Sob investigação, aliados de Sarney mantêm cargos
Em O Globo: As descobertas da Polícia Federal puseram em risco o cargo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas não atingiram por completo o império político e financeiro do senador. Quase um ano após a divulgação de parte do conteúdo das denúncias de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos, cinco dos principais investigados - quatro deles vinculados ao grupo de Sarney - mantêm-se em cargos estratégicos no governo federal: o ex-ministro Silas Rondeau, membro do Conselho de Administração da Petrobras; Astrogildo Quental, diretor Financeiro da Eletrobras; Ulisses Assad, diretor de Engenharia da Valec; e Fábio Lenza, um dos vice-presidentes da Caixa Econômica Federal. É o que mostra reportagem de Jailton de Carvalho e Bernardo Mello Franco na edição deste domingo em O GLOBO.
Do grupo faz parte ainda Márcia da Silva Barros, auditora da Valec. O choque mais flagrante entre as conclusões da polícia e as decisões do governo está relacionado a Silas, membro do Conselho de Administração da Petrobras. Em 8 de abril deste ano, oito meses após a PF pedir a prisão do ex-ministro, Silas foi reeleito conselheiro da estatal, com o apoio dos representantes do governo na empresa. Silas é acusado de envolvimento com o grupo de Fernando Sarney, alvo central da operação da PF.
O grupo de Silas e Fernando é suspeito de direcionar licitações e desviar recursos públicos em obras nos setores elétrico e de transporte. O caso estava sob sigilo, mas boa parte do conteúdo do inquérito tem sido divulgada desde agosto do ano passado, quando os pedidos de prisão de Silas, Fernando e outros acusados chegaram à Justiça Federal no Maranhão. Relatório do Ministério Público, que ampara os pedidos de prisão, acusa Silas de usar laranjas para criar empresas de consultoria no setor de energia.
As acusações, feitas pela procuradora Thayna Freire de Oliveira, estão baseadas em cópias de e-mails de Silas interceptados pela polícia com ordem judicial. Entre os papéis, estão mensagens trocadas entre o ex-ministro José Antônio Sobrinho, representante da Engevix Engenharia, e Luiz Villar, suposto consultor. Nas trocas de mensagens aparecem minutas de contratos da Dualcon Consultoria e da RV 2 Consultoria. Para a polícia e o Ministério Público, Silas estaria por trás dessas empresas.
Procurado pelo GLOBO, o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, disse, por meio da assessoria, que não é o responsável pela presença de Silas no Conselho de Administração da estatal. “Cabe aos acionistas da companhia, durante a assembléia geral, eleger os membros do Conselho de Administração para um mandato de um ano. O presidente da Petrobras não tem interferência nessa decisão de um órgão superior”, diz a assessoria, em resposta à pergunta do jornal.
Charles Dias, advogado de Astrogildo Quental, disse que o cliente desconhece o conteúdo das acusações, mas está tranquilo.
- Ele não foi chamado para depor, não conhece todas as acusações. Mas está convicto de que não cometeu nenhum ato ilícito - afirma Dias.
A assessoria de imprensa da Valec não retornou as ligações do jornal. A assessoria da CEF disse que não conseguiu localizar Lenza.
Em O Globo: As descobertas da Polícia Federal puseram em risco o cargo do presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), mas não atingiram por completo o império político e financeiro do senador. Quase um ano após a divulgação de parte do conteúdo das denúncias de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos, cinco dos principais investigados - quatro deles vinculados ao grupo de Sarney - mantêm-se em cargos estratégicos no governo federal: o ex-ministro Silas Rondeau, membro do Conselho de Administração da Petrobras; Astrogildo Quental, diretor Financeiro da Eletrobras; Ulisses Assad, diretor de Engenharia da Valec; e Fábio Lenza, um dos vice-presidentes da Caixa Econômica Federal. É o que mostra reportagem de Jailton de Carvalho e Bernardo Mello Franco na edição deste domingo em O GLOBO.
Do grupo faz parte ainda Márcia da Silva Barros, auditora da Valec. O choque mais flagrante entre as conclusões da polícia e as decisões do governo está relacionado a Silas, membro do Conselho de Administração da Petrobras. Em 8 de abril deste ano, oito meses após a PF pedir a prisão do ex-ministro, Silas foi reeleito conselheiro da estatal, com o apoio dos representantes do governo na empresa. Silas é acusado de envolvimento com o grupo de Fernando Sarney, alvo central da operação da PF.
O grupo de Silas e Fernando é suspeito de direcionar licitações e desviar recursos públicos em obras nos setores elétrico e de transporte. O caso estava sob sigilo, mas boa parte do conteúdo do inquérito tem sido divulgada desde agosto do ano passado, quando os pedidos de prisão de Silas, Fernando e outros acusados chegaram à Justiça Federal no Maranhão. Relatório do Ministério Público, que ampara os pedidos de prisão, acusa Silas de usar laranjas para criar empresas de consultoria no setor de energia.
As acusações, feitas pela procuradora Thayna Freire de Oliveira, estão baseadas em cópias de e-mails de Silas interceptados pela polícia com ordem judicial. Entre os papéis, estão mensagens trocadas entre o ex-ministro José Antônio Sobrinho, representante da Engevix Engenharia, e Luiz Villar, suposto consultor. Nas trocas de mensagens aparecem minutas de contratos da Dualcon Consultoria e da RV 2 Consultoria. Para a polícia e o Ministério Público, Silas estaria por trás dessas empresas.
Procurado pelo GLOBO, o presidente da Petrobras, Sergio Gabrielli, disse, por meio da assessoria, que não é o responsável pela presença de Silas no Conselho de Administração da estatal. “Cabe aos acionistas da companhia, durante a assembléia geral, eleger os membros do Conselho de Administração para um mandato de um ano. O presidente da Petrobras não tem interferência nessa decisão de um órgão superior”, diz a assessoria, em resposta à pergunta do jornal.
Charles Dias, advogado de Astrogildo Quental, disse que o cliente desconhece o conteúdo das acusações, mas está tranquilo.
- Ele não foi chamado para depor, não conhece todas as acusações. Mas está convicto de que não cometeu nenhum ato ilícito - afirma Dias.
A assessoria de imprensa da Valec não retornou as ligações do jornal. A assessoria da CEF disse que não conseguiu localizar Lenza.
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