Por Aderson Lago
Como pode um poeta sem rima, um escritor medíocre, um cronista sem brilho, se tornar um imortal? Simples: ao morrer, Sarney teria que ir para o Céu ou para o Inferno. No Céu, por tudo que é e pelo que representa, tem sua entrada proibida. No Inferno, o Diabo não aceita concorrência desleal. A solução foi colocá-lo na Academia Brasileira de Letras. Como imortal, Deus e o Diabo estarão livres dele. Pior para nós, pobres mortais, que aqui ficamos a mercê de suas mazelas, seus crimes, suas mentiras, e suas armações, ilimitadas e inescrupulosas.
Ao longo do tempo acompanhei e enfrentei, dentro do possível, todo o repertório de ilicitudes, falcatruas, crimes contra a honra, fraudes eleitorais, peculatos e infrações penais cometidos por Sarney e sua troupe. Fui a pedra no sapato, a espinha na garganta da Oligarquia e por isso tenho sido nos últimos tempos o alvo predileto, a vítima constante, dos ataques e agressões perpetrados pela gangue Sarney. A eles não importa o quão estapafúrdia, mentirosa e inverossímil seja a pseudodenúncia, pois não há nenhum compromisso com a verdade. O importante é enlamear, com a mesma lama em que chafurdam, a honra e a dignidade daqueles que lhes fazem oposição.
Imputar aos adversários os mesmos crimes dos quais são acusados com fartas e irrefutáveis provas. Fazer parecer aos mais desavisados que, assim como eles, todos que lhes fazem oposição também são corruptos e bandidos. Para a consecução desses objetivos, utilizam-se do Sistema Mirante de Comunicação. O uso político desse poderoso ferramental de mídia, confessado pelo próprio Sarney em entrevista à revista Carta Capital, agora foi reforçado com a criação de uma GESTAPO tupiniquim, a Polícia Política de sua filha Roseana. Tudo como na Ditadura, da qual José Sarney foi filhote e expoente.
Primeiro, foi a hilária acusação de desvio de colchões, montada pelo serviçal-mor delegado Raimundo Cutrim. Em seguida, o fantasioso recebimento de 5 milhões de reais para ser candidato a governador em 2006. Aliás, nessa, o farsante José Sarney foi flagrado pela escuta telefonica da Polícia Federal (Operação Boi Barrica), cobrando do filho Fernando (indiciado por formação de quadrilha, crime contra o sistema financeiro e outros) a divulgação no jornal “O Estado do Maranhão” da patranha por ele engendrada. Agora, o inescrupuloso e “incomum” José Sarney superou todas as expectativas.
A última “montagem” contra mim mistura passagens aéreas, contas telefônicas, serviços não executados, desaparecimento de talheres, cafeteiras de aço, computadores e, pasmem, uma “escultura de São José com o Menino Jesus com detalhes em ouro, do século XVIII”. Aqui, definitivamente, o desmoralizado e desmemoriado Presidente do Senado cometeu um ato falho, e imprimiu as suas digitais. Notório colecionador de imagens sacras “desaparecidas”, para não dizer furtadas, de igrejas no interior do Estado, Sarney incorporou ao seu patrimônio o Convento das Mercês, talvez porque acredite ser o local apropriado para abrigar os “santos” da sua devoção.
Esse é o Sarney que tenta fazer de mim o marginal contumaz que é. Marginal sim, pois é marginal quem, como ele, costumeiramente age à margem da lei.
