Beneficiado pelo recesso parlamentar, o presidente do Senado, José Sarney, pode pelo menos usufruir um curto período de relativo descanso. Mas tudo dependerá do noticiário sobre as mazelas, que parecem sem fim, verificadas na administração da Casa a partir da nomeação do diretor-geral Agaciel Maia pelo senador, em 1995.
Se o Senado pode deixar de ser por uns dias fonte de tensão para Sarney, o clã maranhense continua, porém, em evidência, por causa da Operação Boi Barrica, lançada em 2006 pela Polícia Federal para investigar o uso de dinheiro ilegal por Fernando Sarney na campanha ao governo do Maranhão de sua irmã, Roseana.
As investigações levaram a PF a indiciar Fernando - que, em São Luís, administra as empresas da família - e a mulher, Teresa, por formação de quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de influência e crime contra o sistema financeiro.
O que chama a atenção no trabalho da PF é que ele traça um enredo exemplar de como a política pode ser usada para instalar balcões de negócios ilícitos em estatais e repartições da administração direta.
Fernando, segundo a PF, acionou altos funcionários nomeados por indicação do pai, José Sarney, para facilitar o fechamento de negócios. Um deles, mapeado pelos policiais, teria sido o motivo de uma reunião em Brasília, na casa do senador, entre Fernando, diretores da incorporadora Abyara e o vice-presidente de Pessoa Física da Caixa Econômica Federal, Fábio Lenza.
Em uma das conversas telefônicas gravadas pela PF, é dito a Fernando Sarney que a incorporadora desejava uma "recomendação" na CEF. Pelo jeito, bem encaminhada por ele. Há, ainda, um outro vice-presidente da CEF, Jorge Hereda, citado no inquérito por ter supostamente participado de uma reunião com diretores da incorporadora em São Paulo.
O estilo das incursões de Fernando Sarney por Brasília e São Paulo mistura política com negociatas, sempre azeitadas por comissões bancadas pelo Tesouro, financiadas por meio de preços superfaturados. Ajuda, ainda, a entender como agem o PMDB fisiológico e outros partidos interessados em fazer nomeações para cargos onde haja dinheiro por perto. Esta operação da PF pode servir para indicar tudo aquilo que o país precisa eliminar nos usos e costumes da vida pública.
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Se o Senado pode deixar de ser por uns dias fonte de tensão para Sarney, o clã maranhense continua, porém, em evidência, por causa da Operação Boi Barrica, lançada em 2006 pela Polícia Federal para investigar o uso de dinheiro ilegal por Fernando Sarney na campanha ao governo do Maranhão de sua irmã, Roseana.
As investigações levaram a PF a indiciar Fernando - que, em São Luís, administra as empresas da família - e a mulher, Teresa, por formação de quadrilha, falsidade ideológica, tráfico de influência e crime contra o sistema financeiro.
O que chama a atenção no trabalho da PF é que ele traça um enredo exemplar de como a política pode ser usada para instalar balcões de negócios ilícitos em estatais e repartições da administração direta.
Fernando, segundo a PF, acionou altos funcionários nomeados por indicação do pai, José Sarney, para facilitar o fechamento de negócios. Um deles, mapeado pelos policiais, teria sido o motivo de uma reunião em Brasília, na casa do senador, entre Fernando, diretores da incorporadora Abyara e o vice-presidente de Pessoa Física da Caixa Econômica Federal, Fábio Lenza.
Em uma das conversas telefônicas gravadas pela PF, é dito a Fernando Sarney que a incorporadora desejava uma "recomendação" na CEF. Pelo jeito, bem encaminhada por ele. Há, ainda, um outro vice-presidente da CEF, Jorge Hereda, citado no inquérito por ter supostamente participado de uma reunião com diretores da incorporadora em São Paulo.
O estilo das incursões de Fernando Sarney por Brasília e São Paulo mistura política com negociatas, sempre azeitadas por comissões bancadas pelo Tesouro, financiadas por meio de preços superfaturados. Ajuda, ainda, a entender como agem o PMDB fisiológico e outros partidos interessados em fazer nomeações para cargos onde haja dinheiro por perto. Esta operação da PF pode servir para indicar tudo aquilo que o país precisa eliminar nos usos e costumes da vida pública.
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