José Sarney não preside mais a crise do Senado. É presidido por ela.
Longe do plenário, Sarney assistiu, pela TV, ao derretimento de sua autoridade.
Ruiu o apoio do DEM, que, por unanimidade, decidiu cobrar que se licencie.
“A credibilidade da instituição está fraturada e o presidente está acusado. Quero bem a Sarney, mas quero mais bem a essa Casa”, disse Agripino Maia.
Acentuou-se a aversão do PSDB, que sugere, além da licença de Sarney, a nomeação de uma comissão suprapartidária para gerir a crise.
“Estamos discutindo se Sarney continua como presidente sem governar, se vai pedir licença por 60 dias ou se vai renunciar”, disse Sérgio Guerra, presidente do PSDB.
Impaciente, o PDT encampou, também por unanimidade, a posição de Cristovam Buarque, que defende a licença de Sarney há dias.
“Pedimos que, ao se licenciar, Sarney permita uma investigação isenta, que possa, ao final, ter credito perante o Senado e a sociedade”, disse o líder Osmar Dias.
O PT ainda não se reuniu. Mas, a despeito dos apelos de Lula, metade da bancada torce o nariz para a permanência de Sarney.
Entre as legendas que têm algum peso, só o PMDB permanece ao lado de Sarney. Ainda assim, em ritmo de apelo:
“Alguns senadores e bancadas pedem que Sarney se licencie. Estaríamos fazendo um pré-julgamento, sem direito a defesa”, disse Valdir Raupp, em nome do PMDB.
“Por que não inverter essa proposta? Por que não darmos 60 dias para que Sarney possa comprovar sua inocência?”
Na prática, a pseudopresidência de Sarney está nas mãos de Renan Calheiros.
No papel de presidente informal do Senado, Renan lidera duas bancadas –a do seu PMDB e a do PTB.
A partir desse núcleo, tenta conter os rombos que se abriram no casco do navio de Sarney.
A idéia de um Senado à beira do abismo já foi superada.
A borda do abismo foi Jader Barbalho. O meio, ACM. O fundo, o próprio Renan.
Sarney é o subsolo do abismo, uma espécie de pré-sal do caos. Sarney é o erro levado às últimas consequências.
Após três presidências que resultaram em desastre –Jader, ACM e Renan— Sarney tornou-se a hipocrisia irrefletida.
Sarney virou a ousadia do velho esfregada na cara de uma opinião pública que anseia pelo novo.
A caravela do vício, por insustentável, roça o rochedo. Aos pouquinhos, o Senado vai aprendendo que tudo tem limite.
Certas circunstâncias não podem ter como resposta os infindos conchavismos da complacência.
Link Original
Longe do plenário, Sarney assistiu, pela TV, ao derretimento de sua autoridade.
Ruiu o apoio do DEM, que, por unanimidade, decidiu cobrar que se licencie.
“A credibilidade da instituição está fraturada e o presidente está acusado. Quero bem a Sarney, mas quero mais bem a essa Casa”, disse Agripino Maia.
Acentuou-se a aversão do PSDB, que sugere, além da licença de Sarney, a nomeação de uma comissão suprapartidária para gerir a crise.
“Estamos discutindo se Sarney continua como presidente sem governar, se vai pedir licença por 60 dias ou se vai renunciar”, disse Sérgio Guerra, presidente do PSDB.
Impaciente, o PDT encampou, também por unanimidade, a posição de Cristovam Buarque, que defende a licença de Sarney há dias.
“Pedimos que, ao se licenciar, Sarney permita uma investigação isenta, que possa, ao final, ter credito perante o Senado e a sociedade”, disse o líder Osmar Dias.
O PT ainda não se reuniu. Mas, a despeito dos apelos de Lula, metade da bancada torce o nariz para a permanência de Sarney.
Entre as legendas que têm algum peso, só o PMDB permanece ao lado de Sarney. Ainda assim, em ritmo de apelo:
“Alguns senadores e bancadas pedem que Sarney se licencie. Estaríamos fazendo um pré-julgamento, sem direito a defesa”, disse Valdir Raupp, em nome do PMDB.
“Por que não inverter essa proposta? Por que não darmos 60 dias para que Sarney possa comprovar sua inocência?”
Na prática, a pseudopresidência de Sarney está nas mãos de Renan Calheiros.
No papel de presidente informal do Senado, Renan lidera duas bancadas –a do seu PMDB e a do PTB.
A partir desse núcleo, tenta conter os rombos que se abriram no casco do navio de Sarney.
A idéia de um Senado à beira do abismo já foi superada.
A borda do abismo foi Jader Barbalho. O meio, ACM. O fundo, o próprio Renan.
Sarney é o subsolo do abismo, uma espécie de pré-sal do caos. Sarney é o erro levado às últimas consequências.
Após três presidências que resultaram em desastre –Jader, ACM e Renan— Sarney tornou-se a hipocrisia irrefletida.
Sarney virou a ousadia do velho esfregada na cara de uma opinião pública que anseia pelo novo.
A caravela do vício, por insustentável, roça o rochedo. Aos pouquinhos, o Senado vai aprendendo que tudo tem limite.
Certas circunstâncias não podem ter como resposta os infindos conchavismos da complacência.
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