosseiras. Há apenas o esforço de um repórter que tenta esclarecer uma compra mal explicada.Em determinado momento, Jeovane toma a iniciativa de entregar a Andrei vários papéis. Há uma pasta preta, papéis soltos sobre a mesa e um relatório encadernado. À vista de todos, Andrei folheia os documentos e examina detidamente esse relatório. Nem Jeovane nem os demais dizem que ele não poderia levá-lo. O diálogo prossegue, até que Andrei se levanta. Depois de vestir o paletó e colocar o celular no bolso, Andrei pega o relatório encadernado, à vista de todos os presentes, e se dirige à porta. Jeovane vai com ele. Argeu Ramos, ao telefone, assiste a tudo.

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Um comentário:

Unknown disse...

Por falar em PMDB

Sob condições “normais”, a imolação pública de José Sarney mereceria lautos festins. Acontece que a febre moral da grande imprensa visa apenas desgastar o PMDB governista antes das disputas de 2010. É pura campanha eleitoral.
As sucursais brasilienses existem há décadas, com repórteres alimentados por centenas de fontes em todos os níveis de poder, e nenhum deles, nenhunzinho, jamais soube de falcatruas operadas por diretores do Senado antes do governo Lula. O Sarney que presidiu a Casa e coordenou a base parlamentar do governo FHC (1995-97) era probo, literato e elegante. E nunca é demais lembrar que Agaciel Maia esteve lá por 14 anos.
Parece que duvidar da imprensa virou elogio ao coronel maranhense. Sei. Então tá. Proponho o seguinte: aspiremos bons fluídos republicanos, montemos na vassoura ética e investiguemos o PMDB de uma vez por todas. Que tal começar pelo quercismo?
Sugiro um levantamento dos órgãos e cargos ocupados por peemedebistas na atual gestão paulistana de Gilberto Kassab. Como se sabe, a vice-prefeita, Alda Marco Antônio, foi secretária dos “polêmicos” governos estaduais de Orestes Quércia (1987-90) e Luiz Antônio Fleury (1991-94) – aquele do massacre do Carandiru.
Alguém pode aproveitar o embalo para escarafunchar também o governo de José Serra, que se aliou a Quércia para vencer a disputa estadual e manter sólida maioria na Assembléia. Não parece razoável que uma aliança dessa envergadura tenha transcorrido sem qualquer, digamos, retribuição. Ora, deve restar alguma irregularidade, mínima que seja, escondida nos milhares de departamentos e incontáveis gabinetes dessas portentosas máquinas administrativas.
Ops. Cadê o furor investigativo? Agora deu preguiça?