Se alguém deve explicações à Justiça certamente não sou eu. Tenho a consciência tranquila de que não pratiquei nenhum ato indigno. Sarney, sim, tem muito o que explicar. Tem que deixar bem claro:
- como os umbrais do cemitério de Alcântara vieram a adornar a entrada de sua mansão no Calhau;
- como e onde conseguiu montar sua grande coleção de imagens sacras dos séculos XVII e XVIII;
- como adquiriu o antigo “Jornal do Dia” (hoje “O Estado do Maranhão”), quando exercia o cargo de Governador do Estado;
- como conseguiu construir sua mansão do Calhau, sem despertar suspeitas, com a mesma empreiteira que construía na ocasião o Hospital do IPEM;
- como comprou a Fazenda Maguari e “grilou” uma área contígua que triplicou a propriedade;
- como sacou 2 milhões de reais do Banco de Santos, usando informação privilegiada na véspera de sua intervenção;
- como fazia os famosos sorteios dirigidos de “relatores”, quando foi Diretor de Secretaria do Tribunal de Justiça;
- como montou o seu império de comunicação (rádios e televisões), se o custo dos equipamentos é proibitivo para quem sempre viveu de salários como ele;
- qual o critério usado para fazer jus às concessões dessas rádios e televisões se os beneficiários eram ele (então Presidente da República ) e sua família;
- por fim, e apenas para não nos alongarmos, como se tornou a maior fortuna do Maranhão sem herdar, sem ter sido empresário, sem acertar na mega-sena acumulada, ou mesmo no jogo do bicho;
Agora não vale mais dizer: “eu não sabia”, “não me sinto culpado” e “é uma campanha midiática contra mim”.
Tudo o que foi dito e que ainda possa se dizer sobre José Sarney ainda será insuficiente para traçar o perfil desse homem rancoroso, odiento, calculista, frio, obcecado pelo poder e que tenta sempre se apresentar como estadista, tolerante, afável e incapaz de ter ódio no coração.
Que o diga o Senador Cafeteira, que em 94 foi denunciado por Sarney como sequestrador, assassino e ocultador do cadáver de Reis Pacheco. Vitorino Freire, de quem foi cria, dizia dele: “o Sarney furta até cinzeiro de avião”.
Sei do que Sarney e sua gente são capazes para exercerem sua vingança.
Não haverá o menor escrúpulo na utilização de quaisquer métodos, por mais espúrios que sejam, para atingirem os seus objetivos. A meta é tornar-me inelegível. É invibializar a minha volta à tribuna da Assembleia. É calar a voz que muito os incomodou ao longo dos quatro mandatos que exerci. É assassinar-me politicamente. A luta, tenho consciência, será desigual, mas vou enfrentá-la com a mesma dignidade, com o mesmo desprendimento, com a mesma coragem com que exerci os sucessivos mandatos que o povo me conferiu.
Que Deus me proteja, os amigos me ajudem e o povo me apoie.
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Como pode um poeta sem rima, um escritor medíocre, um cronista sem brilho, se tornar um imortal? Simples: ao morrer, Sarney teria que ir para o Céu ou para o Inferno. No Céu, por tudo que é e pelo que representa, tem sua entrada proibida. No Inferno, o Diabo não aceita concorrência desleal. A solução foi colocá-lo na Academia Brasileira de Letras. Como imortal, Deus e o Diabo estarão livres dele. Pior para nós, pobres mortais, que aqui ficamos a mercê de suas mazelas, seus crimes, suas mentiras, e suas armações, ilimitadas e inescrupulosas.
Ao longo do tempo acompanhei e enfrentei, dentro do possível, todo o repertório de ilicitudes, falcatruas, crimes contra a honra, fraudes eleitorais, peculatos e infrações penais cometidos por Sarney e sua troupe. Fui a pedra no sapato, a espinha na garganta da Oligarquia e por isso tenho sido nos últimos tempos o alvo predileto, a vítima constante, dos ataques e agressões perpetrados pela gangue Sarney. A eles não importa o quão estapafúrdia, mentirosa e inverossímil seja a pseudodenúncia, pois não há nenhum compromisso com a verdade. O importante é enlamear, com a mesma lama em que chafurdam, a honra e a dignidade daqueles que lhes fazem oposição.
Imputar aos adversários os mesmos crimes dos quais são acusados com fartas e irrefutáveis provas. Fazer parecer aos mais desavisados que, assim como eles, todos que lhes fazem oposição também são corruptos e bandidos. Para a consecução desses objetivos, utilizam-se do Sistema Mirante de Comunicação. O uso político desse poderoso ferramental de mídia, confessado pelo próprio Sarney em entrevista à revista Carta Capital, agora foi reforçado com a criação de uma GESTAPO tupiniquim, a Polícia Política de sua filha Roseana. Tudo como na Ditadura, da qual José Sarney foi filhote e expoente.
