Agaciel nomeou namorado da neta de Sarney para vaga no Senado
Nas gravações reunidas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, bem antes de explodir a crise do Senado, existem elementos que remetem para os escândalos que têm assombrado o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP). Dentre as centenas de horas gravadas pela PF com autorização judicial, há, por exemplo, telefonemas de Fernando Sarney para o então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Há, também, referências diretas a nomeações de parentes e agregados do clã Sarney.
Uma sequência de conversas gravadas entre março e abril de 2008 detalha uma articulação que pode comprometer ainda mais a situação política do presidente da Casa. As gravações são a prova da ligação de Sarney com Agaciel Maia e com os atos secretos - revelados pelo Estado - editados pelo ex-diretor para atender a pedidos de seus superiores.
Tudo começa quando Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, filha de Fernando Sarney, telefona para o pai, interessada em nomear, no Senado, uma pessoa que, segundo a Polícia Federal, seria o namorado dela. A nomeação seria feita na vaga de um outro agregado do clã, Bernardo Brandão Cavalcanti Gomes, irmão de Beatriz por parte de mãe, que já estava pendurado na folha de pagamento do Senado desde 2003 e tinha pedido demissão.
Com o argumento de que a vaga pertencia à família, a neta do presidente do Senado se articulou para colocar no lugar Henrique Dias Bernardes. Ela se mostrou esforçada. Depois de ligar para o pai, fez a conversa chegar ao gabinete do avô.
O próprio Sarney aparece nas conversas. Recebeu orientação para que enviasse o currículo de Henrique Bernardes a Agaciel. Deu certo. O meio-irmão de Beatriz fora exonerado em 25 de março de 2008. Em 10 de abril, saiu a nomeação de Bernardes - por meio de um ato secreto assinado por Agaciel.
Bernardes foi nomeado como assistente parlamentar 3 na Diretoria-Geral do Senado, mesma vaga na qual o meio-irmão da moça passou cinco anos recebendo R$ 2,7 mil. Ao Estado, Bernardes disse que faz serviços administrativos na área médica do Senado. Indagado sobre a maneira como conseguiu a vaga, ele mandou o repórter "perguntar na Secretaria de Recursos Humanos". Em seguida, admitiu. "Cheguei através de indicação, mas não vou dar detalhes". Negou ser namorado de Beatriz. "Eu conheço a Bia por amizade, uma leve amizade."
Outra gravação da PF chama a atenção para a maneira como a família costumava tratar das nomeações no Senado. O dinheiro entrava na conta da mesada. Em 14 de março, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, filho de Fernando Sarney, telefonou para o pai pedindo dinheiro para comprar um carro. O pai disse que ele já recebia "7 mil e pouco" do Senado e mais R$ 5 mil, pagos pelo pai.
João Fernando Sarney foi nomeado em fevereiro de 2007 como secretário parlamentar do gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), aliado dos Sarney. Ficou no posto até outubro do ano passado.
Nas gravações reunidas pela Polícia Federal durante a Operação Boi Barrica, bem antes de explodir a crise do Senado, existem elementos que remetem para os escândalos que têm assombrado o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP). Dentre as centenas de horas gravadas pela PF com autorização judicial, há, por exemplo, telefonemas de Fernando Sarney para o então diretor-geral do Senado, Agaciel Maia. Há, também, referências diretas a nomeações de parentes e agregados do clã Sarney.
Uma sequência de conversas gravadas entre março e abril de 2008 detalha uma articulação que pode comprometer ainda mais a situação política do presidente da Casa. As gravações são a prova da ligação de Sarney com Agaciel Maia e com os atos secretos - revelados pelo Estado - editados pelo ex-diretor para atender a pedidos de seus superiores.
Tudo começa quando Maria Beatriz Brandão Cavalcanti Sarney, filha de Fernando Sarney, telefona para o pai, interessada em nomear, no Senado, uma pessoa que, segundo a Polícia Federal, seria o namorado dela. A nomeação seria feita na vaga de um outro agregado do clã, Bernardo Brandão Cavalcanti Gomes, irmão de Beatriz por parte de mãe, que já estava pendurado na folha de pagamento do Senado desde 2003 e tinha pedido demissão.
Com o argumento de que a vaga pertencia à família, a neta do presidente do Senado se articulou para colocar no lugar Henrique Dias Bernardes. Ela se mostrou esforçada. Depois de ligar para o pai, fez a conversa chegar ao gabinete do avô.
O próprio Sarney aparece nas conversas. Recebeu orientação para que enviasse o currículo de Henrique Bernardes a Agaciel. Deu certo. O meio-irmão de Beatriz fora exonerado em 25 de março de 2008. Em 10 de abril, saiu a nomeação de Bernardes - por meio de um ato secreto assinado por Agaciel.
Bernardes foi nomeado como assistente parlamentar 3 na Diretoria-Geral do Senado, mesma vaga na qual o meio-irmão da moça passou cinco anos recebendo R$ 2,7 mil. Ao Estado, Bernardes disse que faz serviços administrativos na área médica do Senado. Indagado sobre a maneira como conseguiu a vaga, ele mandou o repórter "perguntar na Secretaria de Recursos Humanos". Em seguida, admitiu. "Cheguei através de indicação, mas não vou dar detalhes". Negou ser namorado de Beatriz. "Eu conheço a Bia por amizade, uma leve amizade."
Outra gravação da PF chama a atenção para a maneira como a família costumava tratar das nomeações no Senado. O dinheiro entrava na conta da mesada. Em 14 de março, João Fernando Michels Gonçalves Sarney, filho de Fernando Sarney, telefonou para o pai pedindo dinheiro para comprar um carro. O pai disse que ele já recebia "7 mil e pouco" do Senado e mais R$ 5 mil, pagos pelo pai.
João Fernando Sarney foi nomeado em fevereiro de 2007 como secretário parlamentar do gabinete do senador Epitácio Cafeteira (PTB-MA), aliado dos Sarney. Ficou no posto até outubro do ano passado.
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