quinta-feira, 17 de setembro de 2009

O Domínio da Mídia Eletrônica

Demétrio Magnoli, sociólogo e doutor em geografia humana pela USP, colunista de O Estado de São Paulo e O Globo, escreveu um artigo bem elaborado, na revista O Poder, de Joyce Pascowitch, intitulado “O bigode pós-moderno”. Nele, Magnoli cita uma frase minha divulgada na revista inglesa The Economist, dizendo assim: “Numa reportagem recente que provocou assomos de ira santa, a revista inglesa The Economist citou o diagnóstico do ex-governador maranhense José Reinaldo, hoje um rival político: “Somos governados por uma oligarquia eletrônica”. O controle sobre os meios de comunicação é a plataforma a partir da qual filhos e compadres exercem uma hegemonia incompleta sobre o estado. Mas é a posição do patriarca no Senado que lhe assegura prestígio, influência e cargos no governo federal. E continua: “O título da reportagem da The Economist sobre o Maranhão, ‘Onde os dinossauros ainda perambulam’, contém a chave interpretativa óbvia: Sarney é passado que não quer passar... E, de fato, confrontado com indagações incômodas sobre as profundidades da pobreza nas terras do seu clã, o patriarca afunda em uma argumentação oitocentista, invocando geografia física para explicar uma suposta indolência atávica dos maranhenses”.

É digna de riso a delirante argumentação de Sarney, sem nenhuma base científica ou de qualquer espécie. É apenas uma tentativa desesperada para tentar justificar o injustificável que é o domínio exercido durante quarenta anos, que só trouxe ao estado pobreza e abandono. E em sua desconexas palavras não encontra nada melhor que chamar os maranhenses de preguiçosos e indolentes. Podemos ficar calados?

Nós todos da oposição estamos excluídos da mídia eletrônica do estado, toda controlada pelo grupo Sarney. Eles ficam enlouquecidos todas as vezes que conseguimos meros 30 segundos de TV, como aconteceu recentemente com o tempo do PSB que eu e Vidigal dividimos. Eles não agüentam a verdade contida nos dados oficiais do IBGE e, como sabem do poder da mídia eletrônica que só eles usam, ficam enlouquecidos. Por causa disso, levamos cinco dias seguidos sendo insultados nos jornais e blogues miranteanos.

As realizações do meu governo, tão perseguido pela família Sarney e sua mídia, com a conivência da gestão federa tira-os do sério. Falar nos programas sociais (interrompidos por eles) como Prodim, Saúde na Escola, Mutirão da Cidadania, Pronaf, combate a aftosa, Água em Minha Casa, universalização do segundo grau, aumento do PIB, da escolaridade, da renda pessoal e do IDH queimam seus ouvidos. E ter sido o terceiro estado brasileiro a ter maior Índice de Desenvolvimento Socio-Econômico, atestado peça FGV, durante o período do meu governo é demais. E as 600.000 pessoas que saíram da exclusão social? É bom não falar...

Foi isso que eu disse na TV e que os deixou furiosos. E a frase final das inserções foi a gota d’água: “Mais do que vergonha nacional, o Maranhão merece a esperança de melhores dias”. Existe algo mais verdadeiro?

O problema (para eles, naturalemente) é que isso foi mostrado na TV, que é proibido para nós. Mostrar que o Maranhão, com administrações sérias, pode crescer igual aos estados mais bem administrados do Brasil faz pensar. E mais: escancara, primeiro, que a teoria do Sarney sobre a preguiça do maranhense é apenas um insulto de quem não respeita o povo maranhense. E, segundo, que foi esse grupo, por meio de suas práticas nefastas, quem afundou o estado na pobreza.

Sarney aprendeu cedo que os grupos familiares que se apropriaram do poder, fizeram-no apoiados em poderosos grupos de mídia estaduais. E perseguiu a apropriação dos meios eletrônicos, que só conseguiu plenamente quando ocupou a presidência da República, chegando ao ponto de confessar à revista Carta Capital que a propriedade desses meios era para sufocar a oposição proteger e divulgar o seu grupo.