Primeiro, foi a hilária acusação de desvio de colchões, montada pelo serviçal-mor delegado Raimundo Cutrim. Em seguida, o fantasioso recebimento de 5 milhões de reais para ser candidato a governador em 2006. Aliás, nessa, o farsante José Sarney foi flagrado pela escuta telefonica da Polícia Federal (Operação Boi Barrica), cobrando do filho Fernando (indiciado por formação de quadrilha, crime contra o sistema financeiro e outros) a divulgação no jornal “O Estado do Maranhão” da patranha por ele engendrada. Agora, o inescrupuloso e “incomum” José Sarney superou todas as expectativas.
A última “montagem” contra mim mistura passagens aéreas, contas telefônicas, serviços não executados, desaparecimento de talheres, cafeteiras de aço, computadores e, pasmem, uma “escultura de São José com o Menino Jesus com detalhes em ouro, do século XVIII”. Aqui, definitivamente, o desmoralizado e desmemoriado Presidente do Senado cometeu um ato falho, e imprimiu as suas digitais. Notório colecionador de imagens sacras “desaparecidas”, para não dizer furtadas, de igrejas no interior do Estado, Sarney incorporou ao seu patrimônio o Convento das Mercês, talvez porque acredite ser o local apropriado para abrigar os “santos” da sua devoção.
Esse é o Sarney que tenta fazer de mim o marginal contumaz que é. Marginal sim, pois é marginal quem, como ele, costumeiramente age à margem da lei.
Se alguém deve explicações à Justiça certamente não sou eu. Tenho a consciência tranquila de que não pratiquei nenhum ato indigno. Sarney, sim, tem muito o que explicar. Tem que deixar bem claro:
- como os umbrais do cemitério de Alcântara vieram a adornar a entrada de sua mansão no Calhau;
- como e onde conseguiu montar sua grande coleção de imagens sacras dos séculos XVII e XVIII;
- como adquiriu o antigo “Jornal do Dia” (hoje “O Estado do Maranhão”), quando exercia o cargo de Governador do Estado;
- como conseguiu construir sua mansão do Calhau, sem despertar suspeitas, com a mesma empreiteira que construía na ocasião o Hospital do IPEM;
- como comprou a Fazenda Maguari e “grilou” uma área contígua que triplicou a propriedade;
- como sacou 2 milhões de reais do Banco de Santos, usando informação privilegiada na véspera de sua intervenção;
- como fazia os famosos sorteios dirigidos de “relatores”, quando foi Diretor de Secretaria do Tribunal de Justiça;
- como montou o seu império de comunicação (rádios e televisões), se o custo dos equipamentos é proibitivo para quem sempre viveu de salários como ele;
- qual o critério usado para fazer jus às concessões dessas rádios e televisões se os beneficiários eram ele (então Presidente da República ) e sua família;
- por fim, e apenas para não nos alongarmos, como se tornou a maior fortuna do Maranhão sem herdar, sem ter sido empresário, sem acertar na mega-sena acumulada, ou mesmo no jogo do bicho;
Agora não vale mais dizer: “eu não sabia”, “não me sinto culpado” e “é uma campanha midiática contra mim”.
Tudo o que foi dito e que ainda possa se dizer sobre José Sarney ainda será insuficiente para traçar o perfil desse homem rancoroso, odiento, calculista, frio, obcecado pelo poder e que tenta sempre se apresentar como estadista, tolerante, afável e incapaz de ter ódio no coração.
Que o diga o Senador Cafeteira, que em 94 foi denunciado por Sarney como sequestrador, assassino e ocultador do cadáver de Reis Pacheco. Vitorino Freire, de quem foi cria, dizia dele: “o Sarney furta até cinzeiro de avião”.
Sei do que Sarney e sua gente são capazes para exercerem sua vingança.
Não haverá o menor escrúpulo na utilização de quaisquer métodos, por mais espúrios que sejam, para atingirem os seus objetivos. A meta é tornar-me inelegível. É invibializar a minha volta à tribuna da Assembleia. É calar a voz que muito os incomodou ao longo dos quatro mandatos que exerci. É assassinar-me politicamente. A luta, tenho consciência, será desigual, mas vou enfrentá-la com a mesma dignidade, com o mesmo desprendimento, com a mesma coragem com que exerci os sucessivos mandatos que o povo me conferiu.
Que Deus me proteja, os amigos me ajudem e o povo me apoie.
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