A grande expectativa, hoje, é pelo momento da renúncia de Sarney à presidência do Senado. Vã espera. O apego ao poder se sobrepõe a qualquer noção de honra, dignidade, pejo ou qualquer outro nome que se queira dar a “vergonha na cara”.
O poder tudo pode e a ele tudo é permitido. Essa é a receita do “estadista” José Sarney, para quem nada é constrangedor se o objetivo é a conquista ou a manutenção do poder. Portanto, não se espere nenhum gesto de desprendimento ou desapego a qualquer fatia de poder. Muito pelo contrário. Qualquer iniciativa, qualquer atitude ou ação será sempre no sentido da manutenção do poder conquistado.É nesse momento que afloram o cinismo, a falsa humildade, o pieguismo, o apelo à doença e até a cara-de-pau. Tudo muito próprio do farsante que é José Sarney.
A tentativa será a de vencer a todos pelo cansaço. Aguardar que se exaure a divulgação de todos os escândalos e que eles se banalizem, para, enfim, por meio da chantagem, das ameaças veladas e dos meios escusos que tão bem sabe utilizar, negociar sua permanência na presidência do Senado.
O cargo e sua importância são fundamentais para a manutenção da filha Roseana no governo do Maranhão e do filho Fernando fora do alcance da Policia Federal e da Justiça. Isso sem esquecer sua importância para as eleições de 2010.
“É nesse momento que afloram o cinismo, a falsa humildade, o pieguismo, o apelo à doença e até a cara-de-pau. Tudo muito próprio do farsante que é José Sarney.”
Faz-se mister que o Senado tome uma atitude. Por muito menos, foram defenestrados Antonio Carlos Magalhães, Jader Barbalho e Renan Calheiros. Todos renunciaram para não serem cassados. Sarney não renuncia porque tem certeza que os senadores não têm coragem de cassá-lo.
Essa é a versão que seus aliados divulgam aqui no Maranhão. Os mais chegados dizem que o arsenal armazenado nas mãos do pupilo Agaciel Maia é o suficiente para manter sob controle qualquer senador. Diante dessa dura e triste realidade, torna-se cada vez mais importante o movimento “Fora Sarney” que já se alastra pelo país. O povo haverá de encorajar os ilustres senhores senadores a fazer a faxina que se impõe e que todos nós esperamos.
O que nos preocupa no momento é que os escândalos do Senado desviam a atenção do que está acontecendo aqui na província. As inexplicáveis e escandalosas “dispensas de licitação” já são suficientes para colocar sob suspeita o governo da senhora Roseana Murad. E não vale culpar o mordomo, afinal nada está sendo feito “secretamente”. Pelo contrário. Tudo está sendo feito às escâncaras, publicado no Diário Oficial. Um escárnio. Talvez um deboche.
“O cargo e sua importância são fundamentais para a manutenção da filha Roseana no governo do Maranhão e do filho Fernando fora do alcance da Policia Federal e da Justiça. Isso sem esquecer sua importância para as eleições de 2010.”
A certeza da impunidade é o incentivo para essas práticas, próprias dos que ainda outro dia faziam denúncias da tribuna da Assembléia e hoje ministram verdadeiros cursos de ilegalidades e ilicitudes. Somente nas secretarias de Saúde, Educação e Caema já foram dispensadas licitações em montante superior a 30 milhões. Vigilância, combustíveis, passagens aéreas e até suspeitíssimo escritório de advocacia do Piauí foram objeto de obscuras dispensas de licitação.
“Essa é a marca desse governo [de Roseana Sarney]. Ilegalidade, ilicitude e perseguição. É por isso que só foi possível chegar ao Leões por meio de um golpe pela via judiciária.”
Uma coisa é certa. Há algo de podre no Reino do Maranhão. Mas, como diz o samba, “a maldade nessa gente é uma arte”. A podridão não se contenta apenas com a falcatrua. Há também o revanchismo e a perseguição. No dia 16 de abril foi encaminhado pelo governador Jackson Lago, ao Diário Oficial, o decreto com a promoção de 1.912 professores. A senhora Roseana Murad mandou recolhê-lo para que não fosse publicado. Prejudicou deliberadamente a todos que sem nenhum favor fizeram jus à promoção. Para ela, coisas dessa natureza só podem ser feitas por meio do favorecimento. Essa é a marca desse governo. Ilegalidade, ilicitude e perseguição. É por isso que só foi possível chegar ao Leões por meio de um golpe pela via judiciária.
Temos, portanto, de estar atentos ao que acontece em Brasília, mas sem perder de vista o que está ocorrendo aqui no Maranhão. O acompanhamento constante, a vigilância permanente e sobretudo a denúncia responsável são armas que deveremos empunhar na defesa do povo maranhense. Ninguém tem o direito de se omitir.
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