Assim, lutamos como podemos. Mas tenho certeza de que o povo compreende e está do nosso lado. Só é lamentável que toda as vezes que conseguimos alguns minutos de TV, eles voltam todas as suas baterias contra nós, para desacreditar o que dizemos.

No último domingo, atacaram-me violentamente sobre um processo que eles montaram contra mim.

A notícia divulgada foi inventada e requentada por Ricardo Murad. A denúncia é dos meios de comunicação deles mesmo. Eles inventam e depois denunciam. Ricardo Murad é sempre o operador.

Ricardo, todos conhecem, é caluniador contumaz. Roseana Sarney, José Sarney, Jorge Murad que o digam. Pelos crimes que cometeu na Gerência Metropolitana, eu fui obrigado a acabar com ela, tal o nível de corrupção ali existente. A Corregedoria Geral do Estado apresentou denúncia-crime contra ele aceita pela Justiça.

Agora, tentam me acusar de um crime que não tem vítima. Como acusar de desfalque sem citar especificamente de qual órgão o dinheiro foi tirado? São os métodos da oligarquia que voltam a usar...

Na “matéria” do jornal O Estado do Maranhão, eles não conseguem esconder o abalo sofrido pelo grupo com as inserções eleitorais do PSB e voltam a me atacar por elas. E, revelando a intenção, falam que com o processo não serei candidato ao Senado, possibilidade que temem. Ricardo Murad é candidato ao Senado e quer me tirar da disputa no tapetão.

Acusam-me de que teria gasto uma fortuna na reforma de apartamento que ocupei por alguns meses. O apartamento não era meu. Era emprestado e por pouco tempo. Pensaram que me pertencia e ficaram decepcionados quando souberam que pertencia a uma instituição de ensino. Todavia, como já tinham feito a denúncia, prosseguiram. Resta perguntar por que eu iria gastar tanto dinheiro em um apartamento que não era meu? Por que supostamente teria gasto em decoração um valor equivalente ao preço do imóvel? E tudo isso em um apartamento em que ficaria por pouco tempo, como efetivamente ocorreu, pois me mudei para uma casa alugada?

Não existe tal despesa. É um factóide eleitoral nos mesmos moldes do conhecido caso “Reis Pacheco” inventado pela oligarquia para facilitar a eleição de Roseana sobre Cafeteira, até hoje muito controvertida.

Para concluir, o maior testemunho da minha vida limpa, é a minha biografia e minhas posses. Exerci cargos de chefia de muitos órgãos federais e estaduais, com grandes orçamentos e obras, como a de Chefe da Divisão de Conservação do DAER-CE, Diretor Geral do DER-MA, Secretário de Obras e Secretário de Planejamento do MA, Presidente da NOVACAP e Secretário de Obras do DF, Diretor Geral do DNOS, Presidente da SUDENE, Ministro dos Transportes, Deputado Federal, Vice-Governador duas vezes, Governador do Maranhão por cinco anos. Depois de toda essa vida, moro em casa alugada e vivo do meu salário. Qual o integrante da oligarquia (que não ocupou nem um décimo dos cargos que ocupei e órgãos que dirigi) que mora em casa alugada?

Qual deles não mora em sua própria mansão?

Podem enlamear alguém?

Um comentário:

Marcos ogueira disse...

A calúnia é o ingrediente básico do jornalismo da Mirante/Mentira. O Maranhão todo sabe que o senhor é alvo de uma sórdida campanha midiática desde que resolveu romper com esse grupo que infelicita o Maranhão desde 1966. Mas o senhor é forte e dificilmente será atingido por tão torpe campanha. Se eles o insultam é porque tens muita influência na conjuntura política do Maranhão. As vitórias de Jackson Lago e do senhor nas eleições majoritárias do Maranhão em 2010 vão acontecer e isto está tirando o sono da oligarquia que quer forjar processos para torná-los inelegíveis. Um forte abraço de quem muito te admira. Marcos Nogueira